Capítulo 33

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(Levi)

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(Levi)

Minutos antes

Cheguei semana passada e finalmente, depois de quase 12 meses, reencontrei minha família. Pude abraçá-los, matar a saudade e conversar muito, contando e ouvindo todas as novidades. Já fazem 8 dias, e foi tudo tão corrido que mal tive tempo de respirar. Já tinha compromisso na igreja, encontro com os amigos, reunião de família, aniversário de fulano, passeio com não-sei-quem e por aí vai.

Além do mais, eu havia estudado e trabalhado esse ano mais que em toda a minha vida e, apesar de ter sido uma ótima experiência, eu só queria descansar.

Mas ainda tinha algo que faltava. Eu estava inquieto, ansioso, fora do ar. Passara o ano inteiro tentando encontrar a Sarah. Queria qualquer tipo de contato com ela, o mínimo que fosse, mas nada funcionava. Seu número dava apenas fora de área ou desligado e, depois de um tempo, quando finalmente funcionou, não era ela quem falava comigo. Eu ligava várias vezes e o dono do número era um tal de Jefferson, Jederson, Jamerson, Janilson... Sei lá! Ele chegou a se irritar comigo e a me xingar, disse que não conhecia nenhuma Sarah e que se eu o incomodasse mais uma vez com ligação ou mensagem ele iria acionar a polícia.

Deixei de mão. O número não era mesmo dela. Ela havia trocado. Me preocupei. Talvez um assalto, não sei... Mas orei por ela, e pedi tantas noites a Deus que cuidasse da minha garota onde quer que ela estivesse ou o que quer que estivesse fazendo. Procurei nas redes sociais e enviei solicitações, mas ela não aceitava ou talvez nem via, e assim eu não podia enviar nenhum tipo de mensagem. Tive até mesmo a impressão de que havia sido bloqueado, mas não entendia nada. E não achava nem um motivo para isso.

Nós tínhamos nos resolvido. Tinha ficado tudo certo. Esperaríamos um pelo outro e finalmente chegou o tempo que passei o ano inteiro esperando. Eu estou aqui. E ainda não consegui encontrá-la. Me senti mal por ter passado tanto tempo distante e sem dar notícias, mas também não foi por falta de tentativa. Apesar do meu tempo corrido (até demais), eu buscava por ela, e quando nada mais deu certo, eu ainda orava por ela e pedia pra Deus cuidar, já que no momento eu não era capaz de fazer isso. Eu só queria uma notícia. Umazinha pelo menos.

Ela nem sequer foi se despedir de mim no aeroporto. O que pode ter acontecido?! Eu não compreendo. Sarah sempre teve um temperamento forte, mas não consigo imaginá-la abandonando assim tudo o que construímos, ainda mais sem me dar nenhum tipo de explicação!

Hoje é domingo e eu já tinha decidido que iria fazer uma surpresa para ela aparecendo na sua igreja, mas tive um compromisso em família e acabei não podendo também.

Mas hoje é um dia especial: Rafael vai pedir minha cunhada Jasmin em casamento e estamos todos ansiosos. Queria muito ver a Sarah, mas precisei priorizar esse momento.

Entramos na pizzaria e caminhamos até o balcão, solicitando uma mesa bem grande, já que somos muitos. O garçom então nos guia até um espaço da pizzaria onde há muitos jovens e pede para que esperemos só alguns minutos, pois eles irão providenciar tudo. É então que estreito meus olhos e não consigo acreditar no que estou vendo.

Meu coração acelera loucamente e arregalo os olhos. Não pode ser!

Corro com os olhos por sobre todos e de cara já identifico Safira: está saudável, forte, feliz e com o cabelo muito, muito, muito curto, acima dos ombros. Me assusto um pouco já que, da última vez em que a vi, seu cabelo chegava quase à cintura, mas ainda está linda! E paro um pouco meus olhos nela, sentindo uma emoção e um sentimento enorme de gratidão me consumir. Ela está bem e não contenho a felicidade ao pensar em Sarah e em como também deve estar bem com tudo isso! Ainda reconheço Ítalo, Ícaro e Amanda, além de algumas pessoas que vez ou outra apareciam no hospital para visitá-la, mas não avisto seus pais.

Todos estão em pé e se movimentando, e eu estou louco para ver a Sarah. Ela tem que estar ali, tem que estar! Começo a transparecer minha ansiedade para as minhas mãos agora trêmulas e suadas e para meu movimento pendular irritante com o corpo. Eu preciso vê-la.

Dou uns passos para o lado e é então que meus olhos param, encontrando a paz por uns segundos. Deixo meus ombros penderem e passo a mão pelo cabelo, ficando realmente louco em cada célula do meu corpo! Está mais alta, mais magra e seu cabelo está enorme, quase na cintura (quando nos conhecemos ele estava pouco abaixo dos ombros, mas já faz quase um ano!) e um pouco mais escuro — ou talvez seja a noite causando essa impressão.

Ela então começa a se afastar dos outros e caminha para um ponto longe da minha visão, mas eu não posso perdê-la de vista.

— Gente, eu volto já! — Aviso para Rafael e Lorenna, que estão ao meu lado, e mal espero suas respostas. Apresso o passo com os olhos fixos nela e paro, me escondendo atrás de uma árvore assim que ela senta em um pequeno e baixo banquinho de madeira.

Meu coração está absurdamente acelerado e eu quase não estou conseguindo me controlar. Eu quero ouvi-la, quero saber como está, o que aconteceu em todo esse período que estive fora; quero tocá-la, quero olhar em seus olhos...

Sarah pega o celular dentro da bolsa e conecta os fones de ouvido, logo segurando um pequeno pedaço de papel e encarando-o. Não sei o que aconteceu ou o que ela está sentindo, mas aparenta estar triste e tudo o que eu quero é cuidar dela: abraçá-la, segurá-la nos braços e dizer que eu estou aqui, que tudo vai ficar bem!

Me pergunto como fui capaz de conseguir passar tanto tempo distante!

Respiro fundo e decido me aproximar, mesmo sem nada em mãos. Se eu soubesse... Se eu fizesse alguma noção de que a encontraria aqui, teria trazido algo.

Mas eu também sou super fã das surpresas que Deus prepara para nós! 

Mas eu também sou super fã das surpresas que Deus prepara para nós! 

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Depois do Acampamento Where stories live. Discover now