CAPÍTULO X - Capítulo especial

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Ângela Amoroso

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Ângela Amoroso

Itália, dois anos e seis meses atrás...

FLASHBACK ON

Gritos, correria, confusão, tiros, medo. Era só o que eu via nos meus sonhos. Aquela tragédia na boate ainda me perseguia. Toda noite eu sofria com insonias e pesadelos, pensando naquela barbaridade horrível.

Pelo o que eu fiquei sabendo pelas meninas, a Beth havia sido dada ao Stéfano, primo do Sebastiã. E claro, o Super Mário foi atrás para resgatar sua princesa. Todo o resto foi transmitido na televisão, que houve o maior tiroteio na CALIENTE e em seguida uma perseguição de carros.

Pra, digamos assim "pagar com a mesma moeda", o Stéfano mandou seus homens irem até a boate para acabar com tudo também. Eu estava lá, era final do meu turno. O pessoal do Stéfano chegou sem fazer perguntas atirando pra tudo quanto era lado. Eu me escondi, portanto não sei de toda a ação. Fui eu quem chamou a polícia. Antes mesmo deles chegarem, os capos fugiram todos.

Acabei entrando dentro da boate para ver como estava a situação. Eu não queria, -pois sabia que a imagem não seria nenhum pouco agradável- mas me senti na obrigação. Minhas lágrimas ficaram juntas aos corpos sem vida jogados no chão. Tinha sangue por toda parte e os furos de balas eram quase incontáveis.

Tive que me mandar dali assim que ouvi o barulho de sirenes. Achei que eles iriam entrar em contato com todos que trabalhavam na boate, mas me lembrei que usávamos nomes falsos como forma de ocultar nossa verdadeira identidade. Então acabaram não dando continuidade no caso e deduziram que todos os envolvidos estavam mortos.

Eu até tentei conversar com as meninas que não estavam presentes naquele dia. Algumas me ignoraram, provavelmente com medo que fosse a polícia; outras chegaram a ficar felizes ao saberem que eu estava bem, como a Drica, que não havia ido por ser sua folga.

Eu entendo que a maioria queria esquecer o que aconteceu e torcer para que a polícia não metesse seu nome no meio dessa bagunça toda, mas é que eu... não consigo, entende? Foi muito trágico, aquelas garotas tão inocentes, que eu conhecia e que não tinham nenhum envolvimento, tiveram de pagar com a própria vida. Acho que isso nunca mais vai sair da minha cabeça; e provavelmente eu vou continuar sem saber de novo como é a sensação de se ter uma boa noite de sono.

Enfim, atualmente estou trabalhando como garçonete, levando uma vidinha normal e sem todo aquele caos me rondando. Resolvi seguir em frente e deixar o passado no passado, mesmo que os meus sonhos, sempre que podem, me fazem lembrar daquele maldito dia.

— Seu troco, senhor. Obrigado.

Devolvi as moedinhas para o homem, que as pegou, colocou no bolso traseiro e se mandou.

O meu expediente estava quase no fim, mas um único cliente começava a dificultar as coisas. Ele se encontrava na última mesa, todo misterioso. Tinha pedido apenas uma xícara de café e nem ao menos havia tocado para beber uma gota se quer.

BARTOLOMEU - MÁFIA MONTANARI [L2] [ Completo] 2018Onde as histórias ganham vida. Descobre agora