III.II - Afronta Às Gotshalg

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         Eleanor estava sentada na cama do pequeno quarto da moradia dos Parker, lia devagar e movia os lábios de forma delicada, como se assim, a leitura fluísse melhor. Seus olhos corriam de uma ponta à outra, imersa naquela leitura Ilíada que a empurrava para uma completa aventura. Por isso, quando escutou as batidas na porta, estranhou e saiu da cama a imaginar que talvez Genevieve precisava de alguma coisa. Se enrolou dentro de um robe para proteger o corpo apenas coberto pelo longo vestido de dormir e finalmente abriu a porta.

— Eleanor? — Joshua já tinha quebrado qualquer formalidade ainda existente entre eles, a começar pelo beijo e terminando com aquela visita inapropriada. Trajava um terno azul escuro, elegante, e o cheiro a vinho era perceptível.

— O que é que cá faz, Lord Parker? Não é digno que me visite neste horário e em meus aposentos — sussurrou. — Não tendes consciência do quanto seria imprudente tamanho ato?

— Deverás me desculpar, mas simplesmente não consigo mais. Estou deveras enamorado por vossa pessoa e quase não durmo de tanto que vos desejo. Por favor, escutai-me. — Ele não forçou a entrada, pois apenas um passo foi o suficiente para que esta recuasse com o coração na mão e os olhos abertos, deixando espaço para que aquele homem sedutor parecesse ocupar o cómodo inteiro.

— Não poderemos nos dar a este luxo. É uma vergonha o que fizemos naquele salão durante a valsa. — Desviou o olhar, mas sua mente apenas reproduzia as palavras que tinha escutado.

— Falarei com os meus pais logo cedo, gritarei aos sete ventos o quanto vos prezo, apenas não me afaste novamente ou irei enlouquecer. — Joshua estava um pouco corado e o peito subia e descia com pressa.

— Não compreendo como poderiam aceitar tal situação. Vossos pais me têm como uma filha e neste caso serias como um irmão. O que dirão?

— Eu sou um homem e a Eleanor é uma mulher. Terão de aceitar de qualquer jeito ou então perderão dois filhos, porque iremos juntos embora para recomeçar a nossa vida em outro lado. Irias comigo se assim vos pedisse?

Ela engoliu em seco, seu estômago ficando apertado por tudo o que escutava. Tal como nas histórias de amor que tanto lia sobre amores improváveis e impossíveis. Não tinha esperado por aquilo e muito menos sentir tanto alvoroço dentro do próprio coração.

— Vos seguiria ara qualquer lado. — Acabou por dizer, a voz saiu mais fraca do que esperava, e não conseguiu segurar os grandes olhos que cederam quando este se aproximou para tocar seu rosto e aproximar seus lábios dos seus.

Nove Meses Para SempreOnde as histórias ganham vida. Descobre agora