Capítulo 25

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Por Carina ( mãe de Lya )

Chego no quarto do hotel e retiro a peruca loira e os óculos escuros, eu sei que o que eu fiz não foi inteligente, mas eu estava com medo, ainda estou.
Minha filha vai me odiar, certeza. Pelas notícias que tenho pelas redes sociais não acharam ela, tenho entrado em contato com algumas pessoas e achei o lugar onde ela está escondida, onde ele está escondendo ela.
Faz um mês que fugi e um mês que ela foi levada, fiz algumas ligações e pedi para verificarem se a informação era verídica, não demorou muito pra que recebesse um e-mail com fotos da casa.
Era grande e cercada por muros altos, o vizinho mais próximo era a quilômetros... o lugar perfeito pra ele.
Depois de pensar muito, fiz a coisa mais sensata, peguei o telefone e disquei o número de denúncias anônimas.

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Por Lya.

Depois daquela noite, não sai do quarto, alguém veio trazer meu café na manhã seguinte, nem me dei o trabalho de pedir ajuda, ou comer, e nos dias seguinte também não sai da cama, exceto a noite... todas as noites ele vem e faz seu trabalho, meus braços e pernas estavam roxos, todo meu corpo doía, na noite passada ele reclamou de eu estar magra demais e disse que hoje me traria uma surpresa. Não esperei nada, mas fui surpreendida, quando desci as escadas e encontrei Daniel parado no meio da sala.
- O que está fazendo Aqui? - perguntei totalmente desconfiada.
- Você disse que a trataria bem - ele se virou para o Ruy, me ignorando totalmente.
- Ela se recusa a comer, esta magra, da um jeito - dito isto ele saiu, me deixando sozinha com Daniel.
Ele se virou e tento se aproximar, mas eu me afasto.
- Calma - ele disse.
- Calma? - comecei a me alterar - Calma?!
- Por favor - ele disse se aproximando.
- Não - meus olhos se encheram de lágrimas, por tudo e principalmente pela traição - Você sabe onde eu tô, sempre soube né? - em seus olhos posso ver tristeza.
- Eu sinto muito - ele disse quase num sussurro.
- Por que? É só o que quero saber - ele suspirou.
- Você não entenderia - ele disse me olhando - Você tem que voltar a comer - dei uma risada irônica.
- Então agora se importa? Mas quando ele me levou para aquele quarto você não se importo certo?
- Nao adianta discutir com você - ele se virou pra ir embora e voltou - um dia quero a oportunidade de poder te explicar, em um momento que você esteja melhor - ele me olhou triste e foi embora.
Eu subi pro quarto e me deitei, era o que mais fazia nos últimos dias, depois de chorar um monte ele voltou, e repetiu o que fazia todas as noite e mais uma vez eu fiquei horas em baixo do chuveiro tentando arrancar minha pele e a sujeira que eu sentia.

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Por Lucas.

Aqui em casa tá um euforia, recebemos uma ligação anônima, a pessoa passou um endereço e desligou, faz uma semana que isso aconteceu e eu não soube de nada até agora, minha mãe foi conferir, era uma propriedade afastada, no meio do nada, fizeram algumas perguntas na vizinhança vulgo uma única família que morava a quilômetros dali, segundo relatos a casa voltou a ser usada a umas duas semanas, meu coração errou um batida quando ela disse que iam fazer uma operação, tudo bem que podia não ser nada, mas se fosse... seria tudo. Eu sonhava todas as noites com ela, com seus lábios, o gosto deles...
- NÃO - Minha mãe grita pela milésima vez - você não vai - dei um soco na parede.
- Você não pode me impedir - disse decidido a ir junto, se houvesse uma chance de resgatar a minha garota, nem o inferno me impediria.
Ficamos nos encarando por um tempo, então ela suspirou.
- Você não vai desistir, né? - balancei a cabeça negativamente - tudo bem, prefiro que vá comigo em segurança do que sozinho e faça alguma burrada.
Subi e troquei minha roupa, o caminho até a delegacia foi silencioso, quando chegamos ela começou.
- Primeiro: você só vai se me prometer ficar no carro - suspirei e assenti - segundo: não banque o macho, essa missão é importante e qualquer atitude fora do combinado pode matar alguém.
Depois de combinados ela me entregou um colete e uma arma, me mostrou como se usa e disse ser por precaução.
Eu estava nervoso, minhas mãos suavam enquanto todos se preparavam e minha mãe passava todas as instruções: bater na porta e fazer algumas perguntas, ela tinha um mandato de busca e apreensão para entrar na casa, caso a pessoa resistisse, então usariam força.
Entramos nas viaturas e fomos até nosso destino.

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