Just 'Love Yourself' ↠ BTS ‹ Min Yoongi ›

22 - Último dia do ano.

- Eu gosto de você, não como amigo, mas sim de verdade. Você sabe o que eu estou querendo dizer... - ele falava sem medo ou vergonha - Eu sei que você tem um namorado, mas eu realmente gosto de você.

Apenas continuei olhando pra ele sem saber muito o que dizer, até ele me surpreender com um beijo, nada em exagero, apenas um beijo lento e com muito sentimento. Apesar de ser chato, agora poderia afirma que ele é bom em duas coisas: cozinhar e beijar.

Acordei com muito frio e sem acreditar que tinha sonhado com Yoongi, ainda mais esse tipo de sonho. Talvez ele ficar falando de beijos na noite passada tenha feito o meu subconsciente guardar essa memória ridícula. Não basta me perturbar acordada, tem que me perturbar até no meu momento de paz.

- Ei, tá acordada? - ele batia na porta.

- Hum... - ele entrou sem nem pedir. - O que você quer?

- Pensei que iria congelar. - ele falava rindo, um dos seus pedidos era pra gente trocar de quarto por uma semana, apenas uma noite e logo entendi o porque dele querer tanto dormir no meu quarto.

- Sim, também pensei. - falava me levantando.

- Sabe que dia é hoje?

- 31?

- É o último dia do ano! Você sabe o que a gente tem que fazer hoje, né? - ele me perguntava entusiasmado.

- Dar abraços nas pessoas e fingir que realmente nos importamos, além de fingir acreditar que o próximo ano será diferente? Todos os fins de ano são iguais. - ele fechou a cara depois disso.

- Nossa, você consegue ser pior do que eu! Não, hoje é dia de nos livrarmos do passado e começar o ano de bem com as coisas.

- É mesmo? Então vai perdoar o seu irmão e sua ex namorada, pra começar o ano bem? - Yoongi certamente ficou com raiva depois das minhas palavras.

- É, acho que sim. Já fazem alguns anos desde o que aconteceu, acho que desde o que me disse no terraço eu tento pensar mais nas coisas boas do que nas ruins, não quero ser egoísta e fazer pessoas chorarem por um erro besta. Por muito tempo eu venho pensando em me matar porque eu só queria me livrar de tudo e de todos, mas agora apesar de eu ainda ter os meus problemas, não quero ficar longe das pessoas que eu gosto. Minha mãe sempre fez tudo por mim e pensar em abandona-la é horrível, meu pai não gosta tanto de mim, mas ele ainda é meu pai, certo?!

- Yoongi...- seus olhos começaram a encher de lágrimas, ele às segurava, mas tenho certeza que elas eram mais fortes.

- O meu irmão ele fez eu me sentir um lixo ou pior do que isso, mas por algum motivo eu me sinto mal por ter feito o que eu fiz, se algo grave tivesse acontecido eu nem sei como iria conseguir viver com isso. - suas lágrimas finalmente escorriam pelo seu rosto. - E tem a Subin também, sua mãe é uma pessoa incrível eu nunca confessei, mas eu lembro da sua mãe. Lembro que ela me deu um violão de presente, eu tinha uns 7 ou 8 anos, foi o melhor presente que eu já ganhei na vida.

- Você tinha 9. - falei me lembrando daquela época.

- Nossa, você se lembra?

- Sim, ela iria comprar algo pra mim, mas gastou o dinheiro comprando o violão, lembro que fiquei com raiva dela por isso. - sorri, apesar de realmente ter ficado com raiva.

- Desculpa. - ele dizia triste - Sua mãe é realmente uma pessoa incrível, acho que ela só perde pra você.

- Para. - eu disse firme.

- O quê?

- Não quero que fale nada de mim.

- Por quê? Você é uma pessoa incrível! Desde que eu te conheci no terraço eu penso nisso, apesar de sempre dizer não se importar você está sempre do meu lado, isso não é estranho?

- Fazer o quê? Você é um bebê chorão que precisa de uma babá. - comecei a arrumar a cama.

Ele riu, mas ficou calado por um bom tempo apenas olhando pro chão e pensando.

- Eu estou com fome, vamos.. - falei indo em direção a porta, mas ele me parou e ficou me olhando.

- Por que é tão difícil fazer você acreditar nas coisas? - não respondi nada.

- Tanto faz, eu estou com fome. - desci as escadas e fui direto pra cozinha.

Yoongi veio logo atrás e começou a preparar algo pra comer, eu o ajudei em silêncio, comemos e fomos lavar as louças. Eu fiquei com a parte de enxugar enquanto ele fazia o mais "pesado".

- Você está satisfeita? - ele me perguntou de repente.

- Hã? Com o quê?

- A comida.

- Ah sim, estava muito bom.

Ele ficou em silêncio novamente.

- Então...você não tem nada pra falar? - eu sabia que ele chegaria nesse assunto.

- Não...

- Tudo bem! Eu não sei qual é o seu problema e não entendo por que não quer me contar, mas hoje é o último dia do ano você realmente não quer se livrar disso.

- Me livrar? Como? Se eu te contar o meu problema você vai resolve-lo? É claro que não porque ninguém pode resolver isso. Para de se iludir e achar que as coisas vão melhorar.

- Então para de ser pessimista!

- Eu sou realista! - eu estava com raiva, não aguentava mais escutar pessoas falando como se soubessem o que eu estou passando. - Se você vai perdoar seu irmão isso é muito bom, mostra que você é uma pessoa bem melhor do que se imagina, mas não tenta me convencer de algo que eu sei que não vai mudar.

Eu saí da cozinha e fui direto para o meu quarto, não queria sair de lá nunca mais, finalmente, depois de tanto segurar, comecei a chorar. Chorava porque não sabia o que fazer pra mudar essa situação, não conseguia superar o que havia acontecido.

O dia continuou assim, eu no meu quarto e ele no dele.