Capítulo 24

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Autora narrando.

Faziam três semanas que Lya havia sido levada, cada um próximo dela lidava com isso de uma forma diferente. Sua mãe... estava com tanto medo de que Ruy contasse a polícia sobre o que ela tinha feito que sumiu do mapa, não ligou e nem quis saber de sua filha, totalmente guiada pelo medo, o que fez dela uma suspeita no desaparecimento de Lya.
Amélia, sua avó, ficou em Los Angeles enquanto seu marido voltava para o Canadá, afinal alguém precisava cuidar da empresa, mas eles se falavam toda a noite, ele havia mobilizado todos os contatos que tinha, para encontrar sua neta.
Mel e todos os amigos de Lya, espalharam cartazes pela cidade, com foto e até recompensa pra quem tivesse alguma dica.
E Lucas... ele se afundou totalmente, começou a fumar e beber, na primeira semana ele procurava em cada canto dessa cidade, mas depois ele foi desanimando, até desistir totalmente. Lya foi a única menina que ele amou de verdade, não saber onde ela está ou se ela está bem, traz a tona o pior dele.
E Lya?
Bom...

Por Lya.

Todos os dias a mesma coisa, troquei de lugar três vezes e agora parece definitivo, a casa que estou é grande, tem até um pátio e eu posso sair uma vez por dia, "uma recompensa" é o que ele diz, afinal passei uma semana sem tentar nada. Nesse meio tempo perdi 5 kg, pelo menos é o que o médico disse, sim tem um médico que vem me ver toda a semana, eu tentei convencê-lo A me ajudar, porém ele nem fala comigo, me trata como se fosse uma situação normal, ainda tenho esperança de que vão me encontrar, até então ele não tentou nada, mas algo me diz que não vai demorar muito, por que hoje pela manha tinha um vestido e um bilhete em meu quarto.
"Vista hoje a noite"
Passei a tarde com o coração acelerado, cogitei não vestir e esperar a noite, no entanto já vi o que acontece se eu não obedecer, minha bochecha latejou com a lembrança do tapa que recebi alguns dias atrás, quando ele tentou me beijar e eu chutei suas bolas.
Esperei o anoitecer e após tomar banho coloquei o vertido preto, colado ao corpo e o salto vermelho, eu não passei nada no rosto e aguardei até que ouvi duas batidas na porta, e sem esperar resposta a porta foi aberta... la estava ele, senti a bile subir a garganta.
- Você está deslumbrante - Ruy me ofereceu a mão, mas eu ignorei ele é passei reto descendo as escadas, na sala havia uma mesa posta para dois, me sentei e esperei que ele aparecesse, quando o fez ele tinha uma garrafa de vinho em mãos, se sentou e encheu nossos copos.
- Como foi seu dia querida?- permaneci em silêncio - quantas vezes terei que dizer: não adiante me ignorar - continuei em silêncio, ele ficou me observando até se levantar e vir em minha direção, me pegou pelo braço e me levantou - Tudo bem, você quer fazer as coisas do jeito difícil? - tentei me soltar mas seu aperto era firme - nos vamos fazer do jeito difícil  - ele arrastou e me prendeu contra a parede, comecei a ficar preocupada.
- Me solta - falei enquanto me debatia e ele riu.
- Agora você tem boca? - quando terminou de falar sua boca estava na minha, tentei me soltar mas não tive sucesso, então apenas fiquei parada, não retribui e nem fiz nada, apenas esperei.
- Hoje vou te ensinar respeito - fiz do tudo pra me soltar, gritei, me debati, mas nada o impediu de me levar até seu quarto, chegando lá ele me soltou e trancou a porta, totalmente desesperada procurei uma saída, porém o quarto era fechado, sem escolha eu fiquei observando meu destino, ele se despiu e veio em minha direção.
- Por favor - Minha voz saiu baixa e lágrimas escorreram pelo meu rosto.
Era a primeira vez que chorava desde que tudo aconteceu, sem mais nenhuma força pra lutar, deixei que ele me deitasse de costas e retirasse a minha roupa, tentei impedir que ele retirasse minha roupa íntima e recebi um tapa como resultado, sem esperar ele me penetrou... fechei meus olhos e entrei em minha mente, procurei uma lembrança Boa e me foquei nela, me perguntei se meus amigos me procuravam, se minha família sentia minha falta... tentei de todas as formas bloquear o que realmente estava acontecendo, a única coisa que eu fazia era deixar a minha dor escorrer com minhas lágrimas, enquanto aquele homem gemia e batia em minha bunda, apertava o interior das minhas coxas, onde provavelmente ficaria roxo, quando ele finalmente gozou, ele apenas disse.
- Vá pro seu quarto - Como se fosse totalmente normal.
Me levantei da melhor forma que pude, quando entrei no meu quarto corri pro banheiro e vomitei, tudo em mim coçava, me sentia suja, liguei o chuveiro e fique um longo tempo deixando a água cair sobre minha pele.

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Por Lucas.

Cheguei em casa pela manhã, depois de mais uma noitada, meu pai estava parado no batente da cozinha com uma xícara em suas mãos, passei reto ignorando sua presença.
- Foi nisso que você se tornou? - parei no meio da escada - é isso que vai fazer com a sua vida?
Me virei e o observei me julgar com os olhos.
- Você não entende - me sentei na escada.
- Eu entendo melhor do que você imagina - abaixo a cabeça e espero o sermão vir, porém isso não acontece - Sobe e toma um banho, você vai pra escola, nos vamos achar a sua garota - ergui os olhos e ele já tinha ido, me levantei e fui pro quarto, depois de um banho gelado pra tirar a ressaca, sai do banheiro encontrando Mel sentada na cama, olhando uma foto nosso com a Lya. Foi num domingo, ela estava aqui em casa e tiramos a foto.
- Fala comigo, com a mãe ou o pai... - ela ergueu os olhos cheios de lágrimas pra mim - mas não some assim - ela se atirou em meu pescoço, a envolvi com meus braços enquanto ela chorava.
- Tudo bem maninha - afaguei seus cabelos até ela se acalmar.
- Você é minha outra metade e eu sei que não tá fácil pra você, mas a gente não pode desistir - ela me olhou e eu assenti.
- Eu sei, vou parar com essas coisas, juro - ela assentiu.
- A gente sai em 20 minutos - depois de me abraçar mais um vez ela saiu.
Terminei de me arrumar e saímos indo pra escola.

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Depois de cinco períodos extremamente chatos, o sinal bateu e fomos saindo, escorado no nosso carro estava Victor, quando ele ergueu os olhos, vimos olheiras e eu quase... quase, senti pena dele.
- Eai - o comprimento de longe.
- Oi - ele deu um beijo na bochecha de Mel - alguma notícia dela?
- Nada - Mel respondeu por mim.
- Tava pensando, a gente podia dar uma volta pela área rural mais afastada, sei lá... - ele passou a mão pelos cabelos - Eu não consigo ficar parado, sem fazer nada - assenti.
- A gente pode ir amanhã de tarde - sugeri e ele concordou.
- Perfeito - nos despedimos e ele foi embora, não posso dizer que estamos bem, mas demos uma trégua, pra achar ela.
Eu só espero que não demore, por que eu preciso dela... preciso...

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Tadinho do Lucas gente 😭

Ele sofrendo e a nossa Lya também, eu sei que é pesado esse assunto e de inico eu não queria tomar esse rumo, mas achei importante falar disso, assédio é crime e deve ser denunciado, não esqueçam disso, nos mulheres merecemos respeito como qualquer um ⚘.

Pergunta do Capitulo:
Do onde vocês São?

Me:
Rio Grande do Sul.

Enfim, tentando fazer capítulos nais longos, espero que gostem.

Não esqueçam de votar e comentar pra mim o que acham.

Bjs Naty.

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