Capítulo 13: Carnificina

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O sol ardia nas peles dos meninos, muitos se afastaram para ficar longe de confusão.

João e os três garotos se aproximaram de Natan.

-Eu trouxe vocês por causa de um imprevisto, mas acho que consigo matar esse bastardo sozinho, fiquem na contenção. - Falou o menino musculoso que se aproximava do celestial.

Uma mistura de medo e raiva corria pelas veias do Arcanjo, ele estava quase perdendo o controle de suas emoções ao ver João se aproximar. Natan estava encostado no alambrado, sua camiseta era de manga longa e calças folgadas.

-Eu vou avisar uma vez só...Afaste-se, não quero confusão. Se insistir em me confrontar, vou tirar a sua vida. - Falou o celestial num tom calmo, mas ameaçador. João estava as uns dois metros de distância, os outros garotos estavam um pouco mais longe, a pedido do menino musculoso.

-Você matou o primo. Eu quero vingança. Vou estourar sua cabeça, assim como você fez com ele, só assim para eu ter paz.

João partiu com tudo para cima de Natan.

Os outros internos e até mesmo os agentes que presenciaram a briga, não tinham uma visão clara do Arcanjo, pois o corpo alto e musculoso de João, impedia que eles vissem o que estava acontecendo, se o pequeno Natan estava se defendendo ou sendo massacrado.

A cada soco que João dava, um esguicho de sangue voava no ar até cair no chão. Parecia que os golpes do garoto musculoso amassava o rosto do celestial, pelo menos era o que aparentava e era o que quem assistia pensava.

O agente Marcos assistia de longe, um leve sorriso saia da sua boca, depois de umas tragadas de cigarro. Tudo estava ocorrendo como ele planejou.

João deu uns vinte socos, até que ele parou. Estava ofegante, abaixou as mãos, sentia o corpo pesado, deu uma bambiada e caiu de lado como saco de areia no chão, morto, com a camiseta ensanguentada e todo furado por uma faca improvisada que Natan portava em umas das mãos. Todos ficaram impressionados com a cena.

O cigarro caiu da boca do agente Marcos, pensou consigo: " Aonde ele arrumou aquela faca?".

Voltando alguns minutos, quando Natan entrou no pátio e se trombou com Mateus, na realidade, ele estava recebendo uma faca improvisada, o celestial rapidamente a escondeu na manga da camiseta, só usaria o objeto cortante se precisasse. Por isso ele deu aquele aviso a João, mas o menino musculoso não deu atenção e foi surpreendido.

o celestial estava com algumas escoriações e alguns inchaços pelo rosto, devido aos socos de João, sua camiseta estava banhada com o sangue do inimigo caído, rosnando como uma fera indomável, com os dentes cerrados e a mostra para intimidar quem o desafiasse, os olhos vermelhos de fúria. A energia negativa estava no comando.

Muitos internos se assustaram e correram com medo. Vendo o amigo morto, os três garotos pegaram suas facas da cintura e partiam para atacar Natan.

O celestial estava cego de consciência, tomado pela fúria, todos eram inimigos. O primeiro garoto se aproximou, tentou furar o Arcanjo, mas ele foi surpreendido quando o celestial desviou facilmente do golpe e o pegou pelo pescoço, Natan não teve piedade, passou a faca no pescoço do menino, o rasgando de um lado para o outro. O garoto caiu no chão com as mãos no pescoço para tentar conter o sangramento, mas era questão de tempo para que ele morresse.

Observando o outro menino se aproximar, Natan arremessou a faca com frieza e com perfeição. O objeto cortante acertou em cheia o olho do menino e furando seu cérebro.

O terceiro rapaz se aproximou, ele chorava pela morte dos amigos, estava com as pernas tremendo, mas não recuaria, sua moral com os outros internos estava em jogo. Ele pensou que estaria em vantagem, pois estava munido com uma faca, enquanto que Natan estava com as mãos nuas.

Os agentes correram para o pátio a mando de Marcos, pois as coisas podiam piorar ainda mais.

Natan se abaixou em posição de caça, parecia um felino sedento por comida, com a cabeça um pouco abaixada e com os olhos levantados, o Arcanjo mirava em seu alvo. Então ele começou a se aproximar lentamente da sua presa, com os dois pés e mãos no chão, o celestial parecia um leão infernal.

O garoto, o único sobrevivente do bando de João, apontava a faca para Natan, mas ele se assustou quando o Arcanjo pulou em cima dele como um gato, fazendo os dois cair no chão. O menino caiu por baixo, ele ainda segurava a faca, tentou furar Natan, mas o celestial segurou o objeto cortante, e ambos faziam força para ver quem sairia com vida.

O rapaz segurou a faca o máximo que podia, mas Natan era mais forte, ainda por cima sendo controlado pela fùria, sua áurea lhe dava uma força extra. O Arcanjo foi descendo a faca lentamente. O objeto cortante, furou o peito do rapaz, ele começou a agonizar, Natan só parou quando a faca perfurou o coração. Ele sussurrava:

-Morra como um porco. Morra como um porco.

Sangue começou a sair da boca do rapaz, sentia seu corpo esfriando, a dor insuportável incomodava, a alma se desprendia de sua carne, os olhos prestes a se perder na escuridão. O garoto morreu.

Quando os agentes entraram nos domínios do pátio, era tarde, a carnificina estava concluída. Natan se levantou do corpo morto do rapaz que acabara de matar e se rendeu. Seus olhos voltaram ao normal, ofegante, mas aparentava que estava se acalmando. ele foi rendido e levado para a sala do agente Marcos.

-O que você fez?- Falou Natan consigo mesmo.

-Ainda não acabou, se prepare.- Falou a energia negativa na mente do menino.


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