72- IT RETURNS

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" A Esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a Crença, vão-se sonhos nas asas da Descrença, voltam sonhos nas asas da Esperança. "

A noite caiu e eu não tive mais nenhuma visita nem de Dave e nem da louca da Cheyenne

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A noite caiu e eu não tive mais nenhuma visita nem de Dave e nem da louca da Cheyenne. As fotos das crianças mortas pelo meu pai continuavam coladas na parede como se fossem algum tipo de  mensagem, lembrete ou uma punição pra mim.

Minha boca estava seca, eu estava com fome... Com sede... E sem forças para gritar por socorro. Tudo que eu tinha era um silêncio atormentador e a luz fraca da lâmpada acima da minha cabeça. 

Eu estava quase pegando no sono quando Dave abriu a porta deixando que a forte luz do corredor ofuscasse minha visão de forma que eu conseguia ver somente sua silhueta...

- Trouxe comida! - ele coloca o bandeja com um suco e um sanduíche no chão e a empurra em direção a cadeira - Eu vou soltar uma de suas algemas e se você ousar fazer alguma coisa vai pagar muito caro entendeu?

Acenei que "sim" e ele caminhou devagar em minha direção tirando um molho de chaves dourado do bolso.
Com uma pequena chave de bronze ele solta uma das algemas e depois a outra, olhando fundo em meus olhos com o intuito de me amedrontar como um aviso de que se eu tentasse escapar, acabaria morta.

Olhei  para a bandeja no chão ao lado da minha cadeira um pouco desconfiada, me virei para Dave e vi um sorriso malicioso estampado em seu rosto  enquanto ele me olhava de volta...

- Como vou saber se não colocou nada no lanche?

- Não vai... ou você come ou fica com fome! E considerando o que você ainda terá de enfrentar, eu sugiro que coma... vai precisar de forças pra digerir tudo com mais clareza. E sinceramente? - ele agacha em minha direção e coloca o rosto bem próximo ao meu - não queremos que você morra... pelo menos não de fome!

Eu o encarei cética, e analisando minhas possibilidades acabei comendo o que ele me trouxe, afinal, se fosse pra me matar ele já o teria  feito antes.

 Escuto uma gritaria vindo do corredor atrás de Dave, ele se vira em direção a porta e com um brusco empurrão ele a fecha, depois me encara de volta sem dizer uma só palavra com uma expressão que sugeria para que eu não fizesse nenhuma pergunta.
Terminei minha refeição e empurrei a bandeja em sua direção. Ele se abaixa e apanha a bandeja, em seguida me algema de volta na cadeira e vai embora me deixando sozinha novamente.

Mais uma noite chegava ao fim e eu continuava presa naquele quarto escuro, sem forças e sem esperança de um dia voltar pra casa. 
Meus olhos estavam pesados eu estava com frio, cansada e morrendo de sono. Tombei minha cabeça pra trás observando a luz fraca acima da minha cabeça, não demorou muito e eu ja estava apagada...

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Acordei deitada sobre uma cama de flores.
Aos poucos meus olhos se acostumavam com a claridade e pude ver o límpido céu azul que destacava os galhos floridos de uma macieira acima da minha cabeça. O cheiro adocicado das flores me deixava com água na boca. A brisa suave me envolvia como um cobertor de plumas e eu me sentia livre, me sentia leve e feliz!

Me levantei devagar e olhei em minha volta... Eu estava bem no meio do bosque onde vi Logan em meu último sonho.
Tudo era lindo e perfeito, e pela primeira vez eu tive a impressão de estar presa em um paraiso.

Caminhei na direção do sol que me levava para fora do bosque, onde pude vê-lo... Lindo, feliz, radiante!
Logan estava na beira de um lago carregando nossa pequena Lara no colo. Os dois riam alto observando o curso do rio.
Ambos olham em minha direção e acenam pra mim com largos sorrisos, Lara corre em minha direção e quando me abaixo para pegá-la, uma forte luz ofusca minha visão me deixando completamente cega. Ouço os gritos de Logan ficando cada vez mais distante...

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Acordei completamente encharcada de suor, olhei em volta e a decepção tomou conta quando percebi que eu continuava presa naquele quarto frio e escuro. Tudo não havia passado de um sonho! Um belo e emocionante sonho...

Os gritos que eu havia ouvido mais cedo ainda estavam gravados na minha mente. Afinal de contas onde eu estava? Quem mais estava preso naquele lugar? E qual o real objetivo de Cheyenne em me deixar presa aqui?
Alguma coisa nao estava batendo, e novamente as perguntas inundavam minha mente, sem nenhuma resposta concreta que fizesse algum sentido!

Calculei que devia ser mais ou menos umas 3 da manhã. O relógio que Oscar havia me dado havia parado ás 22:25 da noite.
Ouço passos pesados vindos do corredor, e pela greta da porta pude enxergar a luz fraca que iluminava a casa. A porta abre e vejo Cheyenne vestida com uma capa preta e um par de galochas...

- Está na hora!!! - ela me encara com um olhar frio e penetrante.

- Hora de que Cheyenne? O que você vai fazer comigo?

- Eu? Nada, vou apenas te mostrar uma coisinha - ela da uma gargalhada com um "Q" de ironia.

Sinto um calafrio subir pela espinha, minha garganta ficou seca de repente e senti minha respiração fraquejar. Cheyenne se aproxima da cedeira e retira o molho de chaves douradas do bolso. Ela solta minhas algemas da cadeira e prende minhas mãos. Em seguida ela faz um gesto indicando para eu ir na sua frente.
Meu coração batia forte e meus joelhos estremeciam me deixando com a sensação de fraqueza.

Passamos por três quartos trancados por correntes e cadeados nas portas.
A medida que eu caminhava, pudia ouvir os gritos estridentes com mais clareza... Meu peito arfava de medo e eu senti como se eu fosse desmaiar!
Paramos de frente para uma grande porta de madeira com maçanetas de cobre. Cheyenne retira uma chave avulsa de dentro do bolso e me entrega indicando para que eu abrisse
a porta.
Com um certo receio eu destranco a porta e giro a maçaneta deixando a mesma abrir devagar causando ruidos agudos que ecoaram por todo o corredor.
Uma carreira de luzes incandecentes se acenderam iluminando toda a sala que mais parecia um abatedouro.
Cheyenne me empurra para dentro da  sala onde eu pude ver um homem com os dois braços acorrentados.
Ele estava com a cabeça baixa, e com vários hematomas espalhadas pelo corpo. Caminho devagar em sua direção e tenho a impressão de que eu o conhecia!

- Não dê mais um passo, ou ele morre! - Cheyenne me puxa pelo braço e da ordens aos seus capangas para me acorrentarem também.

- Quem é ele?

- Quer saber quem é ele? - ela olha bem no fundo dos meus olhos e vira na direção de Dave que estava encostado ao lado de uma alavanca vermelha - mostre a ela!!!

- É pra já... - diz Dave ao puxar a Alavanca.

Uma descarga elétrica é liberada através de vários fios ligados á corrente que prendia o "homem".
Ele acorda e solta outro grito estridente, contorcendo o corpo agonizado pela dor do choque...
Meu coração disparou e eu senti minha respiração falhar!! Um grito ecoou pela sala e ele olhou fundo em meus olhos... Era ele!!

- LOGAN...

O REGRESSO DE AMY ( Em Revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora