A tristeza estava dando lugar a raiva, não conseguia entender o porque de ter que ir embora correndo, queria saber quem tinha feito uma coisa dessas com minha família, e o porque.
A senhora Claudete não estava me dando respostas, mas sim ordens, e eu já estava ficando irritada com essa situação, e o silêncio da velha.
- Claudete, se você quer que eu vá embora, é melhor começar a me explicar o porquê. Pois se eu não tiver um bom motivo, eu não vou perder o funeral de minha mãe, e muito menos abandonar o único lugar que eu conheço e chamo de lar.
- Lia, sua mãe e você não pertencem ao nosso mundo, vocês são especiais. Eu não sei o que vocês são, sua mãe nunca me disse, mas eu sei que ela temia algo, ou alguém, muito ruim. Se você não conheceu sua origem, é porque sua mãe estava fugindo dessa pessoa ou ser.
- Isso não é motivo suficiente, eu posso enfrentá-lo! Ainda mais com a ajuda do vilarejo.
- Você não pode. Se sua mãe não conseguiu, você sem treino não é páreo para o Raruk.
- Quem é Raruk?
- É quem matou sua mãe, eu não sei muito sobre ele, só sei que sua mãe o encontrou uma vez e quase morreu, e desde então, ela vem se escondendo com você. Lia, eu não sei o que ele faz, mas as feridas de sua mãe foram graves, ela perdeu sangue, mas o que a matou era uma coisa diferente, foi como se ela estivesse sido ferida por dentro.
- Ainda podemos enfrentá-lo!
- Por favor Lia, escute o último desejo de sua mãe, ela me pediu para falar que era para você aprender a se defender, aprender a arte antiga, descobrir quem você é.
- Eu posso aprender o que quer que isso signifique aqui.
- Sua mãe te conhecia bem, disse que você não iria embora, e que se isso acontecesse era para eu te falar do sonho, do seu sonho. Ela disse que você entenderia, vá atrás do sonho Lia e fique viva.
Eu olhei com espanto para a senhora, nunca tinha contado daquele sonho para ninguém, minha mãe já tinha me escutado chorar e gritar de noite, mas eu nunca consegui lhe contar o que eu via, como ela poderia saber o que era.
Algo estava errado, mas um pressentimento me chamava, decidi que iria partir no amanhecer, não apenas porque era o que minha mãe queria, mas também para encontrar quem tinha feito isso com ela. Eu jurei naquele momento que iria fazê-lo pagar.
- Muito bem Claudete eu vou partir, mas para onde eu tenho que ir?
- Siga seu coração, eu não tenho instruções Lia, sua mãe quando queria era bem misteriosa, e acredito que você encontrará mais respostas na carta e nas coisas que ela lhe deixou.
- Tenho que preparar algumas coisas para levar comigo.
- Não precisa, eu já arrumei, está tudo na bolsa que deixei na sala. O vilarejo mais perto é Gerda, fica logo depois do bosque, comece por lá menina. Agora não temos muito tempo, se despeça de sua antiga vida e vá em busca do sonho Lia.
Ron se levantou como um furacão e veio para perto de mim, dava para ver que ele estava atordoado.
- Vocês só podem estar de brincadeira! Estão falando coisas sem sentido, como seguir um sonho e fugir de uma pessoa que não sabemos quem é! E agora você Claudete quer mandar Lia sozinha, em busca de sei lá o que, com um assassino a solta. Me diga que você não está falando sério em ir embora Lia?
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Rosa Negra - A Ordem da Rosa
FantasyHistórias de amor, guerras e ódio foram sendo esquecidas e mudadas ao longo dos anos, entretanto, um assassinato em um vilarejo pacato, vai mudar a vida de Lia para sempre, a forçando redescobrir o que foi esquecido, pois o assassino está atrás dela...
Capítulo 3
Depuis le début