Dez

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E toda vez que fica muito verdadeiro
E toda vez que eu sinto vontade de sabotar
Eu começo a correr novamente
E toda vez que eu me afasto
Eu realmente queria dizer que sinto muito
Mas eu não digo nada. – Let You Love Me, Rita Ora – Phoenix (Deluxe).

 – Let You Love Me, Rita Ora – Phoenix (Deluxe)

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Passo a mão por meu rosto e suspiro. Meu caderno ainda está sobre a cama mas Justin havia ido embora depois de tudo que eu disse a ele.

Quando eu entrei no quarto e o encontrei com meu caderno, o caderno que só eu sabia da existência – pelo menos até agora, fiquei cega.

Era como se ar fosse tirado de meus pulmões, minha cabeça girava e tudo que eu conseguia pensar era que ele sabia. Minha visão foi tomada pela cor vermelho, e não enxergava mais nada senão o caderno com seus dedos nas folhas.

Sabia que ele estava dizendo coisas, percebi sua boca se mexer. Mas não ouvia nada, tudo que ecoava em minha cabeça era que ele sabia o que tinha acontecido.

Eu sinto a culpa me corroer por ter falado tudo aquilo; a forma como Justin me olhou quando eu disse que ele não era nada meu junto aos momentos em que ele tentava me explicar tudo com sua voz afetada não saem da minha cabeça.

Sua voz estava afetada pelo que ele havia lido ou por eu tê-lo pego?

Naquele momento eu estava com raiva, não dele, mas de mim. Deus, eu me odeio por ser tão fraca a ponto de não conseguir falar sobre aquilo para as pessoas, eu odeio como eu afasto as pessoas por medo.

Eu pensei que quando ele percebesse que eu sou apenas um amontoado de problemas ele faria como todos os outros.

Alcanço meu celular no bolso de minha calça jeans e desbloqueio acessando minha lista de contatos. Mordo meu lábio inferior pensando se devo ligar ou não.

Antes que eu ligue, ouço batidas na porta e eu respiro aliviada caminhando até lá. Quando eu a abro, encontro minha amiga encostada no batente com uma caixa de pizza e um sorriso nos lábios.

Sorrio de lado e dou espaço para que Lizzie entre.

– Vou pegar nossos copos. – deixa a caixa de pizza sobre a mesa e sai do quarto.

Aproveito e guardo o caderno.

A loira volta para meu quarto com nossas canecas em mãos, a dela com cerveja e a minha com suco. Agradeço e pego meu copo preto, sentando-me em minha cama com pernas dobradas.

– Calabresa e quarto queijos. – ela diz quando eu levanto a tampa da caixa quadrada.

Passo a língua por meus lábios e pego um pedaço de calabresa.

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