Capítulo 41

10 1 0
                                    

— Olhe o quão ele tá feliz agora... com aquele sorriso idiota... Nem parece o mesmo cara de antes — Mari disse enquanto assistia Nelson subir no pódio na posição mais alta. Apesar do que falava, ela também tinha um sorriso no rosto.

— Cala boca... é importante pra ele — disse Cris, também sorrindo. Então ele sentiu o coração ficar emotivo de novo. Faz quanto tempo desde que ele ficou nessa posição? É onde ele pertence...

— Você também tá com um sorriso bobo. — Mari cutucou o primo na bochecha. — Não vai chorar de novo, né?

— Cala boca — murmurou o assistente, limpando os olhos, embora não fizesse diferença. Ele já chorara muito. E provavelmente vou chorar de novo.

Mari riu, mas não disse nada mais enquanto o puxava para um abraço.

Nelson inclinou um pouco e a medalha de ouro foi colocada em volta de seu pescoço, tudo enquanto o hino do estado de Pernambuco tocava.

A multidão explodiou com gritos e aplausos.

E o assistente não fez diferente. Então, quando não pôde mais conter suas emoções, ele chorou de felicidade de novo.

Ele esperava que a prima tirasse onda dele por isso, mas quando olhou para ela, os olhos de Mari também estavam úmidos.

Ela percebeu que Cris a olhava. Quando ele sorriu, Mari corou e virou a cabeça.

Enquanto a prima prendia a cabeça dele, um homem apareceu ao lado dos dois. Era um dos poucos aos arredores que usava um terno. Ainda assim, ele sorria e aplaudia como os outros.

— E aí Marco. Que tal? O Nelson foi ótimo. Muito melhor que o esperado, né? — perguntou Mari, cutucando o ex-namorado com uma cotovelada amigável.

O homem não mostrou emoção enquanto limpava os óculos com um lenço.

A espera ficou insuportável.

Cris mordeu os lábios e se inclinou para mais perto, quase segurando o homem pelas roupas. Diz logo!

— Ele se saiu melhor do que a maioria da diretoria esperava — disse Marco, por fim. — Duvido que seu pai vá quebrar o vínculo com ele depois isso. Acredito que o Nelson esteja a salvo até o torneio regional ao menos.

Cris suspirou aliviado. Depois sorriu e se virou para o namorado, ainda no pódio, acenando para a multidão.

Então Nelson sorriu e ergueu as medalhas.

Alguns flashes surgiram ao redor dele.

Mas, ao se virar para Cris, ele corou, seu sorriso aumentando ainda mais.

As bochechas do assistente ficaram vermelhas enquanto ele sentia o coração bater mais forte.

— Por falar nisso, o outro nadador que vim observar também foi melhor que o esperado — continuou Marco, sem perceber que Cris mal ouvia.

O assistente olhou para o jovem esbelto no pódio ao lado do namorado.

— Acha que eles podem ainda empurrá-lo pra a vaga do Nelson? — perguntou Cris, a ansiedade voltando numa velocidade impressionante.

Marco olhou para ele em silêncio por um tempo.

— Sendo franco, não. Não na posição dele, ao menos. Mas acredito que seu pai possa querer contratá-lo... — Marco parou de falar.

— O que é basicamente colocar os dois pra competir um contra o outro e ficar com quem for melhor. — Mari completou o raciocínio.

— Possivelmente... Mas se o Nelson melhorar ainda mais do que mostrou hoje, creio que ficará tudo bem.

O nadador e o assistenteWhere stories live. Discover now