Capítulo 12

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Minutos depois de Lucas sair do quarto, eu tomei uma decisão! Não iria mais continuar com aquilo. Ia engolir o meu orgulho e tentar fazer as pazes com ele. Eu não poderia deixá-lo escapar assim, tão fácil. Então eu levantei da cama, tentando não fazer nenhum movimento brusco com minha perna, que ainda estava um pouco dolorida.

Não encontrei ninguém no corredor, e lá, pude ver a porta do quarto de Lucas aberta. Respirei fundo várias vezes, antes de tomar o rumo até ele. E eu sabia que se Lucas estivesse ali no quarto, provavelmente já teria previsto que eu estava me aproximando, pois minha muleta fazia um barulho alto a cada passo que dava em sua direção.

Lucas estava de costas para mim, quando entrei no quarto. Ele estava arrumando suas roupas no guarda roupa. Pelo menos foi isso que eu achei no início. E não demorou muito para que notasse minha presença. Quando se virou, seus olhos verdes me encararam de forma intimadora, e por uma fração de segundos, pensei em dar meia volta. Mas não fiz isso. Continuei ali, o encarando da mesma forma.

- Não quero mais isso! – eu finalmente disse, depois de abrir e fechar a boca várias vezes. Lucas arregalou os olhos por milésimos de segundo, e pude ver o pânico estampado em sua face. – Não quero mais brigar com você. – falei, e quase sorri ao vê-lo soltar o ar dos pulmões.

- Eu também não. – falou ele, largando sua roupa na cama. Lucas se aproximou de mim, e ficou apenas a alguns centímetros de mim.

- Não faça mais aquilo. Por favor! – pedi, baixando um pouco a cabeça.

- Tudo bem! Me desculpa. Eu só estava irritado. Não queria te magoar. – falou ele, e quando o olhei, vi que mordia seu lábio inferior, de um jeito que me atraiu. Eu engoli o seco com a visão. Eu não o respondi. Ia me aproximar para beijá-lo, mas foi então que meus olhos encontraram a mala.

- O que é isso? – perguntei, encarando aquele objeto como se fosse algo de outro planeta. E quando encarei Lucas, vi a preocupação estampada em seu rosto. – Por que está fazendo a mala? Você vai embora? – perguntei um pouco desesperado. Lucas levou suas mãos até o rosto.

- Vou explicar tudo a você. Com calma! – disse ele se aproximando de mim. Eu recuei alguns passos.

- Então me explica!

- Olha! É melhor, Gui. A gente precisa disso! – disse Lucas, ainda tentando uma aproximação, mas eu estava em total desespero para entender qualquer coisa.

- Não me venha com desculpas, Lucas. – não queria ter demonstrado raiva em minha voz, mas fiz isso. – Se quiser, pode ir. Eu não ligo! – eu disse, em seguida me virando, e voltando para meu quarto. Lucas me acompanhou até a porta, tentando me fazer escutá-lo, mas eu o ignorei e bati a porta de meu quarto em sua cara.

- Você também não facilita Guilherme! – o escutei grunhir do outro lado.

Já dentro de meu quarto, eu comecei a chorar. Pelo o que havia notado, estava óbvio que Lucas ia embora. Voltaria para a casa do pai, certamente. E mesmo que fosse a frente a minha casa, ainda sim, era como se ele estivesse indo para longe. Eu já estava tão acostumado com ele perto de mim o tempo todo, sendo acordado em todas as manhãs por seus beijos, e as noites que passávamos juntos, quando estávamos sozinhos.

Não seria fácil dali em diante! Não imaginava que iria me apegar daquele jeito a minha suposta vida de casado com Lucas. E não conseguia acreditar que por causa de um briga boba (palavras de todos), ele iria embora e me deixaria ali, sozinho. Eu não queria que Lucas voltasse para sua casa. O lugar dele era ali, comigo.  

Acabei ficando tanto tempo dentro de meu quarto, distraído, que não vi a hora passar. Quando peguei meu celular, para verificar a hora, fiquei surpreso ao constatar que já eram quase três da tarde. Havia começado uma chuva há poucos minutos. Às vezes, o quarto era iluminado pelos relâmpagos.

O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - INCERTEZAS - LIVRO 02 (RASCUNHO)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα