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"My heart is broken

Release me, I can't hold on"

Release me, I can't hold on"

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| J O A N A |

Eu esperei.

Podem me acusar de muita coisa, mas nunca de não ter esperado. Porque eu esperei fielmente por um contacto vindo dele. Esperançosamente, esperei durante uma semana inteira! Uma semana, em que a cada dia que passava, o meu buraco apenas aumentava.

Eu caía cada vez mais depressa a cada dia que passava sem que o Tomás me contactasse. Todos os dias eu esperava por um telefonema, uma mensagem, o que fosse! Eu apenas esperava que ele me pedisse perdão.

Porque eu desculpá-lo-ia! Desculpá-lo-ia, pois entendia a sua reação, como sempre entendi cada reação da sua parte! Eu apenas desculpá-lo-ia...

Mas passou o primeiro dia, e depois o segundo, o terceiro... uma semana. Uma semana e nada. Nada... E as minhas esperanças foram embora com esse nada. Ele não me amava, nunca amou.

Eu podia entender a raiva momentânea, a dor momentânea, a desilusão momentânea, a quebra de confiança momentânea, mas nunca a longo prazo. Eu entendia, porque se eu tivesse recebido um vídeo do Tomás a beijar outra, teria a mesma reação que ele. Teria aquela reação momentânea, até conseguir pensar com clareza. E quando o fizesse, eu perceberia que aquilo era impossível, faria de tudo para provar que aquele vídeo era mentira. Porque eu amava o Tomás!

Mas ele não fez nada disso. À primeira oportunidade culpou-me e nem mexeu um dedo para provar a minha inocência, uma vez que ela nunca lhe passara pela cabeça. Porque ele não me amava... o Tomás não e amava.

E foi preciso uma semana para finalmente interiorizar essa ideia.

O Tomás não me amava.

E doía tanto chegar a essa conclusão e levá-la adiante! Doía tanto ter de dizer aquilo vezes sem conta para acreditar naquelas palavras e conseguir seguir avante! Doía tanto! Sentia-me miserável, uma imprestável, uma coisa descartavel e ridícula. Sentia-me um objeto, sem qualquer valor.

O Tomás não me amava. Nunca amou...

Porém, por muito que o meu coração estivesse reduzido a pó e eu nem sentisse a minha alma, de tão dormente que ela estava - por ter sentido um sofrimento sem fim - eu tinha algo que me fazia movimentar.

Eu tinha uma vida dentro de mim. Tinha uma vida a crescer na minha barriga, tinha um ser que dependeria inteiramente de mim para o fazer feliz. E eu iria fazer de tudo para que aquele ser não sofresse.

- Eu prometo-te, bebé – disse entre lágrimas pesadas que escorriam dos meus olhos. – Prometo-te que a mãe vai fazer de tudo para que não sofras. Eu prometo-te! Prometo-te...

[Concluída] Acasos da vidaWhere stories live. Discover now