34. O QUE VEM DEPOIS?

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• PETTER COOPER •

Mamãe costumava ler histórias para que eu dormisse... Mesmo quando ela estava cheia de trabalho, perdida entre o notebook e dezenas de anotações, ele parava por alguns minutos para se sentar ao meu lado no quarto e ler alguma coisa para mim.

Com o tempo eu passei a perceber algumas diferenças básicas entre algumas histórias; a maior parte delas terminava com o bom e velho "e viveram felizes para sempre", mas algumas poucas não acabavam assim.

Essas histórias me incomodavam um pouco, quer dizer, os mocinhos tinham vencido, por que não tinha lá que eles viveram felizes para sempre?

Em uma dessas ocasiões mamãe me explicou o que finais abertos significavam, e como eles eram muito mais fieis a realidade.

Mamãe disse que "viveram felizes para sempre", era apenas um recurso preguiçoso de narrativa, e óbvio que eu não entendi, então ela explicou que era algo usado para deixar as pessoas satisfeitas, algo para dar ilusão de fim, quando na verdade aquelas histórias não terminaram ali... Havia mais.

Então o "felizes para sempre" parou de fazer sentido para mim, quer dizer, se havia mais história dos meus personagens preferidos, se havia mais vilões para enfrentar e mais problemas para resolver, então por que dizer que eles tinham vivido felizes para sempre?

Era confuso e um tanto frustrante.

Eventualmente deixei tudo isso de lado, eu cresci, os zumbis vieram, não havia tempo para histórias e eu esqueci dos "finais felizes".

Mas me lembrei de tudo isso aquela tarde em Hilltop, quando ouvi Carl e o Cabeça de Melancia conversando...

Não foi de propósito, eu estava sentado em um canto meio escondido entre um dos trailers e o muro de Hilltop. Mamãe e papai tinham voltado bem da missão deles lá fora, tinham feito uma longa reunião com Rick e eu tirei um tempo para ficar quieto.

Okay, eu não estava quieto de verdade, eu só estava ali porque era um bom lugar para escalar e olhar por cima do muro, talvez treinar minha mira em alguns podres com o meu estilingue.

Quando ouvi o som das duas vozes se aproximando, pulei de volta para o chão e me escondi do lado do trailer, fazendo um sinal silencioso para que Bolt ficasse quieto.

Eu não queria ser pego ali, geraria muitas perguntas e alguém acabaria contando para mamãe, ela já estava tensa o bastante com aquelas coisas de guerra. Então preferi ficar quieto ali mesmo.

Não pretendia ouvir a conversa dos dois, só pra deixar claro, mas se eu saísse pela esquerda daria de frente com eles, pela direita a passagem estava bloqueada por alguns troncos que tinham sido colocados ali talvez para reforçar o muro, atrás de mim tinha o trailer e na frente o muro em si. Não havia para onde ir, por isso apenas me sentei no chão.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora