Capítulo 36

27.9K 2K 2.3K
                                    

OBS: Texto sem revisão. 

A raiva estava mais que evidente no rosto do irmão de minha mãe, por isso, eu sabia que naquele momento estava inteiramente encrencado. Tio Fernando parecia impaciente e fazia gestos o tempo todo para que saísse do carro, mas eu estava travado, completamente assustado com o que estava acontecendo naquele momento.

- Merda! – Lucas finalmente esbanjou uma reação. Nós dois continuávamos dentro do carro, feito duas estátuas.

- Estamos ferrados! –falei ainda em choque, mas respirei fundo algumas vezes e criei coragem para abrir a porta do carro. Quando fiz isso, não foi preciso colocar os pés para fora, pois meu tio agarrou a gola de minha camisa e me arrancou de dentro do carro.

- Ei! – Lucas gritou, e logo em seguida pude escutar a porta do carro bater, me dando a certeza que ele havia saído.

- O que você pensa que está fazendo, garoto? – tio Fernando gritou com o rosto muito próximo ao meu, apontando para o carro. Ele continuava agarrado à gola de minha camisa e quase me erguia do chão. Eu estava tão nervoso, que não consegui me defender.

- Ei! – repetiu Lucas, agora próximo de nós. - Não fale assim com ele! – Lucas falou sério, se colocando na minha frente. Ele parecia estar com raiva e muito nervoso ao mesmo tempo. Meu tio apenas o ignorou.

- Desde quando você é uma bicha, garoto? – meu tio continuou gritando e nesse mesmo instante, levantou a mão, pronto para me dar um tapa, mas Lucas o empurrou, fazendo com que ele se desequilibrasse e finalmente me soltasse.

- Não fale assim com ele! – Lucas gritou alto o suficiente para que algumas pessoas na rua começassem a perceber que algo estava acontecendo. Mas tio Fernando não mediu as consequências e antes que pudéssemos agir, ele avançou em Lucas e deu um soco em seu rosto. Eu gritei em desespero quando vi Lucas cair no chão com o impacto. Ele choramingou de dor, mas meu tio não parou. Ele foi até onde meu namorado estava caído e deu dois chutes em sua barriga, fazendo com que Lucas gritasse de dor. Foi nesse momento que eu entrei em desespero que fui para cima dele. Tentei agarrá-lo pelo pescoço, mas meu tio era claramente mais forte que eu, e com apenas um movimento, me empurrou com força contra o carro, fazendo com que eu gemesse de dor. A única coisa que senti em seguida foi uma forte tapa que ele deu em meu rosto, que queimou de dor. Ele segurava minha garganta com uma de suas mãos e isso me deixou sem ar.

- Quem você pensa que é moleque, para tirar a honra da minha família? Acha que vou deixar você dar esse desgosto para minha irmã? – ele falava com tanto ódio, que seu rosto estava completamente vermelho de raiva. – Me responde, seu viado de uma merda! – ele gritou novamente, apertando ainda mais minha garganta. Foi então que escutei a porta do carro bater, e só nesse instante lembrei que Gustavo ainda estava ali. Ele saiu do carro e correu em direção ao portão da garagem.

- Papai! – gritou meu irmão, chorando e conseguindo entrar em casa. Aproveitei aquela distração de meu tio e tentei me soltar dele para tentar chegar até Lucas, que continuava caído no chão, mas ao perceber o que eu faria, tio Fernando me puxou novamente, dessa vez fazendo com que minha cabeça batesse contra o carro. Gemi de dor e senti as primeiras lágrimas escaparem de meus olhos.

- Seu filho da puta! – ele acertou outra tapa em meu rosto. Meu tio me olhava com uma expressão de nojo, encarando-me nos olhos com tanta ira, que me preparei para outra tapa quando o vi levantar a mão novamente.

- Largue ele. Agora! – meu pai gritou quando viu meu tio pronto para me bater novamente. Ele correu até nós e empurrou meu tio, fazendo com que ele finalmente me largasse, e a primeira coisa que fiz quando isso aconteceu, foi correr até onde Lucas continuava caído. Ele estava encolhido no chão, com as mãos na barriga e gemendo de dor.

O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - INCERTEZAS - LIVRO 02 (RASCUNHO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora