IV - O Quarto Mês

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 - As despedidas podem ser um quanto melodiosas ou talvez insonsas, mas assim como existe a diferença entre possuir uma casa e não poder chamar de lar, também é necessário tomar o conhecimento do sentimento no seu mais puro estado, para que seja fácil discernir o quanto pode ser complicado manter a dita melodia do amor, mas, ainda pior quando se afastam num amargo adeus.


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Enquanto subia os degraus para a sala de jantar, Eleanor não podia deixar de pensar em como tinha passado o dia todo feliz. O sorriso estava colado no rosto e a emoção dominava o seu peito. Havia veracidade nas palavras de Lord Rinley e, agora, tinha a maior certeza de que em breve estaria frente a frente com Lord Parker para que pudessem conversar e acalmar seus anseios. Talvez, se o visse novamente, toda aquela carência que insistia em confundi-la com facilidade, se esvaísse como poeira pelo ar e então voltasse a conhecer seus sentimentos com uma maior clareza. Até porque tudo o que mais desejava era o de poder criar uma família com aquele que tinha contribuído para a existência da criança que crescia em seu ventre.

Naquela noite, Isobel veio avisar que o jantar seria servido no salão, e era para lá que se dirigia em passadas energéticas que há muito não possuía. Era incrível como uma simples frase poderia transformar toda uma disposição e, nada daquilo poderia passar despercebido, principalmente aos olhos do Conde que se levantou logo que a viu entrar.

— Oh... — Eleanor olhou ao redor, sem deixar de apreciar a mesa que tinha sido posta apenas para duas pessoas. Um castiçal dourado estava repleto de velas e um vaso de vidro tinha sido preenchido por um conjunto de flores primorosas. Tinha vinho, cesto com pães e uma panela de porcelana com sopa. Uvas secas, amêndoas e pequenos doces também completavam o cenário, que teria sido romântico caso ela não estivesse com os pensamentos tão longínquos. — Camden. — Lhe respondeu a vénia que lhe foi dirigida com a mesma lentidão. — Uma boa noite.

— Eleanor. — Ele parecia um pouco tenso parado diante da mesa. O terno cinzento combina com os olhos que brilhavam como duas pedras preciosas naquele ambiente pouco iluminado. O rosto de barba feita e cabelo alinhado apenas realçava a beleza marcante e as duas mãos que seguravam uma caixa de veludo nunca pareceram tão incertas. — Espero que vos encontres bem. Por favor, sentai-vos.

— Me encontro no meu melhor. Espero que do vosso lado também. — Ela caminhou devagar até se aproximar de onde o Conde – após pousar a caixa por cima da mesa – lhe afastou uma cadeira de encosto alto para que se sentasse.

— Eu também. Thank you. — respondeu a apreciar como ela estava bonita dentro de um vestido esverdeado que lhe mostraria os ombros se não tivesse um casaco por cima por causa do frio.

— E Lady Amâncio? — A jovem Davies não deixou de sentir a ausência de sua amiga, mas ao olhar mais para os lados não resistiu ao sorrir assim que avistou a maravilhosa Harpa no canto perto da lareira e dos sofás.

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