CAPÍTULO III

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Sai do elevador e comecei a caminhar pelo corredor do andar. Cheguei no quarto 307 e bati na porta, esperando.

"Elisabeth, o que está fazendo? Você quer repetir a dose tudo outra vez? Ouviu bem o que seu namorado disse, ele não quer te ver de volta aos palcos. Será que o Joe tinha razão, que eu devia parar com essa coisa pra sempre pois agora tenho que me focar na minha família? Eu nunca tive isso antes e agora parece que não estou dando o devido valor."

Dei alguns passos pra trás, pensando seriamente em ir pra casa.

"Mas espera aí, estou fazendo isso justamente pela minha família, para dar-lhes o melhor. É àquilo né, Deus escreve certo por linhas tortas. Não é nem um pouco correto esse tipo de trabalho, mas o que nós seres humanos não fazemos por dinheiro?"

Mudei de ideia e voltei a ficar em frente a porta, ouvindo a maçaneta sendo virada para o lado. De dentro do quarto saiu uma garota jovem e desconhecida por mim. Ela tinha a blusa amarrotada e os cabelos um pouco bagunçados. Passou reto e deixou a porta aberta.

- Ahn... oi.

Apontei a cabeça na porta.

- Beth!

Abotuou a camisa, vestiu o paletó e veio me receber.

- Pra você é Elisabeth. Não somos amigos, portanto não temos intimidade.

- Esclarecido. Eu fiquei contando quanto tempo demoraria pra você vir até mim.

Fechou a porta.

- Pricipalmente depois que cortei os cheques.

Sussurrou próximo do meu ouvido, indo para perto da bandeja de bebidas.

- Então foi você!?

- Juro que não fiz de propósito.

Tudo o que saía da boca daquele cara parecia soar sarcasticamente.

- Mas é que eu achei muita folga de vocês.

- Foi o Sebastiã quem fez o cheque e a Giovana renovava todo mês a mando dele. Eu e o meu namorado estamos desempregados no momento.

- É por isso que estou aqui. Eu vim ajudar.

Encheu um copo com whisky.

- O Sebastiã não está mais na ativa, Christian meu maninho mais novo sempre foi um tolo por não querer, por vontade própria, fazer parte dos negócios e pra falar a verdade... a minha irmã nunca esteve dentro desse... círculo. Então as responsabilidades sobraram todas pra mim. E como agora eu estou cuidando da boate também, quero ganhar dinheiro fácil e não conheço outra pessoa que tenha dado mais lucro que você.

Sorriu orgulhoso.

- E quem é você mesmo?

- Oh, me desculpe. Bartolomeu Montanari.

Estendeu a mão no ar, não recebendo meu cumprimento.

- Aceita?

Me ofereceu bebida.

- O que quis dizer com o Sebastiã não está mais na ativa?

Eu permaneci de pé enquanto ele se sentava na cama.

- Ninguém, incluindo eu, sabe do paradeiro do meu irmão. Pra onde ele foi, o que está fazendo, se está acompanhado, se está vivo. Mas sinceramente é melhor ele continuar assim.

- Por que?

- O Sebastiã tá muito encrencado.

Começou a rir escandalosamente.

- Se ele voltar agora, não será nada bom. A grana que você recebia era da boate, o que significa desvio de dinheiro. Sem falar naquela travessura lá com o meu primo Stéfano. Meu tio quer vingança pela morte do filho dele.

- Então está me dizendo que o Stéfano morreu mas o Sebastiã não? E-ele só está foragido?

Um pequeno sorriso esperançoso brotou em meus lábios ao pensar que o Sebastiã poderia estar bem.

- Se ele ainda não morreu, mais cedo ou mais tarde vai. Acredite.

Se levantou e encheu mais uma vez seu copo.

Sua mudança de humor foi notável. Em um momento ele estava rindo por pensar por um segundo que o irmão estava morto, e então eu raciocinei e mostrei pra ele que é possível sim o Sebastiã estar vivo.

- E o Downey? Sabe alguma coisa sobre ele?

- É outro traíra que deu as costas. Os dois devem estar juntos. Tomara que também morram unidos.

Sussurrou a última parte.

- Você ou alguém da sua família não fizeram nada a respeito?

- Tipo o que, sair por aí distribuindo cartazes? O Sebastiã já é grandinho demais, pode cuidar de si mesmo. Foi ele quem se envolveu nessa bagunça toda. Ele que dê o seu jeito de sair dessa.

- E esse seu trabalho aí? Me fala mais sobre ele.

- Sim! O trabalho. Você já sabe como tudo funciona, sei que não é sua primeira vez.

- Verdade, eu não sou... novata no assunto como aquela outra garota que você recrutou.

- Ah, você reparou!? Eu não costumo dormir com as minhas meninas como o Sebastiã fazia.

Levei àquilo como uma indireta.

- Só tirei uma casquinha daquela porque... estava na seca desde que cheguei.

Se aproximou de mim, ficando na minha frente.

- Mas se quiser, posso abrir uma exceção pra você.

- Não vai rolar, bonitão.

O afastei com um empurrãozinho.

- Você tem algum cartão aí pra eu possa entrar em contato?

Pegou um dentro do bolso do paletó.

- Não demore a me ligar.

Entregou-me. Guardei no jeans da calça e fui pra porta, saindo do quarto.

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Oh merda
Seba tá fudido

Entenderam pq tem três livros 😂😂😂😂

BARTOLOMEU - MÁFIA MONTANARI [L2] [ Completo] 2018Onde as histórias ganham vida. Descobre agora