"O Trono e a Espada"

Capítulo 13- *Bônus*

Beatriz Narrando

Eu estava deitada em minha cama, minha cabeça doia de tanto que eu havia chorado, a dois dias eu não saía  para fazer nada, coragem me faltava. Os gritos que eu dei enquanto era arrastada, ecoavam em minha mente, a imagem do homem caindo morto ao meu lado, me assombrava. O baile teve tudo para ser incrível, e acabou sendo, mas o seu após, que foi meu pesadelo.
Quando a janela foi quebrada, eu corri para a porta do jardim, mas antes que eu pudesse chegar lá, dois homens me agarraram e começaram a me arrastar para fora, eu só conseguia gritar, mas ninguém veio me socorrer, todos estavam muito preocupados se defendendo. Menos Lia. Ela veio correndo, matou os dois caras sem demonstrar nenhuma dificuldade, lutou como eu nunca havia visto antes. Lia me disse que eu sentiria remorso, e estou sentindo, não pelo que ela falou que eu sentiria, mas por eu ter sido tão baixa com ela.

Enquanto eu estava mergulhada em meus pensamentos, alguém bateu na porta do quarto, pensei duas vezes antes de deixar a pessoa entrar, mas no final deixei. Lia veio andando até mim, ela vestia uma roupa de montaria, suas botas estavam sujas e seu rosto meio suado, isso denunciava que ela já havia passado no estábulo. Me ajeitei na cama para poder conversar melhor, e assim começamos nossa conversa.

-Como você está?
Ela perguntou com um tom de voz sereno.

-Estou bem.
Menti.

Ela arrastou uma cadeira até a beira da cama e se sentou.

-Não é possível ficar bem depois de tudo o que aconteceu.
Ela disse parecendo ler os meus pensamentos.

-Você tem razão. Eu não estou bem, estou com medo. Não só daqueles homens, mas também do meu futuro. Daqui a duas semanas irei assumir o reino de Terá e em seis meses vou me casar. Tudo parece muito acelerado.

-Casar? Como assim casar?
Ela parecia espantada.

-Sim, eu vou me casar, com um filho de um duque de Terá. A gente até se gosta, mas só vamos casar pois meus pais não querem que eu governe sozinha.

Falar isso era muito horrível para mim. Eu nunca havia me demonstrado uma boa futura rainha, por isso meus pais não confiam em mim.

-Entendi. Mas olha Beatriz, você não precisa se preocupar, governar pode não ser simples, mas quando fazemos com excelência, o difícil se torna mais fácil.
Suas palavras eram tranquilas, nem parecia que eu havia a ofendido, apertado seu braço, rasgado seu vestido e a empurrado numa fonte.

-Me perdoe Lia. Eu não agi como uma futura rainha deve agir. Mesmo eu tendo feito tudo o que fiz você me salvou. Obrigada.

-Não a de que Beatriz. Quando corri para te ajudar eu nem lembrei das coisas que você fez, apenas corri para te ajudar.

-Isso sim é ser rainha.
Eu disse dando uma leve risada.

Ela sorriu.

-Você sabe quem fez aquilo?
Perguntei para ela.

Como eu havia ficado no meu quarto, não participei de nenhuma reunião, então, não estava a par de nada.

-Não. O que sabem é que eles invadiram o castelo pela parte de trás. Mataram soldado por soldado até chegar ao jardim e invadiram o salão principal. Seu pai diz ser o mesmo grupo que a um tempo também tentou te matar.

Eu ouvia atenta a suas palavras.

-Mas eu tenho uma pista.

-Diga logo!
Falei ansiosa e apreensiva.

-Ouvi meus pais conversando sobre um tal de Reino Maior. Mas é impossível que o Reino Maior ainda exista, já que ele foi destruído na Guerra dos Mil Anos.