11 - I don't know what I'm feeling

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A primeira coisa que ouvi quando abri os olhos foi a risada das crianças vindo do andar debaixo, me remexi na cama notando que eu estava completamente sozinha e isso me fez relaxar um pouco.

Eu não estava nem um pouco animada para me levantar daqui e ir trabalhar, mas aí eu lembrei que era sexta-feira e Saerom faria uma festa para comemorar mais uma de suas conquistas egocêntricas.

Eu, claramente não estava animada para me levantar da cama e passar o resto do dia trabalhando naquele maldito cubículo onde a única coisa que está no meu campo de visão é a tela do computador, mas eu também não estava animada para ir em uma maldita festa.

Me abraçei em um travesseiro que estava nitidamente com o cheiro de Jiwoo impregnado nele, eu me sentia como se estivesse abraçando a menor e isso de alguma forma me acalmou.

Me permiti ficar mais alguns minutos inalando o cheiro que vinha do travesseiro sem ter total consciência do quê eu estava fazendo, até ouvir o som da porta se abrindo lentamente e passos discretos.

Me mexi um pouco enquanto abraçava o travesseiro assim como Sun-Hee fazia com sua boneca, na qual ela não largava em momento nenhum.

— Você precisa se levantar e ir tomar café. — ouvi uma voz um pouco distante dizer enquanto sentia um beijo sendo levemente depositado em meus lábios.

Boa parte de mim estava dormindo enquanto a outra metade estava lutando para sair da cama e encarar o mundo lá fora, mas eu não estava nem um pouco animada para fazer isso já que como eu não precisaria ir para o trabalho no turno da manhã nem da tarde, eu me sentiria entediada.

No entanto, de noite eu teria que ir para aquela maldita festa. Saerom tinha feito questão de colocar explícito no convite que era obrigatório a participação de seus funcionários.

— Eu não quero sair daqui. — consegui responder sentindo uma leve rouquidão invadir minha voz.

Ouvi uma risada baixa e um leve carinho na bochecha o quê me fez abraçar o travesseiro com um pouco mais de força.

— E o quê irá fazer o dia todo? — ela perguntou mas eu estava com muita preguiça para dar de ombros então somente me virei para o lado oposto ao dela.

Senti mais alguns beijos mas eu não me importei muito com isso.

— Eu vou deixar seu café da manhã, não quero correr o risco de você ligar aquele fogão sem eu estar em casa.

Resmunguei em resposta mas soou como um bebê que está aprendendo a falar. E depois de alguns segundos eu entendi o quê ela disse.

— Nossa obrigada por ser sincera. — respondi depois de minutos refletindo sobre o quê ela poderia ter dito.

— Mas é a verdade.

Ouvi o som da porta se fechando e agradeci aos céus por isso, permaneci abraçando o travesseiro enquanto sentia o sono instalar-se pelo meu corpo. Eu deveria me levantar da cama e ir fazer alguma coisa mas estava tão ótimo onde eu estava, não tinha necessidade de se levantar daqui.

Após alguns minutos incosciente ouvi duas vozes infantis se despedirem e alguns beijos um pouco babados, diga-se de passagem, sendo depositados em minha bochecha.

Permaneci abraçada ao travesseiro com o cheiro de Jiwoo enquanto o dia passava-se lentamente.

                            ***

Deve ter sido mais ou menos umas dez horas quando eu acordei finalmente, eu nunca tive o costume de dormir tanto mas aquele trabalho realmente estava me matando.

Uncertain FutureWhere stories live. Discover now