CAPÍTULO VI

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"Você precisa ir".

"Não vou deixar você seguir em direção a morte".

"Vai! Rápido"!

"SEBASTIÃ, NÃO"!

— Sebastiã!

Acordei de repente, suando frio e me sentindo enjoada.

— Ei! Calma.

Reparei que o Bartolomeu estava na minha frente, me observando dormir, segurando um comprimido e um copo de água nas mãos.

— Aonde estamos?

— No meu jatinho particular. Toma, vai se sentir melhor.

Me ofereceu o copo de água acompanhado do comprimido.

— Valeu.

Peguei ambos.

— A pessoa pode viver dentro de um avião, mesmo assim sempre terá náuseas.

— Não discordo. Quanto tempo eu dormi?

— Doze horas.

— Por acaso eu entrei em coma?

Ele deu uma risada.

— É possível.

— Você tem o sorriso do seu irmão.

Ele fechou a cara e olhou para o lado da janela.

— Acho que a altitude está te fazendo mal.

— Por que sinto que você e o Sebastiã não se dão muito bem?

— Porque não nos damos.

— E tem um motivo pra isso?

— Tem. Mas não é da sua conta.

Foi grosso, se levantando.

— Uma vez eu me abri para o Sebastiã e confessei que... eu me considerava uma perdedora perto dos meus cinco irmãos, que são ricos e bem comprometidos. Todos possuem o que eu mais queria ter. Com o tempo aprendi que isso é besteira e que tudo mundo é o que deveria ser. Ninguém precisa ser mais que ninguém.

Vai ver era isso, o Bartolomeu tinha ódio do irmão porque se sentia um perdedor perto dele e só conseguiu tudo o que tinha sendo está a base : o Sebastiã não pode ser melhor que eu, eu é que tenho que ser melhor que ele.

— Não acredito que ouvi isso sóbrio.

Voltou com um copo de vodka.

— Nem sei o motivo, mas já acho desnecessário seu rancor pelo Sebastiã.

— Estou pensando a mesma coisa sobre esses seus comentários.

— Todos vocês são um poço de educação e simpatia, né. Meu Deus, impressionante!

Disse irônica.

— Escuta aqui, Elisabeth...

Se inclinou na minha frente.

— Não é porque você ama o meu irmão que todo mundo também devia amar.

— Eu não amo o Sebastiã.

— Não? Então por que a cada quinze minutos você gritava o nome dele enquanto dormia?

Engoli em seco e fiquei em silêncio por um minuto.

— E-eu estava presente nos últimos momentos de vida dele e foi tudo muito trágico. É difícil esquecer esse tipo de coisa. Só estou... preocupada.

— A criança é filha dele, não é?

Voltou a se encostar na poltrona.

— Por isso você não consegue esquecê-lo. Toda vez que olha pra ela, se lembra do meu querido irmão.

— O que? Não! É claro não. Da onde tirou isso?

— Ela tem os olhos dele.

— A Cass é minha filha com o Joe.

Eu poderia dizer que a minha menina era sim sobrinha dele, mas fiquei com medo deles quererem que ela entrasse para os negócios da família quando crescesse. Essa coisa de passar de geração em geração, deixar tudo para o seu herdeiro... Vou conseguir uma boa quantia de dinheiro enquanto a Cass ainda é pequena e quando eu fizer isso, vou cortar qualquer tipo de laço com essa família.

— Tá falando daquele cara que toda mulher deveria ter ao seu lado? Nossa! Você tem um dedo muito podre. Por que teve um filho dele?

— A verdade é que ela não foi planejada.

Àquilo me doeu o coração, simplesmente por ser a mais pura verdade. Quando eu sai da casa dos meus pais pra ir estudar na Itália, parecia que eu tinha tudo sobre controle e olha só pra mim agora : estou desempregada, pretendendo ir trabalhar novamente como stripper, cuidando de uma filha sozinha, mentindo por aí que ela tem um pai só para não parecer uma vadia que bota filhos indesejáveis no mundo e é obrigada a cuidar.

— Em falando nisso, acho que vou ver como ela está.

Me levantei da poltrona e passei pelos seguranças e as meninas que o Bartolomeu havia "recrutado".

Fui até os seus aposentos e vi minha garotinha dormindo tranquilamente. Fechei a porta e desabei em lágrimas baixinho. O que eu fiz da minha vida?



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Trágico .... Trágico

Tenham paciência com a Beth

BARTOLOMEU - MÁFIA MONTANARI [L2] [ Completo] 2018Onde as histórias ganham vida. Descobre agora