Querido, estou chegando! (Completo)

Capítulo 24

Eu ouvi palavras ditas com carinho
De que na vida ninguém é feliz sozinho
E você é um alguém que sempre me fez bem
Me protegeu e me tirou de todo perigo
E quando eu precisei você chorou comigo
Valeu por você existir, é tão bom te ter aqui

Eu rezo e peço pra Deus cuidar
A sua vida abençoar

Vou correr por você até o fim

Me quis tirar do mal, eu percebi
Disse verdades que eu mereci
Então pra sempre amigos, sim
Se Deus quiser
Vou ter você guardado no meu coração
Até nos seus conselhos de irmão
E é pra você que eu dedico essa canção

Jordan e Justine anos atrás.... PARTE 1

Justine

Acordei cedo como sempre, me troquei para a escola, arrumei o cabelo como a mamãe sempre pedia e fui para a sala tomar meu café.

Todo dia era a mesma coisa, regras e mais regras, vou fazer 11 anos de idade e nunca pude ser uma criança normal, por ser filha única minha mãe não cansa de dizer que tenho obrigações, preciso ser uma verdadeira dana da alta sociedade, elegante, culta e uma esposa troféu para algum homem rico no futuro.

Tive sorte ela dizia em ter nascido em uma família tão conceituada e distinta, onde gerações e mais gerações eram da elite politica do nosso país, mas eu odiava tudo que esse mundo me oferece, porém não havia a quem recorrer.

Hoje estava disposta a mudar o meu dia, iria fugir da aula e passear pela cidade, sem segurança, sem ninguém só eu, peguei um pouco do dinheiro que tinha guardado e coloquei meu plano em prática. Assim que cheguei na escola, entrei normalmente, e espiei que o carro com os seguranças, tinham saído, era a minha chance.

Eu parecia um passarinho que tinha vivido 11 anos em uma gaiola de ouro, eu rodava e ria no meio da rua, sabia que era perigoso, mas eu não estava nem ai, estava tão feliz.

Foi passando ao lado de um beco que eu vi uma pessoa mexendo na lixeira, não conseguia ver ser rosto porque estava com a cabeça enfiada no lixo remexendo, mas era um menino. Aquilo me chocou e sem pensar se era perigoso ou não fui até lá e toquei em suas costas o mesmo se assustou.

- Me desculpe, só estou com fome, não quero problemas.

Ele estava indo embora e meu coração se despedaçou por saber que ele tinha fome.

Justine – Ei, volta aqui menino, não sou dona do lugar, só vim te convidar para um almoço, quer? Não conheço muito aqui, será que pode me ajudar? Prazer sou Justine.

Ele voltou com receio me olhando com olhos arregalados – Prazer Justine, eu sou o Jordan, tem certeza que vai me convidar para um almoço? Você parece essas meninas ricas esnobes, olha sua roupa, não tem vergonha de mim?

Justine – Olha, nunca teria vergonha de você, venha vamos almoçar e conversamos mais.

Ele me mostrou um pequeno restaurante próximo ao local, era simples, mas percebi que ali ele sentia-se mais a vontade, então não me importei.

Conversamos muito, nem percebi a hora passar e quando dei por mim, tinha que correr para a escola.

Justine – Jordan, preciso ir embora, mas prometo voltar. Toma, esse é meu celular, se precisar de qualquer coisa me liga.

Jordan – Obrigado.

O abracei e sai correndo igual uma louca, e foi nesse dia que eu e o Jordan se tornamos melhores amigos e mal sabíamos os dois o que teríamos que enfrentar juntos ainda.

Jordan

Não sei como ainda estou vivo, meu pai é um bêbado e minha mãe uma qualquer na vida, nunca fui querido e aos meus 12 anos vivo do que consigo nas ruas, poderia ter entrado na vida do crime, mas preciso fazer isso aqui, pegar comida do lixo, fazer alguns trabalhos por uns trocados do que me sujeitar a manchar minha alma, tenho motivos para deixar de acreditar nas coisas, pessoas, mas sonho em concluir meus estudos e a muito custo que o faço, quero me formar e ser alguém um dia, sair dessa vida, deixar tudo de triste e feio.

Mais uma Segunda-Feira onde não tinha nada em casa, estava morto de fome e infelizmente não tinha conseguido nenhuma grana, fui para a escola com a barriga roncando, bebi o máximo de água possível para aguentar e segui para meu destino.

Terminou o período de aula, caminhei para o beco onde tem um restaurante e sempre jogam coisas boas lá, não pensei duas vezes e comecei a fuçar na caçamba, era funda então tinha que praticamente entrar dentro, estava tão distraído rezando para achar algo que preste quando uma mão me toca, quase perco o coração pela boca, já fui tantas vezes enxotado dos lugares que já estava acostumado, mas me assustei ao ver uma menina, baixinha, muito bem arrumada me olhando com cara de curiosa, não era pena que demonstrava.

- Me desculpe, só estou com fome, não quero problemas. Já estava saindo correndo, vai que é filha do dono, sei lá.

Para minha surpresa a mesma me chamou de volta e ainda me convidou para almoçar, era Justine, uma menina bondosa e sorridente, parecia feliz e então decidi ir com ela.

Conversamos sobre nossas vidas e descobrimos que ambos tínhamos muita coisa em comum, mesmo sendo de classes sociais tão diferentes, nós não tínhamos uma família descente e foi naquele momento que descobri que família muitas vezes não é qual a gente nasce, mas sim que realmente cuida, uma amiga? Eu tinha acabado de ganhar uma amiga?! Infelizmente ela precisou ir embora correndo, me deu seu telefone e seguiu sem caminho, olhei o pequeno papel e sorri com coração em paz pela primeira vez em 12 anos.

--------------------

Vamos começar a desvendar a história da Justine e do Jordan!?..... segura coração meus amores...