28. O LADO SOMBRIO DA DOR

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• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

Silêncio. Minha mente estava parada em um limbo do espaço tempo e tudo que havia era silêncio, ao redor tiros ecoavam ao longe, bombas e explosões. Eu sabia que Alexandria tinha caído e não sentia nada sobre isso.

O motor roncava, mostrando que meu pé estava fundo no acelerador e, apesar do som que ecoava no carro e fora dele, dentro da minha mente todo que havia era silêncio...

A ausência de qualquer pensamento era atípica, eu sempre pensei demais, sempre tive a cabeça cheia de coisas, passado, presente e futuro, toda uma vida de possibilidades e planos. Mas naquele instante não havia nada.

E eu gostava do vazio, flertava com aquela calmaria e me envolvia nela, porque qualquer coisa que me impedisse de sentir, por pelo menos alguns segundos, parecia acolhedora e amiga.

Eu estava parada no nada dentro de mim, sabendo plenamente que era aquilo que eu queria. Nada mais de guerras, nada mais de dor, nada mais de decisões de vida ou morte. Eu estava cansada de lutar e ser forte, eu só queria ficar ali, presa naquele lugar da minha mente onde só havia paz e silêncio.

Mas, como se a vida fizesse questão de esfregar a realidade na minha cara, um errante apareceu na estrada e, já que eu não desacelerei, seu corpo se chocou com o carro, espalhando sua gosma preta pelo para-brisas. Forçando meu cérebro a pegar no tranco e ligando o interruptor de pensamentos dentro da minha mente.

Tudo voltou... Luka... em uma cacofonia sonora e visual as lembranças se amontoaram na minha mente me obrigando a sentir tudo de uma só vez. A dor, culpa, ódio e arrependimento se amontoaram ao redor do meu coração, me impedindo de sentir qualquer outra coisa e ao mesmo tempo me fazendo sentir tudo junto.

Passado, presente e futuro começaram a se confundir e se misturar, de repente tudo parecia terrível, era como estar caindo e saber que a queda vai te matar, mas ao mesmo tempo nunca chegar ao fim do abismo. Como se alguma força cósmica quisesse perpetuar a dor dentro de mim, me negando o consolo da morte.

Morrer era fácil e indolor. Mas não era permitido que eu morresse.

Mães não podem morrer, mães não podem desistir.

Lutar pelos meus filhos sempre tinha sido minha fonte de força e resistência, mas naquele momento em que eu sabia que tinha falhado com Luka, continuar lutando por Petter me parecia um fardo.

Não era certo ou justo pensar assim do meu menino, por isso eu afastava esse pensamento e procurava por qualquer coisa que me fizesse ficar de olhos abertos por mais um momento.

No entanto, era difícil permanecer sã quando todas as minhas decisões até ali pareciam uma sequência de falhas com consequências severas.

Revivi meu momento no caminhão de Negan e procurei por aquela chama que tinha me feito matar Connor. Era apenas ódio, puro e simples, não tinha proposito ou razão, mas matar um Salvador tinha feito tudo em mim sumir por um instante e aquele breve instante de silêncio tinha valido a pena.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora