Capítulo 33 Uma nova vida

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O dia do julgamento do Arcanjo chegou. O menino foi acusado dos homicídios que cometeu dentro da febem, os meninos e o inspetor Marcos. Foi condenado a ficar encarcerado até a maioridade. Mas Natan ficou tranquilo com esse assunto.

Com o tempo, o celestial acabou fazendo amizade com Mateus, com isso, alguns inspetores que tinham algum pensamento de vingança contra Natan, logo tiraram essa idéia da cabeça, pois Mateus era membro de umas das facções mais perigosas de São Paulo. Caso eles fizessem alguma coisa com o Arcanjo dentro da febem, na rua poderiam perder a vida.

E o tempo passou, nada de brigas e confusões. Natan ficava no seu canto, não era de muita conversa. O diretor também não incomodou o menino. Em vez de sair com 18 anos que é a maioridade penal brasileira, o Arcanjo ganhou a sua liberdade com 21 anos, pois seu caso foi esquecido nos tribunais e o menino não tinha ninguém para ajudá-lo nesses assuntos judiciais.

A energia negativa (pecado Ira) que estava trancafiada no interior da mente do menino, não falava mais, estava impedida. Tudo indicava que agora seria tudo diferente.

Num domingo de manhã, Natan ganhou a liberdade para se juntar a sociedade. O sol já estava para dar as caras, indicava que o dia seria quente. O menino estava somente com a roupa do corpo. Ele andou por horas até chegar no seu bairro de infância.

Com a morte de Aurélia, o celestial estava sozinho no mundo, pois sua mãe adotiva era filha única e seus pais já haviam falecidos. Os bens de Aurélia foram todos vendidos por uma prima distante que apareceu assim que ela morreu.

Chegando no bairro, Natan viu outras pessoas morando na sua antiga casa, tudo estava diferente, ruas asfaltadas, novos pontos de comércio e etc. Ele simplesmente virou as costas e saiu andando. O rapaz deu uma passada na casa da família dos santos.

Não havia mais cercas de madeiras em volta da casa, em vez disso um muro alto com cacos de vidros em cima. No centro, um portão de ferro pintado de preto. Em vez de um jardim bem cuidado e uma varanda aconchegante, agora era um piso cinza áspero com uns três ou quatro carros da família. Natan apertou o interfone.

-Quem é ?- Perguntou uma voz grossa.

-Natan... Eu gostaria de falar com a dona Marta ou o senhor João

-Um momento... Me desculpe, mas dona Marta não o conhece.

-Conhece sim, fala para ela que sou o filho de Aurélia. - Falou o celestial bem próximo do interfone.

O portão se abriu e uma empregada da casa acompanhou o celestial para dentro do recinto. Tudo estava diferente, em vez dos antigos móveis rústicos que tinha no lugar, agora era tudo novo e tecnológico.

Natan foi levado até a sala. Minutos depois dona Marta apareceu, Uma senhora de muita etiqueta e séria. Ela pediu para o Arcanjo se sentar e se sentou logo em seguida.

-Bom dia dona Marta, eu sou o Natan, filho de Aurélia, tudo bem com a senhora? - Falou o celeste se sentando no sofá.

-Estou bem obrigada, o que você deseja ?- Falou a mulher séria e aparentemente com pressa.

-Quando minha mãe morreu, eu estava preso, não pude ir no enterro dela. Eu gostaria de saber em qual cemitério ela está ?

-Agora estou me lembrando rapaz. Você é aquele menino que Aurélia adotou.- Falou Marta encarando o celeste.

-Sou eu mesmo.

-Natan... Aurélia foi enterrada no cemitério do Morumbi. Se você for lá, informe o nome completo dela que eles lhe informarão onde estão os resto mortais dela.

-Obrigado dona Marta. - Falou Natan se levantando do sofá e emendou - Dona Marta, me desculpe, mas tenho fome, a senhora pode me servir um pouco de comida e me dar um pouco de água.

-Me desculpe rapaz, mas aqui em casa não tem comida pronta ainda e não tenho água gelada na geladeira. Eu tenho muitas coisas para fazer e preciso que você vá embora.- Falou Marta num tom seco e de desprezo.

-Sim senhora, me desculpe.

-Júlia... O rapaz está. de saída, leve-o até o portão. - Falou Marta aos berros com a empregada.

A moça fez o que a dona pediu. Na saída da casa, Júlia falou:

-Desculpa os modos dela Natan, é que depois que o senhor João morreu, ela nunca mais foi a mesma.

-Eu entendo, mas cadê os filhos dela? Priscila e Alberto ? - Perguntou o Arcanjo.

-Priscila se casou e foi morar nos Estados Unidos com o marido. Alberto é pastor de uma rede de igreja chamada universal, mal tem tempo para a mãe. Tem anos que Priscila também não aparece, apenas manda dinheiro para eu cuidar dela. Eis o motivo para ela ser uma pessoa tão amarga.

Após sair pelo portão, o celeste falou:

-Espero que ela fique bem... tchau Júlia.

A moça fechou o portão sem falar nada.

O Arcanjo retomou a caminhada, parou no primeiro bar que viu e lá bebeu uns quatro copos de água da torneira. Depois disto ele andou até chegar ao cemitério do morumbi.

Depois de muita insistência, um funcionário do lugar levou o Arcanjo até o jazigo da mãe.

Chegando na lápide de Aurélia, Natan viu uma foto dela no túmulo. Ele se sentou na grama encarando a pedra com a inscrição " Descanse em paz".

Em voz baixa, o celeste falou:

-Mãe... A senhora está morta por minha causa, eu peço o seu perdão. Me desculpa, fui descuidado, matei aquele moleque por acidente. Eu queria que nada disso tivesse acontecido.

Após essa fala, lágrimas começou a descer do rosto do rapaz. Até que uma aura tocou em seu ombro.

-Posso me sentar ao seu lado? - Falou a aura.

Quando Natan se virou para ver quem era, ele ficou impressionado.

-Mãe...

-Oi meu filho, você está bem, quanta coisa ruim você passou. Eu via tudo lá de cima e ficava aflita, mas seus irmãos me acalmava me.

-Eles deixaram você vim me ver. Que maravilha. - Falou um emocionado Natan.

-Miguel deixou eu vim e Gabriel me trouxe. - Falou a aura de Aurélia.

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