Chapter 7

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[NIALL POV]

Fogo, lágrimas, desespero, saudade, amor, raiva, traição, esquecimento...

-NIALL! - Minha mãe gritava. Eu não conseguia me mover, queria chegar até ela, mas algo me impedia.

-NIALL!

Mais uma vez. Seu grito estérico estava me sufocando.

-NIALL!

-SANTO PAI AMADO. - Eu gritei, me deparando com uma ruiva em pé ao lado de minha cama. Ela me analisava e não demonstrava nenhuma reação quanto ao meu grito.

-Hã, eu estou te chamando a algum tempo, você estava tendo um pesadelo? - Ela disse, e eu percebi que minhas mãos estavam suadas e meu corpo estava pegajoso dentro da roupa preta que eu usava. Senti vontade de berrar, ou de explodir. - Por favor, se acalme.

Eu me sentei na cama e ela se sentou ao meu lado, passando uma mão em minha testa.

-Q-quem é você? - Eu disse, a ponto de entrar em combustão ali mesmo.

-Meu nome é Jade, e eu não vou te machucar. - Eu me afastei um pouco dela e encarei o chão. - Então, temos muito a conversar, mas agora não é o momento. Por favor, siga-me.

Ela se levantou e gesticulou apontando para a porta, eu me levantei e dei um passo para trás.

-Onde nós vamos? - Eu lhe perguntei, ainda olhando para o chão.

-Venha, você vai conhecer seus novos parceiros. - Ela disse, dando um sorriso simpático. Me forcei a olhar para ela, mas meus olhos rapidamente iam de encontro ao meus pés.

Comecei a andar meio arisco, mas ela colocou a mão sobre minhas costas, me levando até a saída da cabine.

Mil coisas se passavam pela minha cabeça, mas eu não conseguia ao menos abrir a boca pra falar. Que ótimo, estou indo conhecer pessoas novas, tudo que eu mais odeio.

Ao sair da cabine me deparei com um vasto corredor, haviam mais quatro cabines, duas de cada lado da minha. O fim do corredor dava em uma porta com formato oval, que se abriu dando vista para uma sala imensa, com equipamentos, pessoas de jaleco que passavam correndo segurando alguns papéis. Algumas paravam para me olhar, outras cumprimentavam Jade e apertavam minha mão com um breve "seja bem-vindo". Eu sorria de canto como resposta, ficando vermelho logo em seguida. Não me julgue, sou péssimo para me socializar.

Jade desceu os degraus da vasta sala, me chamando para ir com ela ao subsolo. Isso aqui é maior do que eu pensava. O fluxo de pessoas diminuiu, e agora estávamos indo em direção a uma outra porta cuja precisava da identificação de um crachá para entrar. A ruiva retirou um crachá de dentro de seu jaleco, e o passou na máquina como se fosse um cartão. Eu estava atrás dela, analisando o espaço em que nos encontrávamos.

A porta se abriu e Jade sorriu pra mim.

-Entre. - Ela disse. - Está tudo bem.

Eu olhei pra ela aflito tipo, "vou ter que entrar nessa sala sozinho?"

-Hã...E-eu, tá bem, pra onde devo ir quando entrar? - Eu disse, coçando a minha orelha.

-Olha, desculpe não entrar com você, mas não tenho permissão no momento. Enfim, é só seguir reto e você vai chegar na sala de reunião.

Com isso, dei um sorriso forçado pra ela e entrei. A porta se fechou atrás de mim. Eu dava passos curtos até chegar na tal sala de reunião. Meu sangue deve estar congelado e eu mordia freneticamente a minha boca. O corredor chegava ao fim, mas eu não queria isso.

Bad HeroesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora