Capítulo 6

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Aviso: Este capítulo contém mais de 3k palavras

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Desvendar o que o conto queria dizer, se provou uma tarefa dura, mas muito proveitosa, sempre que eu tinha duvidas, Ani me ajudava com os significados, mas a velha nunca dava a resposta direta, me fazia pensar se estava certo ou errado o que eu tinha traduzido.

Nunca tinha pensado que fosse capaz de realmente aprender uma nova língua, mas Ani estava conseguindo um milagre. Ao fim de três dias, finalmente tinha terminado, o conto falava de uma terra coberta por uma bela floresta de árvores altas e rios cristalinos, onde a paz reinava e a magia era presente.

A história contava como cada pedaço da terra foi formado, alguns por obra de seres mágicos, outros por desastres naturais e outros construídos pelos povos que ali habitavam. Porém no final do conto, mostrava que aquele lugar não existia mais, pois um grande mal se instalou e assolou toda a região.

Ani me parabenizou por ter traduzido o conto, disse-me que ao longo do tempo que eu ficasse na ilha, iria traduzir as outras histórias, e que todo dia de manhã, teríamos aula com sobre aquele idioma, para eu aprender a falar e ler corretamente.

Não fiquei muito animada com a ideia, mas sempre que a questionava, ela me fazia lembrar que era eu quem pedira pra ela me ensinar, mesmo eu não vendo nenhuma utilidade, que aquela língua morta poderia ter para os meus problemas.

Durante uma semana, acordei cedo para ter as aulas da língua antiga, a principio tive muita dificuldade na fala, principalmente por ter sons difíceis de emitir. No terceiro dia, Ani vendo minha dificuldade, me disse para invés de ler, cantar.

Gan deithio drwy'r tiroedd hyn

Viajar por essas terras eu vou,

Y tu hwnt i'r môr, rwy'n mynd

Para além mar eu vou,

Dod o hyd i gariad am amser maith yn cael ei golli.

Encontrar um amor a muito tempo perdido.

Conforme os dias iam passando a dificuldade ia diminuindo, as tardes eu usava para estudar mais os contos do livro, ou então, ajudar Ani em alguma tarefa da casa, mas todo final de tarde acabava indo para o jardim. O por do sol me lembrava a minha casa, uma sensação de paz me preenchia e ali eu ficava até um pouco depois do anoitecer.

Quando Ani finalmente decidiu, que eu já sabia pelo menos me virar na nova língua, me falou que a partir daquele momento, toda a nossa comunicação seria feita naquele idioma, e com isso trocou as aulas de língua por aulas de ervas, onde pelo menos, eu me saia um pouco melhor por ter ajudado minha mãe na cabana com os doentes.

Ani ficou muito satisfeita com meu conhecimento, me deu um caderno com folhas em branco e capa de couro verde escura, onde ela me pedia para anotar todos os tipos de mistura, classificação das ervas, frutas e folhas.

Rosa Negra - A Ordem da RosaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora