- E mesmo sabendo disso, você continua matando a si próprio lentamente. - falei, caminhando em sua direção e sentando ao seu lado.

- Nalu... é melhor você não ficar perto de mim. - ele disse, meio sem jeito. Essa era a primeira vez que eu o via desconfortável em relação a algo.

- Por que não? Por acaso você vai me matar? - brinquei, notando-o afastar um pouco o cigarro da minha direção.

- Você voltaria para o seu quarto se eu falasse que sim?

Fiz uma pequena careta pensativa, e negando levemente com a cabeça de forma inocente, falei:

- As possibilidades são poucas. Talvez sim, mas para isso você precisaria me carregar até lá encima.

- Foi o que pensei. - com um pequeno sorriso nos lábios, ele colocou seu cotovelo direito na mesa e apoiou seu rosto com a mão, onde segurava o restante de seu cigarro. Parecia cansado. - Não quero que fique perto de mim pois o cheiro do cigarro ficará impregnado em você.

- Se esse for o caso, você não precisa se preocupar comigo. Talvez você me ache maluca, mas eu até que gosto do cheiro.

- Se gosta, então por que reclama tanto comigo? - perguntou, erguendo uma sobrancelha, como se dissesse "você é louca".

- Porque não faz bem para sua saúde, é óbvio.

- Nem para sua. Então, se não quer nada aqui na cozinha, apenas volte para o seu quarto.

- Tecnicamente eu posso ficar, então, já que quero algo.

- Seja lá o que for, apenas pegue logo. - ele disse, voltando a encarar o vinho.

- Não é algo que eu posso simplesmente pegar. - expliquei. Eu não conseguia entender porque ele desejava tanto me mandar embora, mas aquela sua insistência só me fez ter vontade de ficar. Só me fez ter vontade de permanecer ao seu lado. Além disso, eu ainda precisava agradece-lo. - Parando para pensar, amigão, é mais como algo que eu quero fazer.

- Não estou entendo onde você quer chegar. - meu segurança murmurou. Apesar do escuro, seus olhos curiosos eram nitidamente visíveis para mim.

- Por acaso você pode se levantar?

- O quê? Posso, mas por que eu faria...

- Sem perguntas. Se pode, apenas se levante.

- Nalu, isso não é hora para brincadeiras.

- Não estou brincando, apenas se levante, amigão. Ou sei lá... talvez, só talvez, você está cansado demais para fazer algo tão simples assim? - provoquei. Era óbvio que sim, mas meu segurança não iria demonstrar essa fragilidade para mim nem se sua vida dependesse disso.

- Não, só não estou com vontade de me levantar.

- Não está com vontade de se levantar porque está cansado, né? Eu entendo. De verdade, eu realmente entendo. - comecei a falar, de forma fingidamente inocente. - Mas, imagine só: se nesse exato momento, estivéssemos prestes a ter uma tentativa de sequestro aqui dentro desta cozinha, você por acaso se levantaria? Tentaria me ajudar?

- Que tipo de pergunta é essa? Óbvio que sim. Não só tentaria, como conseguiria. É o meu trabalho.

- Então será que você pode apenas pensar que é uma emergência e se levantar? - perguntei.

Meio relutante, meu segurança passou alguns segundos me encarando, como se desejasse muito saber o que estava passando por minha mente, e então suspirou. Pensei que ele estivesse prestes a dizer não novamente, e já estava a ponto de desistir de tudo e voltar para o meu quarto, quando o mesmo levantou-se abruptamente e, quando estava preste a dizer algo, não conseguiu pois eu passei meus braços por volta do seu pescoço e o abracei.

Sei que havia várias outras maneiras de agradece-lo pelo que havia feito por mim, mas nada parecia tão verdadeiro quanto um abraço. Nada parecia tão verdadeiro quanto sentir a energia de alguém.

- Obrigada por recuperar meu celular de volta, amigão. - disse, entre o abraço.

Não considerava a possibilidade dele me abraçar de volta, ainda mais pelo seu jeito sério de agir, então tudo bem não ser correspondida. Eu apenas queria que ele notasse o quão grata eu estava.

- Nalu...

- É apenas o seu trabalho, eu sei, mas ainda assim... muito obrigada. - falei, sem deixá-lo ter tempo de argumentar, pois sabia que ele iria transformar tudo em formalidade ou broncas. - Sei que você poderia ter apenas deixado para lá ou desistido, mas não. Você foi atrás e de alguma forma conseguiu então... de verdade, amigão, eu agradeço.

Enquanto eu falava, sentia facilmente o cheiro de seu perfume mesclado ao cigarro. Sentia perfeitamente, o som de sua respiração pesada em meu pescoço e seu calor, que me causava arrepios. E quando eu estava prestes a me afastar, senti também, o momento em que sua mão segurou minha cintura e ele me puxou um pouco mais para perto de si.

O ato me surpreendeu, mas não tanto quanto as palavras que saíram de sua boca, baixas e irresistivelmente provocantes, como eu nunca havia escutado antes:

- Se queria uma chance de sentir meu abdômen, era só pedir. - se afastando um pouco de mim, o segurança tinha um pequeno sorriso nos lábios. Ele caminhou em direção a uma pequena lixeira encima da pia, jogou o restante do cigarro lá e antes que eu pudesse falar algo, disse: - Eu já disse, você deveria ir descansar.

- Eu estou indo, senhor rei da insensibilidade e não compaixão  pelos demais. - passando por ele, parei, e murmurei, antes de ir para o meu quarto: - Ah, só pra constar, já senti abdomens melhores.

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to com esse capítulo feito há uma semana, mas não sabia se ele tava bom ou não. espero que vcs gostem!!!! eu tava com bloqueio criativo ferrado esses dias.

New security ❄ Im JaebumWhere stories live. Discover now