Insanidade

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02h32. Caian acorda no chão. Abre os olhos lentamente. Encontra-se no estúdio em que antes havia feito algumas fotos. A sala está superficialmente iluminada. Ele está com dores na cabeça. Provavelmente é algum efeito colateral do sedativo. Seus pés e punhos estão fortemente amarrados. Nós extremamente apertados em ambos os membros. Calafrios sobrevêm. Caian olha para os quatro cantos da sala/estúdio: não há ninguém. No entanto, a voz da quadrilha psicopata soa vinda do andar de baixo aos ouvidos dele. Ele está fraco. A dor de cabeça que sente é semelhante a uma ressaca de uísque. Além disso, sente um cansaço como se estivesse passado a noite em claro. A vontade que Caian tem é de gritar. De mostrar seu desespero. Mas ele opta por ficar calado e mostrar a si mesmo que possui a capacidade de sair daquela situação e, principalmente, que tudo ficará bem – mesmo com as mínimas probabilidades possíveis. Contudo, seu semblante e seus olhos enchendo-se de lágrimas deixam a desejar. Ele pensa que vai morrer. Caian escuta passos pesados subindo a escada da casa. Em seguida, ouve Lorenzo dizer:

- Vou ver se ele acordou.

Lorenzo abre a porta lentamente.

- Oi gatinho. Já acordou? – Diz ele, maliciosamente.

Caian olha assustado nos olhos de Lorenzo.

- Me deixa ir embora. Eu te suplico... – Pede Caian, ainda chorando no chão, desesperado.

- Calma, amiguinho! Você vai sair dessa. Mas tudo aqui é uma troca. – Lorenzo olha para os lábios de Caian.

- Que? Do que você tá falando? O que você quer? – Pergunta ele, com olhar de nojo.

- Quero você! Sempre quis desde que te vi no shopping. – Lorenzo se aproxima de Caian.

- Sai fora. Socorro. Alguém me ajuda. Socorro. – Grita ele, fortemente, depois de cuspir na cara de Lorenzo.

- HAHAHAHAHAHA. Esqueceu que compramos as casas ao redor para montar nossa agência? – Lorenzo limpa a baba de Caian do rosto. – Ninguém vai te ouvir. Grite o quanto quiser. Mas quer saber? Sua voz tá começando a me irritar. – Ele dá dois socos no jovem: um na barriga e outro no rosto no qual o deixa sem fôlego por segundos.

Depois de tossir e ficar sem ar com a intensidade da agressão recebida, Caian cai em desespero. Continua a gritar. Mesmo com muita dor. Aos prantos pede socorro. Sem êxito.

- Cala essa boca, porra! Vou ser obrigado a fazer... Isso... – Lorenzo levanta Caian do chão, o deixa de joelhos e dá outro soco na direção de seus lábios. Ele cai novamente para trás e se contorce no chão.

Lucas e Nuno entram no quarto para saber o que se passa, devido aos gritos de Caian.

- Por que esse verme tá gritando? – Dispara Nuno.

- Ele acha que alguém ouvir o pedidinho de socorro dele. HAHA – Responde Lorenzo, olhando para Caian e ironizando-o.

- Sabe qual seria meu maior sonho agora? – Declara Lucas, com um olhar psicodélico para Caian. – Ficar um pouco sozinho com ele. Será que eu posso?

- Isso já não é muito comigo irmãozinho. Aliás, tô indo dormir. Aproveita bem! – Responde Nuno. – E se precisar, só dá um grito que dou outra lição nesse desgraçado. Dessa vez, serro os punhos dele. – Nuno sai da sala/estúdio.

- NÃO! PAREM! ME DEIXEM SAIR DAQUI! PSICOPATAS! LOUCOS! QUE MERDA! – Grita Caian, novamente.

Lucas se irrita e pega o notebook que está em cima da mesa, próximo ao local em que eles estão e joga em direção ao corpo de Caian. Ele grita de dor – resultado da agressividade com que o notebook acerta seu braço direito.

- É melhor você ficar quieto. Se não as coisas podem piorar pra você... – Afirma Lucas.

- Tira tua camisa e me dá Lucas. Vou calar a boca desse otário. – Pede Lorenzo.

Após o pedido, Lucas retira a camisa. Lorenzo a pega e, depois de abrir uma gaveta da mesa do outro computador e pegar uma tesoura, a recorta em várias partes. O restante do pano velho ele põe na boca de Caian para que ele cesse a gritaria e a voz alta.

- Pronto. Agora sim acho que vamos poder dormir tranquilos. Ops. Quer dizer, eu, Nuno e Verena... Acho que sua noite vai ser longa, né irmãozinho? – Diz Lorenzo, virando-se para Lucas e sorrindo diabolicamente.

- HAHAHAHAHAHAHA. – Lucas ri.

Com o rosto roxo e a boca sangrando, Caian está aterrorizado. Por um momento ele deseja a própria morte. Ele não imaginaria que fosse cair numa cilada de psicopatas. Ele queria que caísse uma bomba atômica naquela casa. Aliás, deseja isso a todo o momento enquanto encontra-se ali. Ele não acredita que será abusado sexualmente. Fora a violência psicológica que está sofrendo é sem igual.

- Tenham uma boa noite. – Despede-se Lorenzo, rindo.

- Será a melhor da minha vida, irmão. – Afirma Lucas, sorrindo e olhando para Caian.

O jovem está sem forças físicas. Amarrado. Indefeso. Lucas se aproxima, olhando-o fixamente. Direciona o olhar para o corpo de Caian. Lucas apalpa as regiões genitais do rapaz. Ele tenta gritar, mas o que sai é só o som abafado do pano. Lucas dá uma tapa na cara dele. Em seguida, rasga a camisa de Caian. Fica encantado com a barriga meio dividida. Lucas beija o abdômen de Caian. Posteriormente, desabotoa as calças. Caian se contorce para tentar evitar o abuso, mas recebe um soco nas costelas que o deixa imóvel.

- FICA QUIETO, PORRA. QUER APANHAR MAIS?! – Pergunta Lucas.

Depois de deixar Caian totalmente nu, o psicopata tira todas suas vestes e abusa sexualmente do jovem. Isso de forma agressiva. Ao mesmo tempo em que se relaciona sexualmente, de forma forçada com Caian, Lucas o agride. No rosto. Arranha-o. Simultaneamente, Caian chora. Em sua mente, começa a se concretizar um terrível trauma. Ele está em agonia. Não pode gritar. Não possui capacidades físicas de defender-se. Seu corpo está com hematomas. Rosto e lábios inchados – resultado dos variados tipos de violência que sofreu em menos de 10 horas. Ele sente medo do que pode vim nas próximas horas.

Depois de terminar o que estava fazendo, Lucas se levanta do chão, veste-se. Apaga as luzes da sala. Tranca a porta na chave. Desce. Deita-se. Dorme.

Concomitantemente, Caian pensa nos pais. Pensa em um sonho destruído e longe de acontecer. Ele já estava acreditando que iria se tornar modelo - palavras firmes de Lorenzo. Lágrimas escorrem continuamente. Ele tenta descobrir o motivo de estar passando por tanta humilhação. Deitado no chão, nu, ele vira-se de lado. Fecha os olhos. Adormece.

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⏰ Last updated: Dec 08, 2018 ⏰

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