Capítulo 22

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(Ícaro)

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(Ícaro)

58 dias depois

9 de junho de 2042

Último sábado do mês. O que significa que, no lugar do culto, Sam e Cauã nos levam para um lugar diferente, apenas para diversão e lazer. Hoje viemos à praia, que está bem movimentada, por sinal.

Amanda sentou longe de mim no ônibus, as coisas mudaram entre nós. Na verdade, parece que, depois do acidente da Safira, tudo mudou entre todo mundo. Apesar da minha conversa com a Sarah, nosso relacionamento está longe de ser o que era antes. Às vezes não a reconheço. Minha amiga sempre foi muito extrovertida e comunicativa, e agora ela passa a maior parte do tempo sozinha. Vai sozinha à escola, volta sozinha, não conversa muito nas reuniões e ensaios com o pessoal da igreja. Acho que a única pessoa que deve saber o que está acontecendo com ela é a Safira.

Eu sei o quanto a Sarah sentiu sua falta no período que passou em coma, tanto é que ela não saía do hospital em nenhum momento sequer — por mais que às vezes eu ache que isso se devia a outro motivo. Mas a questão é que ela mudou. Está mais pensativa, mais solitária, mais cabisbaixa, e algo me diz que, dessa vez, não tem nada a ver com a Safi.

Ítalo está mais radiante, mais feliz, mas sua atenção é fixa na Safira. Todos percebemos o quanto ele deixou a Sama e o Leo de lado, depois que ela voltou.

Leo e Sama criaram uma barreira ao redor de si mesmos. Parece que a órbita do mundo só gira ao redor deles dois. Viraram uma espécie de dupla sensacional! Quase sempre que os vejo, estão juntos. E sim, por incrível que pareça, o impossível aconteceu: estamos vendo agora Safira e Samantha desgrudadas.

Kaynon voltou para os Estados Unidos com sua família uns dias depois que a Safi recebeu alta, por conta das aulas e do trabalho da Lia e do Vitor.

Acredito que a única pessoa que não mudou muito foi a Amanda, ela continua a mesma garota incrível de sempre; e eu estou reparando nela mais do que nunca. Teoricamente, apesar das muralhas de cada um, ela consegue estar acessível a todos sempre que pode, menos a mim. Eu sou a exceção, claro! E por que não seria, né? Ela mal consegue olhar pra mim, e isso me desgasta! Mas continuo firme no propósito de reconquistá-la. Só planejo ir com calma, deixá-la respirar e não forçar a barra.

Eu tento me aproximar devagar e com coisas simples, sem conversas pesadas ou sem tocar no assunto delicado. Mas já se passaram quase 6 meses, e eu sinto que está na hora de avançar um pouco mais.

A maioria dos meninos está jogando futebol, e algumas meninas jogam cinco cortes mais à frente. O sol começa a se pôr, e eu parei um pouco para descansar e tomar uma água de coco. Ao longe, vejo Amanda se afastar também, ofegante e com as mãos no rosto. Olho-a sentar na areia, embaixo de alguns coqueiros e sem ninguém por perto. É a minha chance.

Depois do Acampamento Where stories live. Discover now