08. CULPA

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• DARYL DIXON •

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• DARYL DIXON •

A alta velocidade da motocicleta, nas curvas da estrada, me mantinha focado no presente. Era meu dever ficar atento a cada detalhe, no intuito de saber se eu estava sendo seguido.

Eu não fazia ideia se estaria tão focado daquela forma, se não estivesse plenamente ciente do peso do meu passageiro no banco de trás.

Paul Rovia tinha aparecido no último minuto, dando um direcionamento para minha fuga repentina. Eu não sabia o que ele estava fazendo no Santuário e não tinha tempo de perguntar naquele instante.

Talvez a vida fosse isso mesmo: um compilado de perguntas sem resposta.

Apertei a manopla e exigi tudo do acelerador, certamente Salvadores viriam atrás de mim e eu tinha que ganhar o máximo de dianteira possível.

No entanto, durante todo o caminho, não houve qualquer indício de que estávamos sendo seguidos. Seja lá quem tivesse me mandando aquele bilhete de fuga, devia estar atrasando os Salvadores.

Me lembrei do papel amarelado, passado por debaixo da porta, junto com a chave, e do sentimento que veio com ele. Aquela esperança e alívio de pensar que, talvez, Natalie Cooper não tivesse mudado tanto assim.

Mas, tão logo bati os olhos na caligrafia, eu soube que não era dela. Sua letra floreada e levemente inclinada tinha ficado presa na minha mente no decorrer dos anos, e eu reconheceria em qualquer lugar.

Aquelas palavras não eram dela e, mais do que a oportunidade de fuga, aquele bilhete de apenas duas palavras me trouxe a certeza de que a Natalie que eu conhecera em Dawsonville estava morta, ela era uma Salvadora e, como a própria tinha dito, não me queria ali.

Então, deixei tudo aquilo para trás e parti. Era o certo a fazer.

— Estamos em casa! — Paul Rovia exclamou alegre, atrás de mim, acenando para o garoto que estava de guarda nos portões de Hilltop.

Senti um arrepio na espinha, a última vez que estivéramos ali tinha sido com Glenn. Tínhamos nos oferecido para lidar com os Salvadores, pensando que fossem apenas um grupo pequeno.

Eu mesmo, no auge da minha petulância, dissera que podíamos vencê-los, até me gabei de ter acabado com vários deles na estrada.

Era como se tudo tivesse acontecido há meses, mas fazia apenas algumas semanas...

— Vou te levar para o trailer, daí você pode ficar à vontade pra se limpar... — Eu já tinha aberto a boca pra resmungar uma negativa, quando Jesus terminou a frase. — Maggie vai ficar feliz de te ver.

— Maggie? — Repeti incrédulo.

Eu tinha visto o túmulo dela em Alexandria, Rick dissera que ela não tinha suportado a morte de Glenn. Era mais uma vida perdida na minha conta.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora