- Vá se ferrar! – disse Lucas, ainda envergonhado.
- Não estávamos fazendo nada. Foi um acidente! – me defendi, sentindo a dor em minha perna aliviar um pouco.
- Sei! – disse Samantha, rindo.
- Onde vocês estavam? – perguntou Lucas, tentando reverter aquele jogo. Os dois trocaram um olhar envergonhado.
Rá!
- Estávamos conve... Conversando! – disse Renan, gaguejando. Seu cabelo agora não era a única coisa vermelha em seu corpo. Lucas então começou a rir. Uma risada engraçada que podia ser escutada pelos vizinhos. Samantha então entendeu tudo.
- Vocês estavam nos espionando? – berrou ela. Eu ri, e Lucas a provocou.
- Se fazendo de bravinha não é, Samantha? Onde estava toda essa bravura ali em baixo? – zombou ele, em meio a risadas. Nem mesmo Renan resistiu a aquilo, e acabou rindo, mas se calou ao levar uma tapa na cabeça.
- Ai! – reclamou ele, passando a mão pela cabeleira ruiva. Samantha o fuzilava com o olhar.
A paz agora reinava, já que o casal havia feito às pazes. Nós voltamos para meu quarto, e o mela-mela entre os dois era absoluto. Eu já estava com vontade de ceder minha cama, para que os dois namorassem em paz.
••
O resto da noite continuou cheio de diversão. Meus amigos e eu ficamos em meu quarto jogando conversa fora até altas horas. Renan foi embora um pouco tarde, e depois de sua saída, Lucas, Samantha e eu ainda assistimos a um filme, mas meu pai acabou com nossa farra logo depois, obrigando Lucas a ir para sua casa, e ordenando que Samantha e eu fossemos para cama.
Aquela foi uma noite bem divertida, que há tempos eu não tinha! A única consequência de termos dormido tão tarde, foi que acordamos atrasados para a escola, na manhã seguinte.
Meu celular despertava pela quarta vez, e quando enfim olhei a hora, tive um baita susto. Samantha ainda dormia feito uma pedra. Então eu gritei, falando a hora para ela, que saltou rápido do colchão, assustada.
- Droga, droga, droga! – dizia ela, cambaleando pelo quarto, parecendo e perdida. Eu ria e tentava encontrar meu uniforme.
Foi uma correria só! Samantha tomou banho em meu quarto, enquanto eu usava o banheiro do corredor. E quando finalmente descemos, encontramos papai sentado à mesa, acabando de tomar seu café da manhã.
- Porque não nos chamou? – perguntei, percebendo um sorriso em seu rosto.
- Eu avisei que hoje vocês teriam aula, não foi? – disse meu pai, provocando. Eu bufei e em seguida vi Lucas entrando na cozinha. Seu cabelo pingava água, fazendo parecer que ele havia acabado de sair do banho. Ele parecia um zumbi, cheio de olheiras.
- Eu me atrasei! – disse ele, bocejando e indo até a mesa, tentando pegar uma das torradas de papai, que lhe deu uma tapa forte na mão. Lucas resmungou.
Quando nós chagamos a escola, o sinal já havia tocado. Lucas, Samantha e eu entramos completamente envergonhados na sala de aula, onde o professor já havia iniciado sua matéria. Renan e Rodrigo estavam no fundo da sala, onde costumávamos sentar, mas estranhamente, os dois estavam afastados.
- O sinal tocou há vinte minutos! – disse o professor, nos observando. Estávamos os três parados próximo à porta, esperando por sua permissão para assistirmos a aula.
- Nós tivemos um probleminha, professor. – disse Lucas, tentando enrolá-lo, mas não funcionou. O velho nem se quer mudou sua expressão azeda.
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O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - INCERTEZAS - LIVRO 02 (RASCUNHO)
RomanceLIVRO 02 "Eu queria chorar. Minhas lágrimas estavam presas em meus olhos e teimavam em não cair. Era a segunda vez que eu sentia aquela dor. Ela havia voltado, e parecia estar três vezes maior que antes. Eu sabia que tinha que ser forte, e deixar o...
Capítulo 14
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