Capítulo 4

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Diário de Noêmi Jezelia Heleonora de Florence

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Eu sentia em meus braços a criança mais linda do mundo, seu chorinho acalmava minha alma, eu poderia ama-la sem medo de perder-la, Francees sorriu e chorou, todos nos emocionamos, meu pequeno Giulian, meu príncipe. Agora estou em minha suíte esperando que me tragam meu filho para que eu o veja, nasceu ele a poucas horas, ao sol nascendo e ainda não pude ficar muito com ele. Respiro aliviada por saber que ele poderá crescer em paz, sem perseguição que uma primeira princesa teria. Peço que um dia alguém liberte nosso reino das mãos das sombras, não a nada que eu possa fazer, mas um dia alguém fará.

Página 77

Liana corre, em suas mãos a muitas flores que ela simplesmente arrancou do jardim. Seus cabelos castanhos e curtos batem com o vento em sua face. De um outro lado, vem Ezeque correndo atrás da irmã, Lia começa a gritar desesperada para fugir do irmão, mas ele o alcança e os dois riem como duas crianças puras e felizes. Estou sentada em uma cadeira debaixo de um guarda sol. Em Florence está calor, e todos estamos reunidos para fora do palácio para nos refrescar com as brisas suaves vindas do norte. Diana, que está sentada ao meu lado, observa o marido, que se levantou e começou a brincar junto as crianças. Eu posso ver em seus olhos que ela sente falta de alguém ali. Todos sentimos, mas é melhor assim, nossa pequena já não corre mais perigo, seus sonhos agora serão mais tranquilos...

Acordo toda desajeitada, vejo que dormi lendo o diário, me levanto da cama ainda sonolenta, vejo as horas e fico surpresa ao ver que já são nove horas. Vou andando até meu sininho, toco e em menos de minutos Lúcia entra.

-Lúcia?
Pergunto confusa.

-Bom dia vossa alteza, hoje pela manhã Miranda foi chamada para substituir uma das costureiras.

-Ah sim, por isso que dormi até agora.

-Miranda me disse que vossa alteza passou uma madrugada em claro e me pediu que a deixasse dormir um pouco mais.

Miranda me conhecendo bem já sabia que eu leria por toda a madrugada, e acertou em cheio.

-Sim, sim. Bom pode ir preparando meu banho, já estou indo.

Lúcia faz uma referência e vai preparar meu banho, rapidamente pego o diário e o guardo em meu cofre, Lúcia se o visse contaria a minha mãe, ela é a chefe das criadas, e de muita confiança de minha mãe.

Entro na banheira e sinto a água morna tocar minha pele. Meu cabelo começa a ser gentilmente massageado pelas habilidosas mãos de Lúcia. Meu banho da manhã se torna uma terapia, onde tento organizar todas as palavras confusas de minha avó. Saio do banho e peço que Lúcia pegue um vestido curto e amarelo para mim, ela delicadamente me ajuda a vesti-lo, após vestir, ela seca meu cabelo faz uma trança super elaborada, escolho uma tiara que ganhei de minha avó e vou para o salão principal, onde a mesa ainda possui o café da manhã esperando por mim.

-Dormiu bem maninha?
Ezeque vem caminhando até mim enquanto como uma fatia de bolo.

-Melhor impossível.
Respondo com um sorriso.

Ele se senta na cadeira.

-Pode comer tranquila, vou te fazer companhia.

Termino de comer meu bolo, tomo um pouco de suco e me sinto satisfeita.

-Só vai comer isso?
Ezeque pergunta.

-Só, não estou com fome, e daqui a pouco iremos almoçar.

-Entendi, vem vamos lá para o salão onde mamãe está.

Ele se levanta e da o braço para mim, passo meu braço no seu e vamos caminhando até o salão principal. Ao abrir a porta vejo meus pais, Sebastian e meu avô.

-Vovô! Chegou hoje?

Solto dos braços de meu irmão e corro para dar um abraço em meu avô que passou duas semanas viajando.

-Lia minha netinha, cheguei ontem a noite.

-Participastes da reunião?

-Felizmente não.

Meu pai ri e minha mãe também riem.
-Esta usando a tiara que sua avó lhe deu Lia?
Meu avô pergunta.

-Estou sim vô, pra matar um pouco da saudade.
Meu avô sorri e meu pai também, porém Ezeque está sério e calado.

-O que foi filho?
Minha mãe que também percebeu a cara feia de meu irmão pergunta.

-Ontem o rei de Delenio não pareceu muito satisfeito comigo, o fato dele falar que só renovará a aliança com Florence se eu provar que serei um bom rei é estranho.
Ele diz.

-O rei Artertes é assim mesmo Ezeque, Delenio está em fase de expansão, é óbvio que ele iria dizer isso, mas não se preocupe, nós somos os maiores fornecedores de madeira para Delenio, se ele não renovar a aliança, o preço da madeira irá subir para ele, e isso só afetará o reino.

Todos me observavam espantados.

-O que foi gente?
Pergunto irritada.

-Como você sabe de tudo isso Lia?
Meu pai pergunta.

-Ué, sabendo!

-Ontem quando seu irmão foi cumprimentar o rei Artertes ele disse: Atetes.

-Maaaae!
Meu irmão fica bravo com minha mãe e eu caio na risada, só Ezeque para dar uns gafes desses!

-Foi engraçado.
Meu pai afirma.

-Não teve nada de engraçado pai, o rei olhou feio para mim.
Meu irmão diz irritado.

-Eu queria ter visto essa cena!
Caio na risada novamente.

Ezeque se levanta e sai do salão, eu nem falo nada, não vai adiantar mesmo.

-Liana.
Minha mãe chama.

-Sim mãe.

-Iremos receber uma visita ainda esta semana.

-Oba! Adoro visitas. Quem virá?

-O rei e a rainha de Terá, e a princesa Beatriz.
Ao ouvir esse nome me levanto da minha cadeira inconformada.

-Ah não mãe! O que a insuportável da Beatriz vai fazer aqui?

-Ela irá assumir o trono de Terá daqui a algumas semanas, então ela está visitando alguns dos reinos aliados, e Florence é um deles.

-Eu mereço! Mas tudo bem, dessa vez aquela princesinha mimada vai ver o que é ser uma rainha de verdade.

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Olá meus amores, espero que estejam gostando do livro, gostaria de mandar um beijo a minha leitora e amiga cecella06. Obrigada pelos conselhos e a ajuda com o livro! Então é isso meus amores, nos vemos nos próximos capítulos ❤

"O Trono e a Espada"Where stories live. Discover now