Capítulo 08

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 Na manhã seguinte, acordei com Lucas ao lado da cama. Ele estava ajoelhado no chão, perto de mim, e me dava beijos pelo rosto. Pela roupa, deduzi que ele iria trabalhar, já que no sábado, ele trabalhava pela manhã e a tarde, para que assim folgasse no domingo.

Eu ainda estava meio sonolento, e mal conseguia deixar meus olhos abertos. Só o escutei dizer que me amava e soltei um leve sorriso, seguido de um selinho. Depois disso, voltei a dormir, só que agora foi complicado, já que minha perna estava começando a incomodar. Eu queria me mexer na cama, virar e ficar de bruços, mas sempre que faziam algum movimento como esse, ela dava sinal de dor. Então com isso, acabei perdendo o sono e acordei de vez. Fiquei sentado na cama, criando coragem de levantar.

Maria apareceu depois de alguns minutos e me ajudou a ir até o banheiro. Não tive como tomar banho, já que de forma alguma, eu ia conseguir tomar banho com ela ali, me ajudando. Então resolvi esperar alguém aparecer. Tinha Gustavo, mas com certeza ele não ia conseguir me ajudar.

Ainda era cedo, por volta de nove da manhã. Meu pai havia ido para o hospital bem cedo e Gustavo ainda estava dormindo. Com a ajuda de Maria e da muleta, consegui descer e fiquei na sala vendo TV, até que Samantha apareceu. Quando ela entrou e me viu ali com a perna engessada, estirada em cima do sofá, ela logo riu. Eu revirei os olhos.  

- Ai! Eu sempre quis ter um amigo com uma perna engessada. – disse ela, me fazendo rir. Samantha carregava uma mochila que parecia cheia.

- Você está muito engraçadinha. Saiba que isso aqui é muito chato! – resmunguei, vendo-a sentar.

- Eu quero escrever um monte de coisas aí. – disse ela, apontando para minha perna. Só Samantha para agir daquela forma. – Ah, e para sua sorte, eu vim passar o final de semana aqui com você. Se tiver um lugarzinho para eu dormir, é claro. – falou ela. Eu sorri, gostando da ideia.

- Claro que tem! É mais uma desculpa para Lucas dormir comigo hoje. – falei e ela caiu na risada.

- Não acredito que mesmo com a perna quebrada, você ainda consegue fazer sexo com Lucas. – disse ela, na cara de pau. Eu a espanquei com uma almofada.

- Meninos! Que conversa é essa? – ecoou a voz de Maria, vinda da cozinha. Samantha só ria.

- E Renan?

- Falei para ele que vinha para cá, mas ele falou que ia à casa de Rodrigo e depois aparecia. – disse ela, com uma expressão meio desconfiada.

- E essa cara? – perguntei.

- Nada! Deixa pra lá. – desconversou. - Mas e aí? Que horas Lucas chega do trabalho? – perguntou Samantha.

- Só no final da tarde. – falei desanimado, e ela riu.

Então a manhã, é claro, foi muito divertida. Com Samantha não existia desânimo. Era engraçado, pois ela, com suas graças, fazia com que eu me esquecesse de que estava com a perna engessada. Tanto que houve um momento em que estávamos em meu quarto, e eu estava sentado na cama. Samantha estava usando meu computador e quis fuçar meus e-mails, e eu, por instinto, com a intenção de impedi-la, me levantei. Quando pensei estar correndo, eu estava mesmo era gritando de dor. Samantha bolava em cima da cama, rindo de minha cara de choro.

Meu pai chegou com Clarisse e Pedro na hora do almoço, por volta de meio dia. Samantha ficou toda assanhada para cima de Pedro, quando lhe contei que ele estava solteiro.

- Cara, o que você aprontou? – perguntou Pedro, assim que me viu.

- Foi tentando pular o muro de quatro metros, da escola! – menti, fazendo ele e Samantha rirem.

O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - INCERTEZAS - LIVRO 02 (RASCUNHO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora