— Jamais imaginaria — disse Nelson, surpreso.
— Sério? — perguntou Cris, sorrindo com a reação do nadador à informação, sem nunca tirar os olhos dele.
Nelson assentiu, olhando em volta.
— É. Eu sabia do parque aquático, mas não tinha ideia de que era da sua família também. Quão ricos você são? — perguntou ele, abaixando a voz.
— Não vou responder isso. — Cris riu. — Acho que foi meu tio quem sugeriu criar esse parque. Algo sobre gerar mais receitas pra a família e aumentar os negócios.
— Sério? — O nadador ergueu uma sobrancelha.
— Sim. Fizemos algumas piscinas internas com correntezas pra treinar os atletas de águas abertas. Porém, já que não usamos todo dia, abrimos pro público. As pessoas gostaram mesmo e uma coisa meio que levou a outra, agora temos isso.
Nelson fitou o parque aquático de novo. Eles podiam ver muitos tobogãs já do estacionamento, alguns tão altos que ele precisou erguer o pescoço um pouco para ver o topo, e outros tão longos que atravessavam o parque todo. É um jeito divertido de dar a volta no parque de uma vez só, pensou, sem se incomodar em esconder o sorriso.
— O ingresso não é caro? — Fiquei fora das piscinas por tanto tempo. Não posso sair gastando esse dinheiro por nada... Mas viemos até aqui... e quero me divertir com ele... Ele abaixou a cabeça, pensando em sua situação financeira.
— Ei. — Cris caminhou e parou perante Nelson. O nadador sorriu ao olhar ele nos olhos. — Fui eu quem convidou. Fica por minha conta.
Nelson abriu a boca para protestar, mas um sorriso pequeno surgiu nos lábios. Ele não vai escutar nada que eu falar de qualquer jeito.
— Ok. Vou deixar que pague pra mim — disse, erguendo o queixo para fingir ser alguém importante.
— Você não combina com esse ar esnobe de gente importante — disse Cris, rindo e dando uma cotovelada brincalhona na barriga do nadador.
— Mas sou. O futuro da natação nacional. — Nelson riu enquanto parava a cotovelada.
— Você quis dizer o passado — respondeu Cris com um sorriso maldoso.
— Ai. Aproveita e joga sal na ferida. — Nelson colocou as duas mãos sobre o coração para fingir ter levado um tiro.
Enquanto trocaram palavras, ambos foram para a bilheteria e Nelson notou algo.
— Parecemos namorados — murmurou o que lhe veio à mente. Cris virou-se para ele com uma cara confusa. — Digo, você me levando em locais legais e até pagando por tudo.
— Não vejo nada de errado com isso — murmurou Cris, vermelho. Ele sorria e enrolava os longos cabelos com um dedo ao mesmo tempo. Aquela visão fez o coração de Nelson bater mais forte. — Mas não vou pagar por tudo isso.
— Quê? — perguntou Nelson.
Mas Cris não respondeu. Em vez disso, ele tirou sua carteira e mostrou a habilitação de motorista para a atendente da bilheteria. Após a mulher ver o nome, ela conferiu no computador. Um instante depois, assentiu e entregou dois ingressos ao nadador e três chaves para Cris.
— Viu? Não é exatamente pagar — disse, mostrando os ingressos para o nadador.
— Admito que foi arretado. Você parecia um VIP. — Nelson aceitou seu ingresso com uma expressão impressionada. — Qual é a da chave?
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O nadador e o assistente
RandomO clube Prado Maranhão de desportos aquáticos, um lugar onde aqueles que miram o topo dos esportes aquáticos se juntam. Nelson, chamado no passado de garoto prodígio da natação brasileira, está perto de se recuperar de um acidente sério que quase ti...