IV.IV - A Resposta Por Dentro

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 - Havemos de procurar tudo em nossas vidas, e muitas vezes iremos lutar até alcançar o que almejamos, mas, há que salientar que de nada adiantará vasculhar todo o brilho ao nosso redor, quando não acendemos a chama que se esconde dentro de nós e que ilumina a nossa alma.

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O grito que Severine deu ecoou por todos os Campos de Neve, arrancando – milagrosamente – um impropério dos lábios de Magdalena que levou a mão ao peito apenas para se certificar de que o coração ainda continuava a bater.

— Chegou! Chegou! — A camareira atravessou a porta da sala que ficava à oeste com a mesma pressa de um furacão, ofegava sem parar e soprou um cacho de cabelo que escapou da touca e descia quase até aos lábios finos.

— Valha-me Deus! Estarás vesana? — A governanta reclamou, esta que tinha ido até ali para confirmar que o filho tinha ido até a vila deixar as cartas que a gestante havia pedido para enviar. — Para que tanto estardalhaço?

Eleanor que passara a tarde inteira a praticar as suas habilidades no piano, parou de tocar no mesmo instante, sabendo que a música já não mais era necessária para acalmar a ansiedade que a dominava.

— A Sua Senhoria chegou! — Severine olhava diretamente para os olhos da amiga e dava pequenos pulos no lugar sem conseguir conter a empolgação e não parou um segundo nem mesmo quando Magdalena meneou a cabeça em sinal de reprovação.

— E são estes os modos? — Retrucou a mais velha, ainda indignada, mas seu cérebro não demorou a funcionar e mil coisas lhe passaram pela cabeça apenas para receber o Conde. — Vá para a copa e avise que no final será mesmo jantar. Ande, rápido!

Todos sabiam que o Conde ia chegar naquele dia, tanto que tinham decidido confecionar comidas deliciosas, mas como não sabiam exatamente em que momento do dia este se faria presente, então aguardaram os retoques finais para o último instante.

— Às vossas ordens, senhora Rodgers! — A camareira fez uma vénia e voltou a correr do mesmo jeito que tinha chegado.

— Então? — Magdalena deitou um olhar provocador para Eleanor que ainda estava sentada como se as pernas tivessem desaprendido a andar. — Julguei-vos impaciente o dia inteiro.

Eleanor abriu a boca, mas as palavras se perderam. Não se lembrava alguma vez de se sentir tão acanhada como naquele momento. Como era possível ansiar tanto por algo e, ainda assim, temer? O coração poderia vencer qualquer correria tamanha era a rapidez com a qual batia.

— Vamos, criança. O vosso Conde chegou. — A governanta não tirou o ar de provocação nem mesmo quando se afastou cheia de pressa, pois precisava ir de imediato para o hall de entrada.

Eleanor se demorou um pouco, ainda imersa em seus próprios pensamentos. Logo cedo, naquela manhã, escreveu para Lady Amâncio a contar tudo o que tinha descoberto, mas para Genevieve apenas escreveu sobre a infância – revivida durante a conversa com John – e de como gostaria de resgatar a amizade entre ambas. Por muito que tentasse, não a poderia esquecer da noite para o dia e tão pouco arrancá-la de dentro de seu coração. Também escreveu para a senhora Catherine Parker, não sabia o que Joshua poderia ter contado para a mãe, mas ela devia aos menos uma explicação para a mulher que de alguma forma a tinha criado por todos aqueles anos.

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