Capítulo 3 O início

76 6 1
                                    

Os portões dos Éden se abriram, duas colossais chapas e grossas de cristais rodeada por uma imensa muralha de pedra, vigiadas por anjos guardiões.Tudo estaria normal se o tempo não estivesse nublado, pois isso era sinal de problemas. O mundo do paraíso era o tempo todo banhado por raios solares.

Um Arcanjo passou pelos portões e entrou no mundo dos céus . Ele estava ofegante, cansado e com sua armadura suja de sangue humano. Esse Arcanjo se chamava Uriel.

Seus irmãos, Miguel, Rafael e Gabriel estavam à sua espera.

O Arcanjo seguiu caminho pela estrada principal do lugar, que era gramado. Todas as almas o observavam, ele sentiu o receio deles, mas mesmo assim não havia o que fazer, realmente Uriel estava numa situação deplorável. Estava claro os olhares de desaprovação por um ser que eles tinham tanto respeito.

Ao chegar perto de seus irmãos, o Arcanjo num tom calmo falou:

- Eu ainda sou digno de pisar nessas terras sagradas?

- Se os portões se abriram, significa que sim.- Falou Miguel num tom calmo.

- O que aconteceu Uriel ? - Perguntou Rafael curioso.

- Deixe que ele tire sua armadura e se limpe, depois ele nos explicará o que aconteceu.- Falou Gabriel.

- Que assim seja. - Concordou Rafael.

Depois do ocorrido, os Arcanjos se reuniram no castelo de Uriel, que a essa altura já tinha se limpado e estava livre de sua armadura.

O castelo do celeste tinha uma bela arquitetura, acinzentado por fora e por dentro, algumas colunas no interior e repletos de armas. O lugar parecia um museu, pois tinha todos os tipos de armas existentes até o momento. O Arcanjo era o responsável por treinar as tropas angelicais, por isso o castelo se parecia com um arsenal. Mais ao fundo do lugar, havia um cômodo com uma imensa mesa, o local foi criado justamente para reuniões de guerras, e era lá que os Arcanjos estavam.

Quando Uriel entrou na sala, seus irmãos estavam sentados conversando entre eles.

- Desculpem a demora, eu estava limpando a minha espada.- Falou o Arcanjo ao fechar a porta da sala de reuniões.

- Diga-nos o que aconteceu. - Falou Miguel cansado de tanta curiosidade.

- Irmãos... Fui enviado numa missão de resgate no mundo dos homens por Angélicos, o Principado. Eu tinha que trazer o anjo Lucius de volta ao céu, pois ele estava tendo problemas de comunicação, de alguma maneira sua telepatia estava bloqueada. Quando estávamos voltando ao Éden, eis que presenciamos um grupo de humanos realizando uma conjuração. - Uriel olhava num tom sério para os irmãos.- Algo deu errado e três Demônios acabaram saindo pelo portal clandestino que esses conjuradores criaram. Consegui abater dois, mas quando fui no encalço do terceiro, eu o vi devorando a cabeça da alma do anjo Lucius, pois ele era inexperiente ainda como um guerreiro. Fui tomado por uma fúria que desconheço, algo na minha mente me incentivava ao ódio, ela literalmente falava comigo. Meu poder aumentou consideravelmente, minha espada flamejava grandes lampejos de fogo e com isso não tive problemas em derrotar o último Demônio. Mas mesmo após eu derrotar o meu inimigo, a minha fúria ainda não havia cessado, ao contrário, eu estava mais furioso. Fui atrás dos conjuradores que restaram e matei um por um. Depois disto eu ainda fui atrás de outros humanos para lhes tirar a vida.Tinha ciência do que estava fazendo, mas eu estava fora de controle.

Após ouvir o relato do irmão, Gabriel se levantou e começou a andar para um lado e para outro. Ele pensava em como livrar o irmão desse problema.

- Matar um ser humano é algo muito grave para nós Uriel, você sabe disso, ensina outros anjos a não cometer tal ato. - Falou Miguel entristecido.

- Ele não teve culpa Miguel.- Falou Rafael, que também se levantou._ Foi a doença da fúria que fez isso.

- Somos imunes a qualquer tipo de doença Rafael.- Afirmou Miguel, mas Rafael olhando sério para o irmão falou:

- Era isso que pensávamos.

Uriel se sentou, não tinha mais nada para falar, apenas ouvia os irmãos conversarem entre eles. Ele sabia que o que ele fez, teria consequências drásticas.

- Com certeza, Arcanos já deve estar sabendo o que aconteceu, logo ele e as outras castas descerão até o Éden para apurar os fatos e julgar Uriel.- Falou um pensativo Gabriel.

Rafael se aproximou do seu irmão sentado ele falou:

- Vou fazer um relatório sobre essa doença da fúria, talvez isso ajude no julgamento.

- Vou descer no mundos dos homens para ver os estragos que você fez. - Falou Gabriel.

- Conversarei com Arcanos, vou ver o que posso fazer.- Falou Miguel dando de ombros para Uriel.

Os quatro Arcanjos saíram da sala de reunião e foram até a saída do castelo, ao saírem para o lado de fora do lugar, eis que todas as castas celestiais os esperavam.

ArcanjosWhere stories live. Discover now