Capítulo 42- O CONFRONTO 1/2

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Parte 1- 🛡🏹🌟

"Meus olhos estavam atentos ao movimento delicado e preciso que as mãos de meu pai faziam, para moldar o cabo da espada, que seria minha. O suor escorria pelo meu rosto, a sala quente denunciava que estava sendo usada a todo vapor. Hoje é o dia, onde eu e mais trezentos jovens irão se reunir e enfrentar Sutcivni. Vamos acabar com a dor que todas as doze tribos estão sentindo. Basta. Tudo já estava muito ruim, pagar quarenta por cento de tudo o que ganhamos, viver em meio a miséria apenas para suprir os caprichos de um rei e uma filha, que são movidos pela maldade, sangue e violência, mas a três meses atrás, meu vizinho, que cuidava do irmão pequeno, foi pego roubando ervas medicinais, o mesmo foi decapitado na praça central, na frente de todos, e seu irmãozinho, por ter gritado no meio da situação foi enforcado logo após. Aquilo foi demais para mim, demais para todos nós. Por isso eu e mais várias outras pessoas começaram a se reunir a noite, as escondidas, porque nós iremos acabar com o Reino Maior.

-Está pronta, meu filho.

Meu pai fala. Olho para a arma mais bela, em suas mãos, a lâmina dourada, presa em um cabo com o formato exato de minha mão direita, e com uma pedra de rubí branca no meio. A pedra que antes era de minha mãe, a única coisa que tínhamos de valor, uma familía de ferreiros nunca tem muito. Essa pedra foi cedida por ela, em suas palavras, para representar a beleza da bravura que todos nós, guerreiros, estávamos tendo.

-A única coisa que eu te peço, é que você volte para casa meu filho. Mesmo que seja perdendo. Porque eu não quero te perder.

Minha mãe diz, seus olhos estão marejados, e suas duas mãos apoiam meu rosto.

-Eu vou voltar mãe, prometo. E voltarei com a vitória. Essas ruas de cinza que hoje estão em frente as nossas casas, serão substituídas por flores. Nossa tribo irá virar uma grande nação, cada guerreiro líder de uma tribo, escolheu um nome para ela, e eu escolhi Florence, assim nos chamaremos.

Falo determinado.

-Então vá, lute com bravura, mas volte.

Dou um beijo no rosto de meu pai, e outro em minha mãe. Saio de casa com a esperança de que conseguirei alcançar meu objetivo, mas, sem saber, que naquela noite, mais da metade de nós, morreríamos."

-Jura que você está lendo o diário do primeiro guerreiro, na véspera do confronto?
Minha irmã pergunta, se sentando ao meu lado, na poltrona.

-Estou.

Falo soltando um suspiro longo e demorado. Os meses passaram com muita lentidão, mas permitindo que todos nos preparássemos, para o que estavam chamando de O Confronto. As pessoas são muito criativas mesmo, deram o nome para guerra dos cem anos, uma luta que durou apenas um dia, e agora, nesse mês que parecia a época mais quieta de todos os doze reinos, estava a espera, de um confronto, que mudaria nossas vidas, outra vez.

Selena já estava com suas quarenta semanas de gestação, sua barriga estava enorme, ao passo que parecia que o bebê era na verdade uma criança, pelo tamanho. Desde a invasão no palácio, a meses atrás, todos os homens e mulheres que quiseram puderam se alistar ao treinamento de defesa e ataque, para que exatamente hoje, quando o Reino Maior ficar cara a cara com as "doze tribos" novamente, não só os soldados estejam preparados, mas todos nós.

-Peter está muito apreensivo, durante a noite ele acorda com pesadelos horríveis, e, ao menos que eu me abrace a ele, e o acalme, ele entra em um pânico absurdo.

Ela diz, me fazendo voltar do meu pequeno desvaneio.

-Ezeque não está diferente. Ele passa cem por cento do dia, suando e andando de um lado para o outro, sem rumo.
Complemento.

"O Trono e a Espada"Onde histórias criam vida. Descubra agora