Capítulo 2

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Estaciono o carro em uma vaga distante da entrada da escola e me coloco para dentro do edifício.
- você sabe que tem que me avisar quando vai vir no Fufu para me dar uma carona, não sabe ? - Sammy aparece com seu típico jeito dramático, se apoiando em meus ombros e me dando beijos na bochecha.
- Sam, eu não tive tempo, desculpe.
- okay, te perdoo por hoje.
Sammy e eu somos amigos desde a pré escola, eu estava em seu lado quando assumiu sua homossexualidade e ele quando quase todos da escola resolveram fazer bullying comigo. Nós nos protegemos, sempre foi assim.
- viu o gostoso do seu futuro namorado hoje ? Ele fica cada dia mais gato não é ?
Andrew está apoiado em seu armário com um sorriso no rosto e seus amigos, Kevin e Daniel ao seu lado. Os três são como uma realeza no colégio, nunca vi ninguém batendo de frente com eles, o que eu acho besteira, afinal, o que eles podem fazer ?
- Andrew sempre foi lindo. - suspiro.
- não acha que deveria falar com ele ?
- não Sam, ele não olharia para alguém como eu.
- eu acho que olharia. - Sammy me puxa para a sala e nos sentamos em nossos lugares de costume.
Ao lado da janela do outro lado da sala. Enquanto Sam me conta sobre seus ficantes eu observo o vai e de alunos na sala, o grupo de góticos entra e se senta nas carteiras da frente, o grupo das líderes de torcida se senta no lado esquerdo do fundo e finalmente Andrew e o resto do time entram e se sentam no fundo, no lado direito. Ele nunca me olha, nem quando seus olhos verdes amendoados vasculham a sala. Ele nunca me vê, ou não faz questão de me enxergar.
- Mia você me ouviu !? - Sammy exclama auto o suficiente para que todos olhem na nossa direção.
E finalmente, aquele olhos me encontram, olhos calmos e curiosos.
Meu Deus !
Travo a respiração e a saliva desce seca pela minha garganta.
Um...
Dois...
Três...
Quatro...
Cinco !
E como o esperado, ele volta o olhar para os amigos, voltando a sua conversa animada e se escorando as costas na cadeira, exibindo o sorriso perfeito para quem quiser olhar.
Mordo o lábio e aperto as alças da mochila, sentindo o couro raspar em minhas palmas das mãos e provocar um pequeno atrito, não um atrito ruim, mas com certeza, seria bem melhor sentir aqueles fios sedosos e escuros tocando meus dedos.
Suspiro pesado e agarro o braço de Sammy, o puxando para frente afim de conversarmos sobre algo aleatório que talvez, só talvez me faça perder o foco em Andrew Grayson.
Ele me encarou por cinco segundos.
Cinco malditos e torturantes segundos.
Nada mais !

GraysonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora