Capítulo 6

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(Levi)

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(Levi)

Dirijo até a praça principal do Reverde e, assim que chegamos, estaciono o carro. Sarah põe a mão no puxador para abrir a porta, mas eu o travo. Ela me lança um olhar assustado.

— Eu poderia simplesmente ignorar, mas não vou esconder o meu passado e te deixar imaginando que sou um vovô fora do tempo. — Começo. Percebo seus músculos relaxarem e ela focaliza o olhar em mim, prestando atenção em minhas palavras. Meu pendrive está conectado ao som do carro e eu abaixo o volume de Wildflower, de Dave Barnes. — Eu sei que você odeia quando eu te trato daquela maneira! Eu sei! E eu sei que vai parecer loucura te dizer o que vou dizer... — Fecho os olhos já sentindo a força das minhas próximas palavras. A única pessoa que me ouviu falar de Camile foi minha última namorada, Júlia, porque eu achava que lhe devia explicações da minha história.

— Eu tive uma namorada. — Tento me controlar, mas as lágrimas já invadem meus olhos. Balanço a cabeça. — Ela... — Mordo os lábios. — Ela foi... A melhor pessoa que eu já conheci na minha vida! — Minha voz começa a ficar fina e eu sinto uma pontada de vergonha por estar chorando na frente de Sarah. Ela me lança um olhar compassivo. — Eu sinto... — Apoio a testa em uma das mãos. Sempre tenho dificuldades de controlar minhas emoções quando lembro dela. — Eu sinto muito a sua falta!

Sarah está sem reação, e eu não sei se me arrependo por estar contando isso a ela.

— Desculpa! — Diz em tom baixo.

Recomponho-me. — Não quero que peça desculpas, quero que entenda! — E respiro fundo, antes de prosseguir. — Eu a amava como nunca amei ninguém! Ela me trouxe algo que eu nunca perdi! — Meus olhos estão fixos no tronco da árvore à frente do carro e fico um bom tempo em silêncio, deixando apenas Wildflower preencher o ambiente do carro, deixando tudo mais melancólico. — Ela tinha câncer e faleceu quando estávamos juntos há 7 meses! — Falo, por fim, colocando a mão esquerda na boca e voltando a soluçar. — Ai, meu Deus! — Exclamo, sentindo voltar a dor e o aperto no peito. Eu não deveria ter superado isso?!

Sarah segura minha mão direita, que estava sobre o banco, e aperta-a sobre as minhas pernas.

— Sinto muito! — Diz com a voz triste.

Respiro fundo outra vez e enxugo minhas lágrimas.

— Ainda não cheguei à parte mais importante! — Digo e então ela solta minha mão, voltando a encarar-me. — Vai parecer loucura dizer o que vou dizer... — Repito. — Nós dois começamos a namorar um mês depois que nos conhecemos, no hospital. — Assim como nós dois. É o que quero dizer, mas tenho receio de assustá-la. — Ela mexia comigo de uma forma especial! — Assim como você. — E eu a perdi! — Franzo o cenho e tento me controlar.

Respiro fundo. — Vai parecer loucura, mas eu me preocupo com você e tento te proteger a todo o momento porque eu... Eu tenho medo de perder você! — Falo finalmente a parte mais relevante e ela apenas vira o rosto, encarando o vidro à sua frente. Acaba de juntar as mãos sobre a boca e eu me pergunto se estou sendo muito precipitado. — Se eu te ver sofrendo... — Engulo em seco. — Vou sofrer tanto quanto sofri pela Camile! — Pronto, falei!

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