- Eu não reconheço você. – ela disse, incrédula – Como você foi capaz? – seus olhos já se enchiam de lágrimas pela milionésima vez naquele dia – Sua própria filha? Seu neto? O que você tem na cabeça?

Thomas bufou. Ele não queria conversar com sua esposa. Eles são casados há mais de vinte anos, ele a marcou no dia da noite de núpcias, mas Thomas nunca amou de fato sua ômega. Ele a traía constantemente, mas ela nunca soube, até porque era Katty que era fiel a ele e não o contrário. Ele teve que marcá-la porque a tradição mandava.

E mesmo sedento pelo poder como Thomas sempre foi, isso nunca foi importante pra ele. Thomas sempre foi um jovem ambicioso, queria mais do que podia. Ele era herdeiro de conde falido, seu pai estourou tudo que tinha com bebidas e vícios. Quando a oportunidade de cortejar a princesa do reino surgiu, ele a agarrou com unhas e dentes.

Na época, era mais fácil de esconder que sua família estava na ruína, então conseguiu acordos políticos com o rei Anthony – pai de Katty – e foi fácil cair da graça do mesmo, a rainha Sophie era a mais entusiasmada com o casamento e foi muito mais fácil conquistar o coração da princesa. Katty era uma jovem apaixonada, sua irmã já tinha se casado com um conde na Irlanda e como ela era a herdeira ao trono, tinha que se casar com um nobre.

Thomas a seduziu com palavras, com carinho e sem demora a princesa já estava nas suas mãos. O casamento foi pomposo e ele seria o futuro rei por casamento, era tudo que ele poderia querer. Depois de casados, ele continuou carinhoso até o nascimento de Toni, ficou feliz da vida por saber que seria uma alfa. Quando Katty engravidou novamente, ele torcia para que as gêmeas fossem alfas ou menos betas, mas não, vieram duas ômegas.

Ele nunca foi muito carinhoso com Polly ou Betty, mas as duas nunca se importaram. Quando Katty decidiu adotar Verônica, ele foi contra no começo, mas pensou que a garota poderia ser uma aliada quando ficasse mais velha, e então aceitou a adoção. Porém, quando detectaram que ela seria mais uma ômega, ele decidiu deixar pra lá e ser orgulhoso apenas com a sua mais velha.

- Eu tinha planos maiores, Katty! – exclamou raivoso – Eu ainda os tenho!

- Quem é você? – a rainha choramingou.

- Eu não vou explicar nada pra você, Katty. – ele bufou – Você não entenderia, afinal de contar, você é apenas uma ômega e seu dever é cuidar da casa!

A mulher chorou mais alto, seu peito doía tanto. Não era possível que seu marido, o pai de suas filhas, fosse um crápula.

- Eu vou me divorciar de você! – ela esbravejou, as lágrimas rolando pelo seu rosto – E vou fazer o possível pra tirar a sua marca de mim!

- Faça o que quiser, eu não me importo. – ele disse frio.

Katty deu uma última encarada no homem desconhecido a sua frente antes de decidir ir embora. Mas antes que ela fosse, Thomas a chamou. Katty se virou e fitou o alfa.

- Não espere que eu fique muito tempo aqui. – ele sorriu maligno – Afinal de contas, eu sou um rei.

- Não por muito tempo. – a rainha disse, debochada.

- Veremos. – ele rebateu.

A ômega revirou os olhos e abriu a porta, voltando a chorar. Logo, Robin apareceu e a levou embora, sem ao menos se despedir ou agradecer ao delegado, ela não tinha cabeça.

A única coisa que a rainha pensava era: como ela nunca percebeu que o seu alfa era assim? Como ele foi capaz de cometer atrocidades com a própria filha?

*

Nos dias seguintes, as coisas ainda estavam loucas perante a mídia mundial. Estavam analisando todas as provas, prendendo suspeitos da rebelião e Toni estava mais atarefada do que nunca, já que seu pai estava destituído do cargo e ela era a herdeira. Sua coroação iria acontecer mais cedo do que ela esperava.

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