XLV; dakho.

25.8K 2.9K 5.4K
                                    

— M-Meu pai? — TaeHyung gaguejou, em questão de segundos seu coração batia numa frequência alta, suas mãos tremiam e suavam.

Sim, seu pai. — Anne respondeu com certo desgosto. — Mas se estiver ocupado eu peço para ele te ligar amanhã.

— E-Ele está aí? — Kim respirou fundo, tentando segurar as lágrimas. Não sabia se estava emocionado, decepcionado ou extremamente triste; estava chocado.

Sim, mas vai ficar num hotel. Eu pagarei um. — ela respondeu dessa vez mais calmamente. Por que ela teve que pagar? Estaria ele sem dinheiro?

TaeHyung ficou encarando a parede completamente perplexo, estava pensando em pedir para Anne passar o telefone para seu pai. Ele queria falar com o homem desconhecido, mas era muita coisa, ele não poderia iniciar aquela conversa por telefone; sem contar que não sabia como ficaria diante àquilo, e tinha visitas em casa, ele tinha que ficar bem. Não poderia deixar aquele homem que saiu de sua vida antes mesmo que pudesse sair da barriga de Anne, estragar sua noite, era importante.

— Diz pra ele vir.. amanhã. — TaeHyung sussurrou, tão baixo que mal ouvia a própria voz.

— Tudo bem, querido. Mas você sabe que se não estiver à vontade, não precisa conhecê-lo. — Anne fez uma pequena pausa. — A escolha é sua.

Eu sei.. eu quero. — TaeHyung disse baixo novamente, se despediu de Anne e a mulher encerrou a ligação. Kim permaneceu parado, encarando a parede ainda chocado.

Ele tinha tantas perguntas e estava tão confuso, como seu pai conseguiu encontrá-lo? E o que ele queria? TaeHyung tinha bons motivos para não querer conhecer Dakho, aquele que lhe abandonou ainda quando estava no ventre de Anne. O homem foi embora sem mais nem menos, sem deixar um bilhete ou uma pista, sumiu e deixou Anne sozinha a beira de dar a luz. Isso TaeHyung não conseguia entender e nem aceitar, como alguém conseguia ser tão frio? Como alguém poderia ser tão cruel? E por que voltar depois de tanto tempo?

— Babe? — Jeongguk entrou na cozinha, TaeHyung colocou o telefone em seu devido lugar e se virou. Jeongguk sentiu seu coração quebrar quando viu que TaeHyung estava frágil, seu rosto pálido, os lábios tremendo como se ele estivesse prestes a chorar.

Entre perguntar o que aconteceu e abraçá-lo sem dizer nada, Jeongguk optou pela segunda opção.

Seus braços envolveram o corpo pequeno de TaeHyung, que recebeu de bom grado, abraçando a cintura de Jeongguk e afundando o rosto em seu peito. Duas lágrimas teimosas escaparam, TaeHyung sequer entendia o porquê de estar chorando e agradeceu o fato de que Jeongguk não perguntou nada, apenas o abraçou. Era o que ele precisava, um abraço.

— Ainda quer assistir o filme? — Jeongguk perguntou após um tempo, TaeHyung balançou a cabeça em concordância. — Conversamos pela manhã, pode ser?

— Pode. — o Kim fungou.

— Tae. — Jeongguk chamou, TaeHyung levantou a cabeça para encará-lo. — Eu te amo pra caralho.

[ ... ]

TaeHyung não sabia como ou quando, mas acabou dormindo durante o filme. Quando acordou já era de manhã e estava na cama sozinho, vestido apenas numa camisa social de Jeongguk, o menino sorriu ao imaginar a cena de Jeongguk lhe trazendo para o quarto no colo e lhe vestindo para dormir mais confortavelmente; TaeHyung tinha muita sorte. Levantou um pouco mais disposto do que nos outros dias e foi tomar banho, seu pai voltava a tona para seus pensamentos, pois era hoje que iria conhecê-lo. Depois de dezenove anos de sua vida sem nunca ter visto uma fotografia sequer daquele homem, hoje o veria frente a frente.

Domınαted.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora