Peguei o papel, uma caneta preta e escrevi:

"Estou com saudades. Vamos jantar hoje, às 20 horas, no Outback do shopping. Beijo."

Coloquei entre as rosas e deixei bem claro os endereços de cada um. Paguei e fui para a faculdade. Cecília estava aplicando prova, então o tutorial seria de meu atendimento.

Recebi a mensagem de Bruna horas depois, agradecendo o buquê várias vezes.

Quando anoiteceu, dei a última aula e fui direto para o shopping.

**

Luísa:

Eu resolvi todas as questões da prova e antes de entregar para o professor, um homem surgiu na porta carregando um enorme buquê.

- Entrega para Luísa. - O homem avisou e os poucos alunos que ainda faziam a prova me encararam. - Você precisa assinar.

Levantei, peguei o buquê e assinei o papel. Entreguei a prova ao professor e saí da sala. As meninas estavam na porta e ficaram boquiabertas com as rosas.

- Quem mandou isso?! - Bia perguntou.

- Não sei.

- Aqui tem um cartão. - Paloma apontou e eu peguei.

Li o que estava anotado e guardei no bolso.

- Não tem nome, mas quer jantar comigo.

- Hummm... Cheia de segredos! - Layssa disse me abraçando. - É a loirinha?

- Não sei, Layssa.

Fomos almoçar no campus e depois fui embora agarrada com meu buquê. Foi o primeiro que recebi em toda a minha vida. Queria muito falar com Cecília, mas ela estava ocupada por ser semana de provas.

Quando anoiteceu, vesti um short jeans branco, uma blusa rosa de mangas, uma sapatilha rosa e uma bolsa grande e preta. Por sorte, eu morava próximo ao shopping e fui andando em passos largos.

Cheguei primeiro e perguntei se alguém estava me aguardando, uma recepcionista informou que havia uma reserva em meu nome, mas a pessoa ainda não havia chegado.

Sentei e fiquei mexendo no celular. Pedi um chopp e enquanto tomava, avistei Ana entrar de calça branca, blusa preta transparente e saltos maiores que os normais que costumava usar.

- Não acredito... - Sussurrei enquanto ela sentava à minha frente.

- Oi. Surpresa?

- Você quem me mandou o buquê?!

- Sim, e pelo visto você adorou, chegou até primeiro. - Ela sorriu e eu cerrei os olhos. - Já fez o pedido?

- Ainda não, apenas pedi o chopp.

Ana chamou o garçom e fez o pedido para nós duas, e pediu um suco para ela.

- Não posso beber, estou dirigindo. E ainda preciso corrigir algumas provas. - Ela falou enquanto provava o suco de laranja.

- Porque me mandou um buquê?! Fiquei morrendo de vergonha, recebi durante a prova.

- Queria fazer uma surpresa, Luísa. Eu não sei o seu endereço, então tive que mandar para lá. Sorte sua que tenho acesso ao sistema, porém limitado, e descobri a sua sala.

Nosso jantar chegou e ficamos conversando sobre o dia e a semana, principalmente sobre as provas e aproveitei a oportunidade de tirar algumas dúvidas sobre a prova do dia seguinte.

- Agora vamos comprar o seu vestido. Estou lhe devendo. - Ela disse enquanto pagava a conta.

- Finalmente, pensei que nunca fosse me dar. - Falei enquanto levantávamos e ela me lançou um olhar, eu ri e beijei sua bochecha. - Estou brincando, meu amor.

Quando saímos, Ana segurou minha mão. Andamos de mãos dadas até uma loja chique e cara.

- Ei, meu vestido não foi tão caro assim. - Falei antes de entrar.

- Deixe de bobagem, Luísa.

Entramos e ela apontou uma arara de roupas, enquanto sentava em uma poltrona branca e aceitava uma taça de champanhe. Lancei um olhar para ela, que encarava a vendedora sorridente.

Olhei alguns vestidos e escolhi três para experimentar. Segui até o provador e enquanto provava o primeiro, escutei risadas e sussurros. Tirei e experimentei o segundo.

- Quero ver como está. - Escutei Ana falar alto.

Suspirei e saí do provador. Ela sorriu e assentiu.

- Esse ficou ótimo.

- Peguei outro, vou experimentar.

Entrei no provador e coloquei mais um. Esse era curto, ficava bem abaixo do bumbum, era vestido atrás, mas na frente tinha um decote bem maior que o meu. Decidi leva-lo, pois ficou melhor que o segundo.

Saí do provador e Ana me encarou séria, negando.

- Ficou ótimo! - A vendedora disse se aproximando. - Temos vermelho e branco.

- Eu gostei desse preto, mas posso ver um vermelho.

A vendedora se afastou e Ana levantou, colocou a taça numa mesinha e se aproximou.

- Esse é muito curto e decotado. O outro é mais bonito e mais vestido.

- Mas eu não gostei, prefiro esse.

A vendedora voltou com o vermelho. Ana continuou me encarando séria, mas eu não iria voltar atrás. Decidi levar o preto e entreguei a vendedora.

Ana foi até o caixa, pagou, pegou a sacola e me entregou, sem antes de abraçar e se despedir da vendedora.

- Esse vestido é ridículo. - Ela disse enquanto segurava minha mão.

- Não sabia que você ficava abraçando as vendedoras. - Falei de uma vez.

- Aquela garota começou Direito, mas não se identificou e saiu. - Ela falou.

- Mas vocês estavam sorridentes demais.

- Passado, Luísa. Esqueça isso. - Ela me falou bufando. - Vamos embora.

- Quero chocolate. - Falei, mas ela pareceu ignorar. Então puxei minha mão. - Vou comprar chocolate, pode ir.

Comecei a andar para a praça de alimentação e senti Ana andar atrás de mim. Ela me alcançou e segurou minha mão mais uma vez.

- Brownie e sorvete? - Perguntou.

- Pode ser.

Ela me levou até uma casa de brownies e fez o pedido. Sentei em uma mesa próxima e ela sentou ao meu lado, colou seu corpo ao meu e beijou meu rosto.

- E aí, o que achou do nosso encontro? - Ela perguntou baixo.

- Adorei. Amanhã vou me ferrar na prova, mas eu não ligo muito. - Ela riu.

Uma garota entregou nossa taça de sorvete com brownie e saiu.

- Então, como foi na época da vendedora?

- Meu Deus, Luísa...

- Estou brincando. - Balancei os ombros e ri. - Ela ficou animada com sua chegada. - Ana me encarou. - Tudo bem, vou parar!

Ergui as mãos e ela riu. Dividimos a sobremesa em meio a brincadeiras e selinhos. Dessa vez, insisti em pagar a conta e fomos embora.

Ana me deixou em casa, nos despedimos com um beijo demorado e logo entrei.

Ela e euWhere stories live. Discover now