Capítulo XV

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- Ei, Fred. Espere pela gente! - gritou Amanda vendo que o rapaz não queria ficar junto dela.

- Você não podia falar mais baixo, Amanda? Desse jeito seu pai vai ouvir. Bom, só ele não, mas Santana inteira.

- Calma aí, Fred. O senhor Marcondes já deve estar no décimo terceiro sono - disse David com os braços em volta da garota e de Carlos, que seguia sem falar nada.

Mais à frente, Fred girou nos calcanhares olhando para eles. Falou sussurrando, mas com firmeza na voz:

- Dê um jeito nessa sua namorada, Carlos.

- Tá bom. Tá bom! - falou Amanda em meio a risos. - Não vou falar mais nada - ela colocou o dedo nos lábios em sinal de que ficaria em silêncio.

Alguns metros à frente, os quatro chegaram na casa da jovem. Amanda se soltou de David e Carlos e saiu correndo dando um cutucão nas costas de Fred.

- Agora podem ir embora - disse ela com um longo suspiro. - Já estou salva. Só preciso subir pela Gloriosa e passar pela janela. Fácil!

Amanda andava de costas quando tropeçou e quase caiu sentada no chão. Teve que colocar as mãos na boca para não soltar uma risada alta.

- Bem que a Charlene poderia estar com a gente.

- A Charlene? Meio improvável - disse David arrancando folhas da árvore que ficava do lado de dentro do terreno. - Você sabe que ela não é muito de sair com a gente. Ela só gosta de ficar com você e com o Fred, em quem já deu alguns amassos. Não é mesmo, Fred?

- Não gostei nem um pouco do que acabou de falar, David - retrucou Amanda.

- Desculpe - disse ele, erguendo os braços em forma de rendição.

Amanda se despediu de Fred. Em Carlos deu um longo beijo na boca.

- Você vai ficar bem? - perguntou ele.

- Eu sempre fico bem - respondeu ela, passando pelo portão e acenando para eles.


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