34. O QUE VEM DEPOIS?

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Ele deu as costas, ajeitando o chapéu e seguindo pelo gramado. Rick ficou ali mais um pouco, os olhos pensativos e a postura cansada.

E ali estava... foi o momento em que eu me lembrei que nem sempre havia um "felizes para sempre", muitas vezes tinha mais história depois da batalha final...

Nesse caso, vencer a todo custo, sem pensar no futuro, parecia o jeito errado de começar uma nova história.

Carl estava muito certo.

Fiquei ali escondido por mais um tempo, esperando que Rick fosse embora, enquanto pensava em tudo que tinha ouvido...

Parecia simples no começo, vencer os caras maus e fim, mas ao encarar as coisas pelo ponto de vista de Carl parecia um pouco mais complicado. Se para vencer tivéssemos que ser como os caras maus, então a vitória valeria mesmo a pena?

Ainda estava com esses pensamentos em mente quando voltei a caminhar por Hilltop com Bolt em meu encalço, no entanto mudei de foco quando vi minha mãe me chamando ao longe.

Ela parecia tensa, deixei Bolt ali fora e a segui para dentro da casa, até uma das salas, meu pai já estava lá, encostado em uma escrivaninha com uma expressão indecifrável no rosto.

— Seja o que for, não fui eu! — Me defendi erguendo as duas mãos, antes mesmo de ser acusado de qualquer coisa.

Meu pai riu de canto e mesmo a expressão da minha mãe suavizou.

— Só queremos conversar um pouco... — Ela se sentou no chão sobre o tapete e apontou para que eu sentasse também.

Aquele era o jeito de mamãe dizer que tinha algo sério para conversar comigo. Percebi que era a primeira conversa realmente séria que teríamos em família e ao invés de ficar preocupado com isso acabei empolgado com a situação.

Eu sempre quis um momento como aquele, nem que fosse para levar uma bronca.

Me sentei no tapete e vi minha mãe lançar um olhar para o meu pai, como se esperasse que ele fizesse o mesmo.

Daryl pareceu meio sem-jeito, mas se juntou a nós, sentando-se no chão.

— Estamos prestes a fazer uma coisa muito perigosa... — Mamãe começou e eu entendi o intuído da conversa.

— Lutar contra os Salvadores. — Completei e ela assentiu com um gesto.

Deu um suspiro pesado, como se estivesse realmente preocupada com tudo. Papai lançou um olhar compassivo para ela e então voltou a atenção para mim, como se estivesse procurando coragem ou o melhor jeito de dizer alguma coisa.

— Dessa vez Carl vai ter que ir junto. — Ele falou e senti um tanto de incerteza em seu tom, quase como se ele não tivesse certeza que podia mesmo se envolver naquela conversa, trocou um olhar com a minha mãe e ela o incentivou a continuar. — A maioria do pessoal vai, porque precisamos de todo mundo para plano dar certo.

— Mas eu não posso ir. — Completei novamente e foi a vez de Daryl concordar com um movimento de cabeça.

— Você tem que ficar em Hilltop porque é mais seguro. — Mamãe assumiu a palavra. — Ainda vai ter algumas pessoas aqui, a Tara vai ficar por exemplo e a Enid, Henry... Mas é só para uma emergência, Hilltop não vai ter força o bastante para resistir a um ataque, caso algo aconteça.

— Eu entendi. Então aqui é seguro, mas não dá pra ter certeza se é realmente seguro. — Compreendi o motivo de minha mãe estar tão tensa.

Ela passou a mão pelo rosto e eu percebi que meu pai tinha os olhos nela, como se estivesse preocupado.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Where stories live. Discover now