Prefácio

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Prender o leitor/espectador num bom thriller policial; escrever esse estilo fazendo com que fiquemos vidrados nas páginas até seu desfecho, é tarefa a ser referenciada quando estamos diante de uma trama bem desenvolvida, que aguçando a nossa imaginação, permite finais inesperados, surpreendentes, e isso é uma tarefa que poucos conseguem fazer.

    Um ótimo exemplo desse gênero é a rainha do crime, Agatha Christie em seus: "O Caso dos Dez Negrinhos, "Assassinato no Expresso Oriente", "Os Cinco Porquinhos", entre muitas outras obras... São tramas que deixam o leitor angustiado, querendo saber: quem matou quem? E,  Fernando Moraes conseguiu criar essa atmosfera logo de cara em seu primeiro romance Andando Sozinho.

    A saga de Carlos Montenegro remete os leitores dessa joia literária a um plano de cumplicidade tão intenso que nos faz sofrer a dor do personagem, suas dúvidas e angustias e, praticamente, nos compromete com a busca das respostas sobre o verdadeiro destino de sua adorada Amanda Marcondes. 

    A criação da seita Datrios e suas intercorrências com os personagens estabelece uma intrigante cortina de fumaça que confunde e embaralha nossa curiosidade e nossa porção policialesca, na busca de uma explicação razoável para uma história que poderia ser apenas mais um romance água com açúcar, no melhor estilo Romeu e Julieta, mas que se transforma a partir de ingredientes magicamente criados por Moraes, num drama sem precedentes.

    Fernando Moraes parece haver sido agraciado com uma varinha de condão literária. De sua fértil cabeça saem histórias que encantam e aprisionam seus leitores. Com seu jeito simples, discreto, observador da natureza humana, parece filtrar em cada um de nós, fragmentos de personalidade que comporão seus personagens e que, com certeza, vão surpreender os leitores que sempre poderão encontrar algo com que se identificar. O seu imaginário ignora limites e seu compromisso com os livros que escreve transparece seu universo lúdico.

    Em Andando Sozinho você terá que reunir (e organizar) fatos, nomes e lugares de um longo e enigmático período de 12 anos da vida de Carlos Montenegro. Mas não se afobe, nem se deixe iludir com as armadilhas criadas para distrair sua atenção, Moraes é um mestre nesses artifícios e preparou todo o caminho que os leitores terão que percorrer para saber o destino de Amanda, e somente ao final dessa formidável jornada, você saberá quem, afinal, matou Amanda!

    Mas, será que Amanda está mesmo morta? 

    Arme-se de seu melhor estilo investigativo e siga a trama contida em Andando Sozinho, uma história de leitura obrigatória e inadiável.


Anderson Fabiano - Escritor, editor independente e titular da cadeira nº5 da Academia de Letras do Brasil/Itajaí

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