07. ZWISCHENZUG

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• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

Existe algo de libertador em limpar a mente, mas não é uma tarefa fácil. Minha mãe tentou me ensinar a meditar uma vez, mas eu parecia incapaz daquilo. Com o tempo, aprendi que a forma mais eficaz de me impedir de pensar em alguma coisa, era ocupar meu corpo e minha mente com outra coisa.

Trabalho, faculdade, filho, focar na realidade e manter os pés no chão, sempre me impediu de divagar sobre assuntos que eu não podia controlar. Eu aprendi a não me preocupar, me ocupando.

Infelizmente, no Santuário, minhas ocupações eram exatamente o que me preocupavam. Negan havia descoberto mais um dos meus pontos fracos; me obrigar a ser uma cretina com os Pontistas, era ainda mais eficaz que me deixar de guarda no harém. Ele abusava daquilo, me mandando supervisionar os piores trabalhos possíveis e, tudo que eu podia fazer, era aceitar com um sorriso no rosto.

Eu estava cansada. Cansada nas noites em claro, do choro, do nervoso, do abuso de Negan. De tudo. Eu só queria que acabasse, mas, não conseguia ver uma saída.

— Você está péssima. — Kane debochou, se sentando na minha frente.

Ainda era muito cedo, o refeitório vazio me dava um pouco de calma, porém Kane Bennet era quase minha sombra, principalmente depois da nossa visita a Alexandria.

Era como se o Salvador soubesse todos os meus horários, todavia aquilo me incomodava menos a cada dia, talvez fosse o costume, ou talvez eu estivesse tão cansada de suportar tudo sozinha que minha mente achasse confortável aceitar Kane como um aliado.

Mas ele não era um aliado, eu não podia confiar nele. E isso era algo que eu tinha que lembrar constantemente.

Ergui os olhos e o encarei por três segundos, pensei em rebater o deboche, mas eu estava cansada demais e preferi voltar minha atenção para o suco de laranja sobre a mesa, brincando com um dos canudos que viera no copo.

Tony deve estar de bom humor, ele sempre coloca dois canudos no suco quando está de bom humor. Provavelmente tinha feito as pazes com Simon.

— Você precisa parar com isso... — Kane suspirou em forma de advertência.

— Parar com o quê? — Perguntei, apoiando minha cabeça na mão esquerda, enquanto com a direita tirava e colocava um dos canudos de volta no copo, enquanto o outro permanecia intocado.

— Seu comportamento. — Respondeu entredentes, arrancando o objeto de mim sem nenhuma delicadeza.

Observei Kane jogar o canudo longe, pouco preocupado com quem limparia aquilo. Era como se eu pensasse em câmera lenta e não fui capaz de assimilar o que ele queria dizer, percebi que minha mente estava um tanto letárgica, talvez fosse a falta de sono. Havia apenas um canudo no meu copo agora.

Ele negou algumas vezes e se debruçou na mesa, aproximando o rosto do meu.

— Você está desistindo, você parou de jogar e, aqui dentro, é assim que você acaba morta, ou pior. Então, pare com esse comportamento. — Abaixou consideravelmente o tom de voz enquanto falava.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora