📖 LIVRO 3 DA TRILOGIA "ACAMPAMENTO DE INVERNO"
O Acampamento terminou, mas a estória continua. As memórias acabaram, mas o futuro aguarda. A amizade foi interrompida, mas um novo amor nasce.
Depois de um acidente inesperado no acampamento muitas...
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(Ítalo)
O jogo termina e, ofegante, corro até a caixa térmica para pegar um copo d'água. O sol já se pôs e só então percebo que nós passamos a tarde praticamente inteira jogando futebol. Lembro também que mal falei com Safira hoje.
Enquanto respiro fundo, procuro-a com os olhos e finalmente avisto-a ao longe, perto de um quiosque. Abro um sorriso aventureiro e aproveito que estou sem camisa para correr até ela e abraçá-la de uma vez.
Assim que o faço, ouço seus gritos agudos e me delicio com a sensação de provocá-la. Safira bate em minhas costas com as pontas dos dedos e me manda soltá-la, cheia de nojo.
Gargalho e finalmente me desfaço do nosso abraço. Ela então começa a balançar a própria blusa e fazer uma careta.
- Que nojo, Ítalo! Não acredito que você fez isso! Eca! - Fala e solta gritinhos.
- Isso é porque você passou o dia inteiro sentada na areia. - Respondo e puxo uma das cadeiras de plástico da mesa para sentar-me.
Ela faz o mesmo. - Eu dancei com as meninas também!
- Sério? Não vi! - Exclamo, enquanto reparo em um prato com alguns camarões assados. - São seus?
- Não. - Responde, e consigo perceber um tom de chateação em sua voz. - Eram do Leo, mas ele estava ocupado demais com outra coisa. - Conclui, apoiando o rosto sobre o braço esquerdo.
Franzo as sobrancelhas, ponho um camarão na boca - muito gostoso, aliás - e a encaro, estranhando sua reação.
- Como assim?
- Nada! - Responde, pegando também um camarão.
- Odeio quando você faz isso! - Suspiro.
- O quê?
- Quando esconde as coisas. Quando finge que está tudo bem. - Falo e vejo-a revirar os olhos.
- Se preocupa demais! - E então levanta da mesa, começando a andar para longe. Por instinto, levanto e apresso o passo até alcançá-la.
- Eu tento não me preocupar, mas... Sei lá, você já passou por tanta coisa... É... É natural pra mim me preocupar com você! - Explico enquanto continuamos andando.
- Mas eu nunca pedi pra se preocupar comigo. Não tenho culpa, Ítalo! - Responde, fazendo-me engolir em seco.
Sinto um aperto com sua resposta, mas tento não considerar tanto e continuar a conversa calmamente.
- Eu sei que não pediu, mas... - Balanço a cabeça. - Mas eu só quero te ajudar. - Respondo.
Safira então para de caminhar e vira de uma vez pra mim.
- Não. Você quer me sufocar. É diferente. - Responde friamente e volta a andar, dessa vez com passos mais apressados.