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Por enquanto

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No momento em que meu pai se levantou de sua cadeira na ponta da enorme mesa e pediu a atenção de todos, eu soube, instantaneamente, que não viria coisa boa. Como eu sabia disso? Bem, pelo modo como ele bateu levemente em sua xícara de café com aquela pequenina colher, juntamente aos rápidos olhares que trocou com a bela mulher loira. Ou mais especificamente, com a mãe de Mark.

Por enquanto.

As duas palavras ditas por ele vieram a minha mente, me fazendo finalmente compreender a situação. Não era eu a pessoa que iria me casar, era ele! Por isso havia sido tão defensivo quando seu amigo insinuou um possível casamento para mim. Por isso havia me olhando daquele jeito tranquilo, demonstrando que eu não precisava me preocupar.

- Como muito de vocês já sabem, eu perdi minha mulher há alguns anos atrás. - ele começou. Sua voz calma, estável, confiante. - Após isso, nunca pensei que fosse conseguir gostar de alguém novamente. Me tranquei no escritório, comecei a trabalhar e até mesmo esqueci que ainda havia alguém que precisava muito de mim. - papai me encarou, murmurando um sinto muito e logo voltou a falar novamente. - Mas com o tempo, alguém entrou na minha vida. Alguém que logo se tornou importante. E essa pessoa me mostrou que os demônios dentro de mim poderiam sim, ir embora. Que as dores iriam diminuir, apesar das lembranças continuarem. Mas tudo bem assim. Porque ao passar dos dias, meses e anos... doeria cada vez menos. Mesmo que não desaparecesse completamente. Mesmo que o pensamento de cessar fosse impossível.

Não gostei de suas palavras. Na minha cabeça, não parecia que ele se referia a dor dele. Não parecia que ele estivesse querendo se livrar da culpa ou qualquer coisa que o atormentasse em relação ao passado e seus possíveis erros. Ao meu ver, tudo o que papai queria fazer era esquecer a existência da mamãe. E isso me deixou frustada. De repente, me virei para Mark e disse:

- Você sabia, não é? Você já sabia o que iria acontecer hoje.

- Obviamente. - ele respondeu, olhando fundo nos meus olhos. Parecia estar querendo saber como eu realmente estava me sentindo perante a situação. - Eu não me daria ao luxo de levantar tão cedo assim se não fosse por algo importante. Além do mais, eu meio que precisava falar com você.

- Sobre as minhas coisas, é claro. - murmurei.

- Sobre as suas coisas. - ele concordou, sorrindo.

- Indo direto ao ponto, convidei vocês hoje, para apresentar-lhe dois novos membros importantes para a família. - meu pai voltou a falar, e eu voltei a encara-lo novamente. - Quero lhes apresentar minha nova companheira, a nova Srt. Wright, e seu filho, Mark.

"Nova Srt. Wright", essas foram outras de suas palavras que não me agradaram nem um pouco e, novamente, a sensação de que ele estava realmente querendo esquecer mamãe voltou.

- É um prazer conhecer todos vocês em um dia tão lindo como hoje. - a mãe de Mark se levantou-se e papai estendeu a mão, educadamente, para que ela segurasse.

- Sua mãe não estava em casa ontem á noite, não era? - novamente, voltei a falar com Mark, que ergueu uma sobrancelha. Eu finalmente havia me dado conta de algo.

- Acha que eu daria uma festa daquelas com ela em casa?

- Será que você apenas me responder com um sim ou não? É importante.

- Não, ela não estava. Por que?

- Meu pai também não estava em casa ontem. Na verdade, acho que ele nem dormiu em casa.

- Bem, foi como eu disse, eles estavam tendo um caso. - ele informou o que agora, era óbvio.

- Quando ela contou a você sobre o casamento?

- Hoje de manhã. - ele respondeu, desconfiado. - Por que diabos está me fazendo essas perguntas estranhas?

- Então é provável que eles tenham resolvido isso de última hora?

Agora estava na vez da mãe do Mark falar, e eu realmente não estava interessada em escutar quaisquer palavras vindas dela.

Você está sendo mal educada, Nalu., me repreendi mentalmente.

- Sim. É provável que tenham resolvido tudo isso ontem á noite, caso tenham se encontrado.

- É óbvio que se encontraram. - eu disse. Por pouco, não murmurei alto demais. - Mas por que anunciar um casamento tão encima da hora?

- Não é encima da hora, Nalu. Eles não anunciaram oficialmente, e não é como se fossem se casar amanhã. - Mark suspirou.

- E você concorda com isso?

- Você não?

- Eu só acho estranho ser...

- A minha mãe? - ele riu, aproximando seu rosto um pouco mais do meu. - É realmente tão ruim a ideia de ter um querido irmão mais velho morando no mesmo teto que você?

O pensamento de ter Mark na mesma casa que eu realmente me fez começar a soar frio. Meu lar era o único lugar que eu achava consideravelmente seguro para mim, e agora minha paz iria acabar em alguns meses?

- Quando o irmão é você, sim. - disse, virando minha atenção para frente novamente.

- Boa resposta. - ele falou baixinho. Provavelmente estivesse sorrindo ao dizer isso.

Quando papai voltou a falar, ele disse que estava realmente grato por ter a presença de seus amigos mais próximos naquele momento tão importante de sua vida. Informou também que iria anunciar seu casamento oficialmente em torno de um mês, possivelmente após a coletiva de imprensa no debate oficial e que, acima de tudo, eu iria me casar sim, mas somente quando eu encontrasse a pessoa certa para mim. Enquanto isso não acontecia, eu deveria apenas aproveitar a minha vida tranquilamente, mesmo que tranquilo não fosse a definição correta, e viver um dia de cada vez.

Sorrindo, eu o encarei. Mesmo que seus olhos agora estivessem na direção da minha possível futura nova e primeira madrastra oficial, brilhando encantadoramente, havia algo de muito esquisito nessa história. Algo que eu definitivamente iria descobrir. Pelo contrário, não me chamo Nalu Holyn Wright.

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parece que alguém vai ter um irmãozinho. akdjsjjrdj

New security ❄ Im JaebumOnde as histórias ganham vida. Descobre agora