8. Retaliação

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Entrei em contato com Francis e o ameacei de novo. Falei a versão da história que contei para David — para o caso de Ryan insistir nas ligações — e disse que agora as coisas ficariam extremamente desagradáveis por aqui.

No fim de semana contratei um caminhão de mudanças e me despedi da minha família.

Agora moraria em um apartamento no lado mais afastado do Kansas. Usei quase todo o dinheiro da herança da minha mãe comprando o apartamento e alugando um galpão abandonado — que cedo ou tarde seria fundamental para a conclusão das minhas armações.

Além disso, tive que ser meticuloso na escolha do apartamento e optei por um com quarto do pânico. A porta para o cômodo era escondida, atrás de um closet, e lá coloquei os documentos que Francis me deu junto com todos os podres da família Gordon. Em uma das paredes estavam a foto e os dados do Francis, em outra tudo o que reuni sobre Lilian, na terceira as informações do meu pai biológico e por último Ryan.

Por via das dúvidas deixei um canto para David na parede do pai e pendurei algumas fotos minhas como Ivi ao lado da dele.

Minhas fotos como Ivi não eram tão antigas, porém meus cabelos loiros e compridos, os olhos marcantes e a roupa descuidada me faziam parecer outra pessoa. Observei como mudei em tão pouco tempo e um estranho pesar tomou conta de mim, tanto que precisei balançar a cabeça e esquecer daquilo.

Deixei o quarto com todos os meus segredos e após limpar o local decidi pegar a chave do galpão com o proprietário, que precisei encontrar fora da cidade. Quando retornei havia um caminhão estacionado em frente ao prédio e móveis eram descarregados dele.

Imaginei que outra pessoa também estava de mudança até entrar e perceber que os carregadores entravam e saíam do meu apartamento.

Não foi difícil deduzir que aquilo tinha um dedo do meu pai.

Filipe conversava com os carregadores e dava instruções claras sobre onde cada móvel deveria ficar. Assim que ele me viu levantou os braços e veio me abraçar.

Filhão! – Ele falou, me abraçando forte. Nem parecia que tínhamos nos visto naquela mesma manhã.

— Pai? O que o senhor...

— Ah, tomei a liberdade de comprar seus novos móveis. Comprei dois computadores, uma impressora com fax, cadeiras, poltronas, prateleiras, tapetes, fogão...

— Ok, já entendi – Interrompi, olhando em volta e vendo os espaços vazios serem totalmente preenchidos. Mesmo a decoração estando muito boa, fiquei irritado pela intromissão. – Estou me arrependendo de ter dado aquela chave para o senhor. Eu é quem deveria fazer isso. Ainda tenho dinheiro...

— Que nada! Sou seu pai. Enquanto puder te ajudar, irei. Então guarde esse dinheiro para coisa importantes e deixe o resto comigo.

Caramba, como ele era teimoso! A pior parte daquilo era ver tantas pessoas se aproximando do quarto do pânico. Comecei a suar frio enquanto pensava se tranquei ou não a porta de acesso ao closet.

Me virei, querendo ver o restante dos móveis que Filipe comprou e o gesto me fez esbarrar em um dos homens que trazia as caixas.

— David!?

— Oi, amor – ele me beijou, equilibrando o peso da caixa na perna, e então volta ao trabalho.

Ok. Aquilo era confuso.

Olhei para o meu pai e ele sorria de um jeito incriminador.

Desde o que aconteceu na empresa David não conversa mais comigo e não respondia meus telefonemas ou as mensagens de texto. Vê-lo ali era assustador! Sabe-se lá se Ryan não havia colocado o filho contra mim!

Evil Boy (Romance Gay)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora