Capítulo 17

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Depois de ter passado o resto do dia inteiro fazendo amor com Lucas, nós finalmente havíamos voltado para o mundo real. Então na manhã seguinte, acordei com ele fungando meu pescoço e me dando beijos. Quando enfim resolvi abrir os olhos e o olhei, vi que Lucas já estava vestido para ir ao trabalhar. Era uma manhã de domingo, e estava muito cedo.

- Já vai? – perguntei sonolento. Ele estava arrumando sua mochila.

- Está na minha hora. – disse Lucas. – Ao meio dia estou de volta, ok? – fiz uma careta ao escutá-lo. Eu ficaria sozinho ali a manhã inteira, e Lucas percebeu que eu não havia gostado da ideia. – Porque não liga para Samantha, e a convida ficar aqui com você? – perguntou ele, se aproximando e sentando na cama. Eu já estava bem mais acordado.

- Tudo bem. – falei com um sorriso. Lucas então se aproximou de meu rosto e me deu um selinho, se despedindo em seguida.

- Fique a vontade! A casa é sua. – falou, colocando a mochilas nas costas e indo em direção à porta do quarto. – Ah! Vou jogar a chave por cima do portão, tá? – informou Lucas. Eu afirmei com a cabeça e ele se foi.

Não voltei a dormir, pois já havia perdido meu sono. Também estava sem a mínima vontade de me levantar, porque eu sabia que não ia encontrar ninguém. Então a única coisa que fiz, foi seguir o conselho de Lucas e ligar para Samantha. Sabia que ela ia me matar por eu ligar àquela hora, pois com certeza ela ainda estaria dormindo.

Seu mau humor me mostrou que eu estava certo.

- Quem é? – perguntou ela, azeda como limão. Eu ri baixo. Ela devia ter atendido o celular sem ao menos ver o identificador de chamadas.

- Bom dia, flor do dia! – eu disse, animado.

- Ai Gui! – falou ela, agora sabendo quem era. Eu ri. - Quem morreu? Ou sofreu acidente? – perguntou ironicamente, com a voz grogue.

- Para de ser chata, Samantha. Isso não é hora de dormir. – falei, escutando-a bufar.

- São sete e meia da manhã! Vá dormir. Eu sei muito bem que você deve estar cansadinho por causa de Lucas. – provocou. Eu ri.

- Ainda bem que tocou no assunto. Estou muito chateado por ter guardado esse segredo de mim. – eu disse e escutei seu risinho. – Então para provar que você ainda é uma boa amiga, vai ter que vim para cá, passar a manhã comigo. – eu disse, e ela gemeu, como se não tivesse gostado da ideia de ter que levantar.

- Ok, seu chato. Vou tomar banho e já chego. – disse Samantha. Nós nos despedimos e em seguida, levantei para tomar um banho. Quando saí, organizei todo quarto de Lucas e desci para o térreo.

As portas e janelas da casa ainda estavam fechadas, então eu as abri. Na varanda da frente, perto da garagem, a chave estava no chão. Como Lucas havia falado, ele jogou-a para dentro. E na cozinha, havia deixado torradas de queijo feitas em cima do balcão, querendo me deixar mal acostumado.

Enquanto tomava café da manhã sozinho, o interfone tocou e eu fui atender, com um pouco de receio de ser alguém da família de Lucas, pois havia esquecido que Samantha estava a caminho. Ela riu com meu tom de timidez ao atender a chamada, e ao ver que era ela, fui até o portão. Samantha estava lá, parada, com as mãos na cintura, uma mochila nas costas e usando um óculo escuro. Eu ri com a cena que eu via em minha frente.

- Qual é a do óculo? O dia está nublado. – eu disse, franzindo a testa. Ela entrou e eu fechei o portão.

- Você não viu minhas olheiras ainda! – disse Samantha. Eu revirei os olhos. Nem sabia por que havia perguntado, pois no fundo, já sabia qual a resposta que ela daria.

O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - INCERTEZAS - LIVRO 02 (RASCUNHO)Where stories live. Discover now