você vem comigo?

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O planeta Terra tem 7 bilhões de pessoas, aproximadamente. Todas têm seus vícios, ainda que divergentes. Eu tenho três: cafeína, nicotina e uma nova substância chamada Ten.

Eu só gosto de estar com ele, aprecio a sua companhia, me derreto na sua gargalhada e estremeço com seu olhar. Acredito que sejamos bons amigos. Amigos que riem do nada quando o outro não consegue fazer uma manobra rápida na frigideira. Porque é isso o que Ten está fazendo agora.

— Não, não, Tae — ele está rindo da minha confusão. Estamos cada um fazendo uma porção. Eu estou preparando para ele comer e Ten, por sua vez, está preparando para eu comer. Quem se armou fui eu, porque eu sei bem que Ten vai comer coisa sem gosto enquanto eu vou comer algo bom.

— Põe mais bacon aqui — eu peço, mas ele nega com a cabeça.

— Vai ficar muito — eu estremeço quando ele segura a minha mão e me guia no movimento de subir e descer da frigideira. Dessa vez dá certo, já que não cai nenhum macarrão fora.

Estamos fazendo Carbonara. Ten disse que era simples e rápido, eu nunca nem vi isso. Tive fazer uma mistura louca de gema e queijo parmesão que com certeza deu errado. Ele ainda tenta salvar a pátria me falando para afastar um pouco do fogo e continuar mexendo antes que vire uma espécie de omelete. Estou sem paciência, quero desistir.

— Ui, estou com calor! — dou um passo para trás, porém me choco com o peitoral de Ten. Eu nem sabia que ele estava assim atrás de mim e tão próximo.

— Ei, calma, docinho — ele sussurra bem próximo do meu ouvido. Eu me arrepio todo e não vou nem dizer até onde.

Ele está realmente flertando? Eu não consigo acreditar nisso. Estamos tão próximos e o calor está tão grande nessa cozinha que eu nem consigo pensar direito. Eu hein, agora sim estou assustado e, sem drama algum, estou pensando em correr longe daqui. Se ele começar a me cantar, a parada vai começar a ficar séria e eu prefiro ela só na minha cabeça.

— Sua cara é a melhor! — ele ri e se afasta de mim, voltando a prestar atenção nos macarrões.

Filho de uma... Ele está gozando da minha cara? Como ele pode fazer um negócio desse com meu coração? Alguém avisa a ele que eu posso levar a sério essas brincadeirinhas idiotas? Desgraçado está me deixando todo nervoso desse jeito.

— Não brinque com isso, cara, eu entro em pânico — rio de nervoso, tentando amenizar a situação. Preciso de um amigo gay para conversar de uma maneira mais aberta.

— Abre a boca! — me pede, vindo com uma garfada para eu experimentar. Eu hesito, mas deixo disso e abro a boca. Nossa, está muito bom. — O que acha?

Eu murmuro o que deveria ser um elogio, pois a minha boca está tão cheia. Ele ri de mim e serve as porções no prato. Eu fico com a que ele fez e ele fica com a minha. Eu sinto muito por Ten, ele já está in memorian. Sentamo-nos à mesa e Ten tira foto do prato que preparei.

— A primeira vez que você cozinha para mim — ele sorri e bloqueia o celular. Coitado, está ansioso para a morte.

— Primeira e última vez. Você vai morrer — já vou logo passando a ideia pra ele se tocar e não comer.

— Exagerado — ele revira os olhos.

Assim como ele faz comigo, espero que ele coma antes e observo sua expressão. Não sou bom em ler expressões, principalmente quando se trata de Chittaphon. Ele arqueia o sobrolho e respira fundo.

— Está quente — comenta, rindo um pouco. Ele só tem isso para dizer? Deve estar mesmo uma merda, nem me surpreendo. — Está gostoso, Tae. Nem me encare assim, não estou mentindo.

café et cigarettes༶✎༶tae•tenOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz